segunda-feira, 5 de outubro de 2015

“Situação do presidente da Câmara é insustentável”

A frase não é deste colunista, que, como bem sabe minha meia dúzia de leitores, não é em nada simpático ao rapaz. É de um dos maiores fãs e aliados do próprio Eduardo Cunha. Merval Pereira, o “imortal” da Rede Globo que tem em Cunha uma das suas maiores esperanças para a derrubada de Dilma através de um processo de impeachment. Depois das informações chegadas diretamente do Ministério Público da Suíça, ficou difícil de acreditar na força do presidente da Câmara até para se manter de pé quanto mais para derrubar a maior autoridade do País. Altamiro Borges, em seu blog mostra detalhadamente os passos que levaram Cunha a uma Via Sacra que está apenas começando. Há quem imagine que sua cassação pode acontecer ainda nesta semana. O "imortal" Merval Pereira nem disfarçou a sua tristeza no 'Jornal das Dez', da Globo News. Na noite desta quinta-feira. Para ele, que apostou todas suas fichas em Eduardo Cunha como peça decisiva para o impeachment de Dilma, "a situação do presidente da Câmara Federal é insustentável". Após a confirmação de que o lobista possui cinco contas em bancos da Suíça, que não foram declaradas à Justiça Eleitoral, parece que finalmente o gatuno subiu no telhado. Até velhos compadres de Eduardo Cunha - há quem afirme que o "achacador" ajudou, financeiramente, a eleger uma bancada de mais de 100 deputados - já dão sinais de que jogarão fora o bagaço. É forte a tendência da sua cassação. Quanto à sua prisão, a medida tão aguardada ainda dependerá da seletiva Justiça brasileira. O ministro Gilmar Mendes, o seu parceiro de tantas conspirações golpistas, fará de tudo para evitar este desfecho traumático - nem que seja preciso disparar mais alguns habeas corpus. A notícia das cinco contas secretas caiu como uma bomba, em Brasília. A suspeita já era antiga e até gerou bate-boca no Congresso Nacional. Questionado em março último, Eduardo Cunha jurou de pé junto que não possuía conta no exterior, o que complica ainda mais sua situação. Agora, é o próprio Ministério Público da Suíça que informou às autoridades brasileiras que encontrou cerca de US$ 5 milhões em contas de Eduardo Cunha, da mulher Cláudia Cruz e de uma de suas filhas. O órgão chegou a estudar o pedido de extradição do lobista, o que foi negado pela Procuradoria-Geral da República. Prossigamos nas Notas Curtas, com o que o Blog do Miro classifica como “Alguns fatos constrangedores”.

Negou que tinha as contas
Em 12 de março deste ano, em depoimento à CPI da Petrobras, Eduardo Cunha negou possuir conta na Suíça. Na ocasião, ele foi questionado pelo deputado Delegado Waldir (PSDB-GO) sobre a grana em paraísos fiscais. Cunha negou categoricamente: "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar que não seja a conta que está declarada no meu imposto de renda". E agora?

Sonegou à Receita Federal
Em sua declaração de renda entregue à Justiça Eleitoral em 2014, Eduardo Cunha informou ter um patrimônio de R$ 1,65 milhão, incluindo apenas uma conta no Itaú, com saldo de R$ 21.652,39. Por que o lobista não faz como o jogador Romário, acusado pela Veja, e vai à Suíça para desmentir a existência das contas secretas. Tem medo de ser preso?

Propinoduto
Em recente "delação premiada", João Augusto Rezende Henriques, preso na semana passada pela PF sob a acusação de ser operador do PMDB, "confirmou ter feito depósito em conta na Suíça que seria repassado ao atual presidente da Câmara.

Sujeira e lavagem
Junto ao STF, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusou o peemedebista de ter recebido ao menos US$ 5 milhões em propina por um contrato entre Petrobras e Samsung. Em documento de 85 páginas, ele denunciou Eduardo Cunha pelos crimes de "corrupção passiva e lavagem de dinheiro", com base na delação premiada do ex-consultor Júlio Camargo.

Sequestrador e chantagista
Temendo ser cassado e preso, nos últimos dias Eduardo Cunha radicalizou ainda mais sua postura e entrou em choque frontal com o Senado. Ele boicotou importantes votações e afirmou que agilizaria a análise dos pedidos de impeachment da presidenta Dilma. Sua valentia, porém, acabou gerando maior desgaste. Segundo a coluna Painel da Folha, "na reunião de líderes do Senado com Renan Calheiros, o presidente da Câmara foi chamado de 'sequestrador' e 'chantagista'". 

Os ratos fogem do seu navio
Parlamentares do PSDB e do DEM, que garantiram a blindagem de Eduardo Cunha com o objetivo de desgastar o governo Dilma, agora já ensaiam jogá-lo ao mar. "Se aparecer um extrato bancário, aí não tem o que fazer", afirma um grão-tucano. O cambaleante Aécio Neves, tão próximo do lobista, agora foge dos holofotes e curte sua ressaca. Paulinho da Força, que promoveu um ato de apoio ao presidente da Câmara, também sumiu. E Marta Suplicy, que pediu a bênção de Eduardo Cunha para a sua filiação ao PMDB, já estuda um novo discurso sobre ética na política para enganar os incautos.

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