sexta-feira, 12 de junho de 2015

Cada vez mais dois brasis

Difícil por demais entender os dois brasis que vemos diante dos nossos narizes nas mais diversas nuances, especialmente quando o Brasil diminui em 82% o seu nível de pobreza e consegue a proeza histórica de sair do Mapa Mundial da Fome. Há tempos, desisti de crer na unidade nacional, naquele brasilzão sem divisões, sem preconceitos, naquela democracia racial, naquele chão da justiça e da igualdade de que falaram por tanto tempo nossos atuais pichadores. Acostumei-me a pensar na ideia dos dois brasis, sendo um do Sul/Sudeste, rico e privilegiado e outro do Norte/Nordeste sofrido e discriminado; um Brasil de pobres e um Brasil de ricos; um Brasil de pretos e outro de brancos; um Brasil de saias e outro de paletó. Mas a divisão vai além disso. Nos últimos meses, desde quando a direita se apavorou com a quarta eleição presidencial do PT, e, principalmente com a possibilidade da quinta e, quem sabe, de uma sexta, a Caixa de Pandora abriu-se e todos os demônios da desigualdade se soltaram e caíram de pau em cima de quaisquer resquícios de PT. Há dois brasis também quando o deputado André Vargas, do PT, por ter andado no jatinho do doleiro virou bandido, tendo que renunciar ao mandato de vice-presidente da Câmara Federal e em seguida ao próprio mandato de deputado federal, mas... o senador tucano Álvaro Dias que andou no mesmo jatinho, sequer foi importunado pela mídia, imaginem, cassado. Há dois brasis, sim, quando um Mensalão, o do PT, denunciado em 2005, mesmo sem provas foi julgado com mais de trinta condenados e centenas de horas de TV num massacre a reputações que ainda poderiam restar a algum deles, enquanto o Mensalão Tucano choca e gora nos escaninhos da Justiça, há 17 anos, com alguns acusados tendo as possíveis penas prescritas por atingirem 70 anos de idade. Ou seja, o Mensalão tucano aconteceu antes do Mensalão petista e não consegue começar a ser julgado nem mesmo depois. Há dois brasis, quando o tesoureiro do PT recebe dinheiro eleitoral legalizado e vai preso, enquanto o tesoureiro do PSDB recebe dinheiro da mesma empresa doadora e não é sequer citado pela Justiça, muito menos acossado pela imprensa. Há dois brasis quando o Instituto Lula recebe uma contribuição financeira, por sinal em troca de palestras, de uma empresa privada e, mesmo com tudo legalizado, é denunciado como tendo praticado um “grande ato de corrupção”, enquanto o Instituto FHC recebe dinheiro da mesma empresa e ainda por cima recebe de empresa pública e nem estranho acham. Difícil acreditar na igualdade de oportunidades, na democracia da liberdade de opinião praticada e na justeza de Justiça. São mesmo dois brasis. Um, do PSDB, com direito a um Código Civil; outro, o do PT, com direito apenas a um Código Penal. Ou seja, apenas o direito de não ter Direito.

Obrigatoriedade falsa
Na verdade não existe no Brasil o “voto obrigatório” como se tenta fazer crer que exista. Não existe uma dupla de policiais com uma viatura indo buscar ninguém em casa para votar, debaixo de vara. Pelo contrário, qualquer cidadão pode ficar sem votar. Depois é só ir justificar a ausência às urnas. E, se perder o prazo, pode pagar uma multa “bilionária” de três reais e cinquenta centavos. Quase 20% dos brasileiros cadastrados como eleitores deixaram de votar a cada eleição passada e não sofreram uma dor numa unha. Ou seja, no país do “voto obrigatório” existe o direito à inadimplência. E ainda tem o direito ao voto branco e ao voto nulo. Os políticos que estão são frutos de escolhas, Ninguém foi obrigado a votar neles. Pode até ter se vendido. Mas isso coisa que ninguém é obrigado a fazer, Se vende por falta de consciência ou de vergonha.

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Quanto à terceirização, podemos fazer uma rápida reflexão sobre os pontos que estão destacados neste banner, que pode ser encontrado na Internet.

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