terça-feira, 31 de março de 2015

Demóstenes Torres expõe as tripas de Caiado e Agripino também é malhado feito “judas” às vésperas de aleluia

Artigo do “007Bondblog” traz importantes informações que fizeram chover no canteiro dos que fazem a defesa das conquistas sociais e políticas do país nos últimos anos. É que Demóstenes Torres, depois de tudo que sofreu tendo sido abandonado pelo DEM, voltou-se contra seu conterrâneo Ronaldo Caiado ao ver o ex-aliado tomar as dores de José Agripino pedindo em sua defesa, o benefício da dúvida. Solidariedade que Demóstenes não teve quando mais precisou. Vejamos ao artigo: “Nunca antes nesse país. Não me recordo de ver a direita reacionária e bolorenta, além de corrupta e oportunista, envolvida em episódio de esfacelamento e sangria como no recente caso envolvendo o senador Ronaldo Caiado (com letras minúsculas mesmo) e o ex-paladino da falsa moral pública, DEMóstenes torres. O que eles dizem um do outro, e de terceiros, é muito mais que chumbo grosso. As acusações mútuas de rapinagem, ladroagem e sacanagem, são de fazer corar as damas do meretrício ou detentos de Catanduva. Sobrou para Íris Resende, ACM Neto... FALA DEMóstenes: O PSDB resolveu salvar Marconi Perillo, que gastou uma fortuna dos cofres públicos para custear sua absolvição. Os “éticos” do Senado viram uma oportunidade para se livrarem de quem os retirava do noticiário cotidiano nacional. O Judas Ronaldo Caiado reinventou a tese de que não existem traições de pessoas e sim de princípios e que para isso estava autorizado a qualquer coisa com algum alcance moral, inclusive trair, à semelhança de Hitler, Mussolini, Stalin e tantos outros degenerados. Viu aí uma oportunidade para soerguer-se politicamente. Bastava afundar-me no buraco e, prazenteiramente, o fez. Ronaldo é um mitômano e tem um comportamento dúbio, às vezes tíbio, às vezes dissimulado. Ronaldo fazia sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era, inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro. Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo “esquema goiano”, com intermediação de Ronaldo Caiado. Ronaldo Caiado é chefe de um dos mais nocivos vagabundos de Goiás,.. Ronaldo Caiado é um oportunista. Ano passado sua degradação se expandiu. Ronaldo Caiado, no afã de ser candidato a Senador ao lado de Marconi Perillo, foi atrás de Aécio Neves e Agripino Maia (este dependente financeiro de Perillo)... Seguirá as ordens de seu chefe político ACM Neto, que financiou sua última campanha em Goiás e que lhe assegurou, caso perdesse a eleição, o confortável posto de secretário de saúde em Salvador, em cuja região Caiado costuma passar suas férias às expensas da empresa OAS”. Como diz o jargão: Sem comentários.

Intervenção
Ao contrário do ano passado, mesmo tendo havido grandes manifestações da direita brasileira nos últimos dias, os seus principais “militontos” não saíram às ruas ontem para pedir a volta da ditadura militar.

Intervenção II
Corruptos e idiotas politicamente, mas espertinhos, os fascistas se aproveitam das grandes mobilizações contra a corrupção. E querem que os incautos acreditem que o povo brasileiro quer a volta do “cale-se” e das “tenebrosas transações”

Primeiro de abril
Hoje é o verdadeiro aniversário do golpe militar. Em 1º. de abril de 1964, o Brasil recebeu a sua maior mentira. Uma ditadura que prometia restabelecer a democracia, derrubando um presidente constitucionalmente no cargo. E sofremos duas décadas e ainda temos a ressaca.

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Os “malas”, por si, se destroem...

segunda-feira, 30 de março de 2015

De novo a maioridade penal e a responsabilidade criminal

Essa discussão precisa ser feita em cima de dados reais e não de efeitos emocionais quando acontece alguma tragédia envolvendo menores e de argumentos falsos. No Brasil, de cada cem crimes de morte, em apenas 16 casos são instaurados processos investigatórios, inquéritos e punições. Dos 16, cujos processos acontecem, apenas 4 homicidas vão para a cadeia, e dos 4, apenas 1 cumpre a pena integralmente. Estou falando dos criminosos maiores de idade. Alguém, em sã consciência, acredita que será diferente com os infratores de menor idade? Exceto com os meninos pretos, pobres e filhos de putas pobres e pretas? O que é preciso entender é que a redução da maioridade penal é uma falácia, enquanto efeito concreto da redução da criminalidade. Fosse eficaz, e os países mais desenvolvidos a teriam adotado. Tenho visto alguns incautos ou impostores postando dados sobre “Responsabilidade criminal” em países desenvolvidos, onde a idade é baixa, como se fosse a “Maioridade Penal”. Ora, no Brasil, a maioridade penal é de 18 anos, mas a responsabilidade criminal começa aos 12, ambas as faixas etárias compatíveis com os países mais modernos do mundo. A ideia de punir menores no mesmo sistema prisional dos adultos, se aplicada, apenas se estará levando infratores menores para as "faculdades do crime", pois o sistema prisional brasileiro não recupera ninguém. Além disso, é preciso entender a diferença que existe entre maioridade penal e responsabilidade criminal. A responsabilidade criminal já existe para menores. Está prevista no tão criticado ECA, só que as punições são diferenciadas. Se os menores infratores ficam impunes, é porque a impunidade, infelizmente é a regra no Brasil, inclusive para os adultos, como já citamos acima. Se os menores infratores não são punidos é porque os maiores também não são. Outro dado estarrecedor é que para cada 100 assassinatos no Brasil, em média, pouco mais de 1% se dão pelas mãos de menores, enquanto 67% dos que morrem violentamente são crianças, adolescentes e jovens de menor idade. Quem, na verdade precisa ser punido? Outra coisa importantíssima é uma lei de autoria de Garibaldi Alves, pai, quando senador. Lei esquecida que foi aprovada e nunca foi regulamentada, portanto nunca posta em prática. É a lei que dobra a pena do infrator maior de idade que usa menores nos seus atos criminosos, com o fim de jogar a batata quente na mão do menino e esperar a "impunidade" reinante. Pela lei do velho Garibaldi, o bandido que usar menor no seu bando, tem a pena duplicada. Mas ninguém levou esta lei em conta. Agora ficam querendo que os menores assumam toda esta carga. Não defendo impunidade para ninguém, mas a responsabilidade criminal já existe para menores no Brasil, a partir dos 12 anos de idade. E não há quase nenhum país civilizado onde a maioridade penal seja tão baixa quanto querem os defensores dessa redução no Brasil. Vejamos os quadros que mostram a maioridade penal e a responsabilidade criminal no Brasil e em alguns países do mundo.

Quebra-quebra
A Petrobras agrega, em torno de si, 1.800 segmentos econômicos e representa 13% do PIB brasileiro. Portanto, a direita que quer entregar o pré-sal aos Estados Unidos, precisa quebrar a Petrobras, pois a quebrando, leva-se a economia nacional à bancarrota e o governo Dilma cai e eles conseguem matar dois coelhos com uma única cajadada: tomam o Pré-sal e quebram a espinha dorsal dos BRICS, que agora os ameaçam com o seu novo banco de desenvolvimento que começa a ser visto com muita simpatia por outros países que vivem debaixo do chicote do imperialismo ianque.

31 de março
Hoje é dia do aniversário oficial da chamada “revolução de março”, “a gloriosa”. Em verdade, em verdade, um golpe militar que implantou uma ditadura cruel que durou mais de duas décadas, em vez de um ou dois anos, como prometia Castelo Branco para “moralizar” e  “democratizar” o Brasil. Seria muito bom que os babacas que querem a volta da ditadura tivessem a dignidade de ir para as ruas hoje, pedindo a intervenção dos milicos, em vez de terem embarcado em manifestações que tinham outras bandeiras como em 15 de março. Mas não vão, pois foram no ano passado e não passaram de alguns gatos pingados em algumas poucas cidades do País. O golpe mesmo aconteceu em 1.º de abril. Dia da mentira.

sábado, 28 de março de 2015

É assim que começa

Osvaldo Russo é estatístico e conselheiro da Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA) e autor do livro Agenda Social - Enfrentando as desigualdades, Thesaurus Editora, 2014. Ex-presidente do Incra e ocupante de vários cargos importantes no Governo Federal e no Governo do Distrito Federal. Já esteve aqui conosco, durante a campanha de 2008. Ele escreveu um alerta a todos os brasileiros, há poucos dias quanto ao caráter nazista das manifestações de direita que descambaram para onde se poderia esperar mesmo, ou seja, para as características próprias do nazifascismo, como a violência física e a desqualificação dos adversários, além da vontade de destruir a democracia. Com o título “É assim que começa”, publicado na revista Fórum, o artigo de Osvaldo Russo diz: “Nesta semana, postei um aviso, que alguns acharam exagerado, de que a direita golpista não tem limites. Poderia prender e torturar novamente a Dilma, exilar e sumir com Lula e matar brasileiros. Pois bem... Após a histeria das manifestações de intolerância e golpismo, eles estão se assanhando por outros caminhos alternativos de ameaças e atos terroristas, como o cartaz contra o João Pedro Stedile (MST) e o atentado ao diretório municipal do PT em São Paulo. É preciso investigar com rigor e prender os golpistas. O Ministério da Justiça precisa agir”. Osvaldo Russo está coberto de razão, pois além do que ele falou neste artigo, tivemos a sede do PT de Jundiaí, queimada durante as manifestações do dia 15 de março. E as várias postagens de mensagens em forma de cartazes, de frases e de vídeos em que militares, ou seja, pessoas que devem respeito e obediência à autoridade presidencial se propunham a assassinar a presidenta Dilma Rousseff e até a sua família, que, ao que se sabe, é composta de um irmão que não se mete em política, uma filha e um netinho de dois ou três anos, ambos também totalmente fora das lides políticas. Imagine-se o grau de sandice destes terroristas assumidos que se dão ao desplante de gravar e postar até vídeos propondo isto, enquanto o nosso Ministério da Justiça e a própria Justiça não toma uma atitude na busca de fazer cumprir as leis do País. E os próprios superiores militares, caladinhos, deixando-me com a impressão de que estão gostando desta brincadeira com fogo... Os brasileiros do bem devem ler ao menos o trecho do poema “No caminho com Maiakovski”, do poeta paulista Eduardo Alves Costa, que vai ao final desta coluna.

Suposto
A Folha de S.Paulo cometeu sua maior canalhice jornalística depois de cunhar o verbete “Ditabranda” quando do seu ápice no uso da Novilíngua. Agora, ao falar de um ladrão primo do governador tucano Beto Richa, o chamou de “suposto primo”. Suposto ladrão, suposto corrupto, vá lá. Mas suposto primo, é demais, é demais...
 
Suposto II
Nesse caso, acho que a Folha está desconfiando da fidelidade da mulher do tio de Beto Richa, pois da forma como escreveu, deixa a impressão de que não há a certeza de que o priminho ladrão seja mesmo filho do tio de Beto... Doutra forma, não há como se falar de “suposto” primo.

Suposto III
Caberia um simples exame de DNA, como feito com o suposto filho de Fernando Henrique com uma jornalista da Globo, que passou anos escondido na Espanha, às expensas do nosso rico dinheirinho, para não gerar escândalo para o presidente blindado. Já ex, Fernando Henrique, ou quem quer que tenha sido, mandou fazer o teste do DNA no pimpolho e eis que o “filho” era suposto mesmo. O “bichim” não tinha outro pai. Como se diz por aí, “o gostoso”, pois FHC era apenas “o gastoso”, coisa que não teríamos nada a ver, caso a mesada europeia não fosse tirada de uma sangria da viúva... E aí, podemos falar, pois dói em nossos magros bolsos.

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No Caminho com Maiakovski

“Na primeira noite eles se aproximam/e roubam uma flor/do nosso jardim./E não dizemos nada./Na segunda noite, já não se escondem:/pisam as flores,/matam nosso cão,/e não dizemos nada./Até que um dia,/o mais frágil deles/entra sozinho em nossa casa,/rouba-nos a luz, e,/conhecendo nosso medo,/arranca-nos a voz da garganta./E já não podemos dizer nada.”

sexta-feira, 27 de março de 2015

Agripino, o apadrinhado da mídia

O amigo que se identifica como Marcus Pitter tem dado uma colaboração inestimável a este colunista selecionando textos excelentes de conteúdo importante para os nossos leitores e nos enviando. Muitos deles temos aproveitado diminuindo o nosso trabalho de procurá-los. Hoje trabalhamos em cima de mais um desses textos, enviados por Marcus: Então, um senador da República vira réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de receber propina mediante achaque, no valor de 1 milhão de reais, para viabilizar um contrato no Rio Grande do Norte, e o jornal O Globo se limita a dar uma "notinha" sem vergonha de meia dúzia de linhas sobre o fato? Os leitores podem imaginar se o senador Agripino Maia do DEM - RN, no caso, o réu em questão, fosse senador pelo PT, o que o jornal não estaria fazendo em termos de manchete e exploração política disso? Dá para imaginar como seriam as várias reportagens do Jornal Nacional, com idas até Natal para ver como é a questão da inspeção veicular, a empresa que ganhou o contrato, os documentos que seriam apresentados e a defenestração de Agripino Maia, não fosse ele do DEM, da oposição ao Governo Federal, não fosse ele um inimigo de Dilma Rousseff? Ocorre que Agripino Maia, é líder do DEM, foi o coordenador de campanha de Aécio Neves, vive pedindo a deposição da presidente Dilma, e foi durante muitos anos, um apoiador e vassalo da ditadura militar. Há, portanto, uma perfeita sintonia de caráter (mau caráter) e de propósitos (maus propósitos) entre Agripino e a imprensa golpista como um todo, vindo daí essa proteção, vindo daí esse cuidado em não expor o nome do senador. A imprensa golpista de forma sincronizada não faz com Aécio Neves nem com Agripino, nem com ninguém da oposição, ou mesmo da chamada "base aliada" que ataca Dilma, um décimo do que faz com membros do PT ou do governo. A nossa imprensa golpista age como dizia de forma irônica o nosso amigo Uziel Santiago: “Amigo meu não tem defeito; inimigo, a gente levanta falso testemunho e prova.” 

Faz de conta
De seiscentos e trinta policiais que Mossoró tinha há cinco anos, tem seu efetivo policial reduzido a duzentos e poucos. Quando dizemos que a autoridade desertou enquanto a bandidagem avança, ainda tem gente afetada que se melindra. Isso é um desastre e explica o caos. Vejam o absurdo. Um batalhão com mais de seiscentos policiais, dois batalhões com pouco mais de duzentos. A guerra suja que se abateu sobre a cidade tem razão de ser. Chega de faz de conta.

Mapa da Fome
Em todo o mundo, onde existem quase duzentos países, apenas 35 deles estão fora do Mapa da Fome. O Brasil conseguiu esta glória depois de doze anos de governos petistas, o partido que é visto apenas como uma quadrilha pelos ricos que batem panelas cheias em apartamentos de luxo, pautados pela Rede Globo.

Acordem
O grande Bob Fernandes, um dos analistas políticos mais abalizados do Brasil atual, diz: Acordem: O Pré-Sal do Brasil vale 8 trilhões e 800 bilhões de dólares. Por essa quantia, Estados Unidos, Inglaterra e as grandes potências fariam qualquer coisa, na moita ou com a colaboração do PSDB, rede Globo, Polícia Federal, juízes e entreguistas vários. Acordem antes que seja demasiadamente tarde!

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Tenho acompanhado algumas entrevistas do major Humberto, que está assumindo o comando do II BPM. Seu perfil humilde, sereno, responsável e firme, nos dá esperança de que seu comando há de conseguir diminuir a bandalheira em que se transformou Mossoró na área de segurança pública, chão sangrento onde se mata um a cada dia e se amarra outro para o dia seguinte. Nos últimos cinco a seis anos, temos mais de mil assassinatos registrados e não chegamos a cinquenta assassinos presos e processados. Mossoró que, gloriosamente expulsou Lampião, acha-se de joelhos diante de bandidos de meia tigela. Sente-se claramente que, a exemplo de outras regiões, o tráfico de drogas tem poder de vida e morte nesta cidade. Não diria uma banda, pois posso estar cometendo o pecado do exagero, mas é evidente que há um núcleo podre dentro das polícias, que tem ligações fedorentas com o tráfico. Do contrário, não seria tanta a impunidade. O triste fato, é que do pomposo título de “Capital do Oeste”, Mossoró se vê reduzida à ridícula condição de “Terra sem Lei”, cidadela assustada do faroeste.

quinta-feira, 26 de março de 2015

O beijo das anciãs

De repente, não mais que de repente, eis que uma nação inteira se esqueceu do acirramento político de pouco mais de uma semana atrás, para discutir um beijo. Governistas de carteirinha e agregados do bônus, oportunistas de sempre, sempre dispostos a mamar nas tetas, ainda que queiram dar uma de oposição a cada momento que a popularidade do governo decresce, como neste momento, bem como oposicionistas dos mais variados matizes ideológicos no espectro prismático da direta, desde os mais liberais e democráticos que se acham de fato indignados com a corrupção até os nazifascistas empedernidos que querem a volta da ditadura, cujas mentes corrompidas só veem corrupção de um lado, mesmo que ao seu lado a corrupção esteja esborrotando, ou, como se diz nos aceiros dos esgotos sociais: “Saindo pelo ladrão”... Todos, absolutamente todos, como na África, quando pararam uma guerra para assistir Pelé jogar, pararam para discutir um beijo. Nem mais o “Fica Dilma” do dia 13 nem o “Fora Dilma” do dia 15. Agora, o Brasil para, a fim de discutir o beijo das anciãs da novela, num somatório de preconceitos à flor da pele. Ora, beijos gays já se tornaram comuns na TV brasileira. Portanto, o preconceito parece ser contra a idade das beijoqueiras. Mas há que se convir que beijos de idosos nas novelas brasileiras, é cena pra lá de corriqueira. Aí a bola do preconceito volta para a homossexualidade, pois mesmo o beijo sendo de pessoas idosas, não pode ser entre duas mulheres. Ora, pois. Toda essa discussão me parece por demais ridícula, pois temos muito com o que nos preocupar. Que tal, se preocupar com os bilhões que estão roubando da Petrobras? Mas... Com uma ressalva que os indignados com tamanha roubalheira se indignem também com os bilhões da privataria tucana que estão escondidinhos no HSBC da Suíça, e que somam mais de dez vezes o montante do “Petrolão”. Que tal indignar-se com o “Mensalão do PT”? Só que seria de bom alvitre que os indignados revirassem também o estômago com o “Mensalão Tucano” com direito ao mesmo Marcos Valério e o “Mensalão do DEM” que também teve direito até a dinheiro na cueca. Indignação com Delúbio e Dirceu, desde que se tenha também nojo das roubalheiras de Zé Agripino, de Álvaro Dias e de Aécio Moreira Neves. Acho, porém, que melhor seria que os indignados estivessem apavorados com tanto estupro, assassinato, assaltos, sequestros, balas perdidas, melhor dizendo vidas perdidas a bala, agressões a mulheres e crianças e tudo que o “show da vida” oferece a cada minuto de rádio e TV. Inclusive quando a arte – “será arte”, Gullar? – se materializa num BBB com estupro, gravidez ao vivo, masturbação em horário nobre, sexo explícito e um “rendez-vous” que entra no seu lar, transformando sua sala de estar em um “freje” para “educar” seus filhos e filhas para o sexo devasso. Sem sequer dar-se ao trabalho de educá-los para o prazer, com um Kama Sutra que seria bem melhor que toda a hipocrisia envolvida numa aura de veneno moral e preconceito doentio de milhões de brasileiros preocupados com o beijo de duas velhinhas que se amam. Esquecem que Caetano já dizia em verso consagrado “toda maneira de amor vale a pena”. A mim, particularmente, o único beijo que me agride, em dois milênios de história humana, é o beijo de Judas, porque beijo da traição, beijo da ingratidão, beijo da safadeza e não do amor.

Dia do Teatro
Hoje, Dia Internacional do Teatro e Dia Nacional do Circo, ainda há pouco o que comemorar, mas os artistas estão nas ruas e nos palcos. Lutando.

Cláudia
O reboliço que aconteceu nos processos da ex-prefeita Cláudia Regina tem causado um moído danado em Mossoró. Muitas expectativas, muitas preocupações e absolutamente nenhuma certeza para ninguém. As análises mais abalizadas juridicamente concluem o que o senso comum já determinou desde sempre: “Seja o que Deus quiser”.

Dilma refém do PMDB
É o que acham muitos analistas. Cá com meus botões, tenho minhas concordâncias com a análise. Mas não posso deixar de vislumbrar um rasgo de Maquiavel na presidenta, ora fera ferida, onça acuada. O PMDB de Cunha entrou como uma cunha governo a dentro. E perturba e penetra cada vez. Derrubou Cid Gomes, deforma a reforma política e serve, mais que o PSDB e a Globo, ao projeto golpista em curso por ordem explícita do Tio Sam. Mas Dilma respira. Até o “beijo das velhinhas” desvia as atenções dos golpistas que agora discutem o “geriátrico beijo gay” e se recompõe, vai pondo o governo nos trilhos, retomando o protagonismo da pauta política e engole, goela abaixo, Henrique e Chalita ministros, além de outros purgantes tão amargos quanto. Mas toma fôlego, enquanto os ajustes de Levy, de leve vão surtindo efeito. Maquiavel diria: É hora da raposa. Se tentar ser Leão, fragilizada como se encontra, Dilma se quebra. Faz-se de morta, mas se mexe. Com desenvoltura, até. As próximas pautas de rua são contra Cunha e a Globo. Dias 30 de março e 1.º de abril. 31 de março, dia da “gloriosa”, feito sanduíche, imprensado entre atos. Dia 12, quando a direitona quer voltar às ruas, pode ser tarde e não empolgar mais. Aguardemos, pois.

quarta-feira, 25 de março de 2015

O Partido Comunista do Brasil completa 93 anos e comprova seu caráter revolucionário

Em mais de nove décadas lutando por um país melhor e mais justo, o PCdoB - Partido Comunista do Brasil, celebrou ontem, 25 de março, 93 anos de existência. Fundado em 1922,  por um grupo de revolucionários cariocas da cidade de Niterói no Rio de Janeiro, alguns trabalhadores, entre eles  advogados, barbeiros, eletricistas e pedreiros decidiram reinventar a forma de governo do país. Em uma determinada cerimônia de honra à bandeira, Joaquim Barbosa, Manuel Cendón, Hermogêneo Fernandes da Silva, Astrojildo Pereira, Luís Pérez entre outros, confrontaram a celebração e levantam-se, sérios e solenes, e cantam baixinho, para não atrair a atenção da repressão, o hino A Internacional. Naquele instante foi fundado o Partido Comunista do Brasil, em 25 de março de 1922. Herdeiro e consequência de todas as lutas por justiça e liberdade de que já era rica a história do povo brasileiro, o partido nasceu inspirado pela Revolução Soviética, na Rússia. A heróica ousadia dos bolcheviques ao estabelecerem, pela vez primeira, um poder estatal autenticamente operário e estável, que já durava há quase cinco anos, empolgava os proletários de todo o mundo, e também os brasileiros. Em Mossoró, o partido foi fundado em 1928, por trabalhadores, estudantes e sindicalistas com o objetivo de trazer uma nova ideologia política para a população, com mais força, oportunidade e desejo de fazer um país justo. Entre suas grandes atividades na cidade, vale ressaltar a luta do Sindicato dos Trabalhadores de Salinas que ficou conhecido como “Sindicato do Garrancho” e que, através de Chico Guilherme Manuel Torquato, instalou a primeira guerrilha marxista-leninista de toda a América Latina. As reivindicações da época se referiam a denúncias de trabalho escravo e melhores condições estruturais e humanas no exercício da função dos trabalhadores. Parabenizamos todos os camaradas que fazem este bravo partido em todo o Brasil, com especialidade, em solo mossoroense.

Nordeste
Dilma reuniu ontem com os nove governadores do Nordeste, Michel Temer e vários ministros. Faz bem em prestigiar a região que mais cresce e mais lhe prestigia.

Petrobras quebrando
Quebrando mais um recorde de produção. Exatamente no Pré-Sal, o segmento que a direita raivosa dizia que não iria dar em nada. Exatamente onde os olhos da águia imperialista se fixam com as garras amoladas para atacar. Exatamente aí onde a direita canalha, entreguista e quinta coluna se mexe com a finalidade de derrubar Dilma Rousseff para entregar de bandeja nossas riquezas. A mesma tática que levou Getúlio ao suicídio quando ele mandou dizer a Assis Chateaubriand que não entregaria a Petrobras às multinacionais.

Royalties
Há uma grita geral pela queda dos royalties da Petrobras pagos aos municípios. Entendo. É complicado ter-se uma receita gorda que, de repente despenca. Entretanto, uma pergunta precisa ser feita: Como era mesmo que estavam sendo empregados os milhões dos royalties?

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Sebastião Salgado é considerado o maior fotógrafo do mundo. Um homem respeitado nos quatro cantos do planeta. Sua opi-nião sobre a corrupção e a divulgação dela, além da punição, está corretíssima. Só os reacionários fascistÓides, os alienados e os abestados úteis podem discordar de uma revelação tão cristalina.

terça-feira, 24 de março de 2015

Informação é isso aí

Oprofessor Gustavo Maia postou isso no facebook. Excelente: Hoje uma estudante me disse:
- Professor, o que o senhor acha do impeachment da Dilma?
- Acho que não existe impeachment, existe golpe.
- Mas o senhor não acha que tá uma roubalheira?
- Sim acho. E acho que os ladrões têm que ir pra cadeia, por isso a investigação está acontecendo.
- Mas a Dilma não tem culpa?
- Não sei, as investigações vão dizer. Mas me diz uma coisa: e o caso Alstom? E o Antônio
  Anastasia? Desses, você não pede impeachment?
- Alstom? Quem é esse?
- Não é esse, é essa. Uma empresa que superfaturou mais de 500 milhões no metrô de São Paulo, nos governos do PSDB.
- Ah, não sabia... Mas eu sou a favor do impeachment.
- Tudo bem, se você concorda com Temer e Cunha na condução do país...
- Temer e Cunha? Quem são esses?
- Já vi que você não está sabendo muito sobre o impeachment!
- Eu vi no TV Revolta, uma página do face que tá bombando.
- Ah, a página patrocinada pelo Álvaro Dias?
- Quem é Álvaro Dias?
- Um cara muito "honesto" e amante do povo brasileiro. Senador do PSDB envolvido até com trabalho escravo.
- Mas ontem eu ouvi no Jornal Nacional que foram mais de 200 milhões!
- Sim, desde 1996!
- Então! Desde Lula, professor!
- Não, em 1996 o presidente era o FHC, do PSDB.
- Sabia não!
- Professor, já percebi, você é petista, né?
- Não, não sou petista. Eu apenas procuro me informar e não ser massa de manobra da TV criada pela Ditadura Militar.
- Que canal, professor?
- A Globo, que sempre apoiou a Ditadura.
- Mas agora a Globo tá mostrando as coisas!
- Sim, mostrando o que ela quer, ou seja, mostrando somente o que quer que vejamos.
- Ah, professor, fala a verdade, o senhor é petista, não é?
- Não preciso mentir, não sou petista.
- Mas por que o senhor defende a Dilma?
- Não estou defendendo a Dilma, estou apenas dizendo que não quero ser vaquinha de presépio da mídia. Se é pra protestar, proteste também contra o PSDB, pois o caso da Alstom é maior do que o mensalão.
- Sabia não... O senhor vai apoiar o impeachment?
- Só se você me responder quem é Temer e Cunha, os que assumiriam.
- Não sei, professor.
- Tá bom; então pesquise, leia e deixe de ser manipulada pela mídia.
- Ah, professor, o senhor é petista mesmo.
- Não vou insistir. Se pensa isso, tudo bem.
- Vou nessa, professor. Tenho que lutar pelos meus direitos!
- Vá com Deus! Que ele te ilumine e um dia você aprenda um pouco de História, Política e não seja tão manipulada.

Paulo Freire
Começa hoje a terceira edição do Seminário Internacional Diálogos com Paulo Freire. A abertura será às 9h, no IFRN Campus Tirol. O evento terá a duração de três dias e traz uma programação repleta de mesas de diálogos, minicursos, círculos de cultura, atividades culturais, lançamento de livros e muito mais. 

Paulo Freire II
Educadores de renome local, nacional e internacional vão prestigiar o seminário que tem como tema “O pensamento político-pedagógico de Paulo Freire: diálogos com a educação no século XXI¨. O Seminário está sendo organizado pelo SINTE/RN em parceria com o IFRN, a UFRN e a UFERSA Angicos. Confira abaixo a programação para esta quarta-feira.

Paulo Freire III
Cada vez mais necessário que se discuta e se difunda as ideias do mestre Paulo Freire, reconhecido mundialmente e criticado no último dia 15 no ato contra a presidenta Dilma. O cartaz: “Fora Paulo Freire das Escolas” demonstra o nível das oposições ao governo petista. Não bastasse tamanho disparate, um abestado da direitona que escreve baboseiras na imprensa chamou Josué de Castro de “esquerda caviar”. O que mais falta a estes descerebrados? Somente começar a queimar livros, como os colegas nazistas alemães.

segunda-feira, 23 de março de 2015

A palavra de ordem da vez é “Fora Cunha”

Está rolando na internet uma campanha fortíssima para a derrubada de Eduardo Cunha, da presidência da Câmara. Mais de um milhão de pessoas já confirmaram presença em uma manifestação que pede a saída do presidente da Câmara dos Deputados; mobilizações na rede contra o parlamentar evangélico se intensificaram principalmente depois que o ministro da Educação, Cid Gomes, deixou o cargo por criticar Cunha e outros deputados. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), entrou na mira das ruas. Em um momento de forte insatisfação da população para com as instituições políticas, o parlamentar evangélico vem se tornando, nos últimos dias, o principal alvo de críticas de internautas. Um evento no Facebook que pede sua saída do Congresso já conta mais de um milhão de pessoas confirmadas. O ato está marcado para acontecer no dia 30 de abril, no vão livre do Masp, em São Paulo. Entre outros eventos, páginas e hashtags de ojeriza ao deputado, como a #ForaCunha, a insatisfação com o parlamentar ganhou força principalmente depois de, na última quarta-feira (18), o ministro da Educação, Cid Gomes, ter deixado o cargo em decorrência de uma discussão com Cunha na Câmara. O episódio acabou escancarando o abuso de poder que exerce sobre o Governo Federal. Cid Gomes havia sido chamado pelos parlamentares para prestar esclarecimentos sobre uma declaração em que afirmava que a Câmara dos Deputados, em sua maioria, era composta por “achacadores”, incluindo Cunha. Como, na ocasião, o ex-ministro sustentou sua afirmação, Eduardo Cunha chantageou o governo e determinou que caso Cid Gomes não deixasse o cargo, o PMDB deixaria a base de Dilma. Na página do evento contra Cunha no Facebook, são listados alguns motivos pelos quais a população deveria ir às ruas contra o deputado que preside a Câmara: “Religião e política não se misturam: É contra a legalização do aborto, é contra o casamento igualitário, é contra a adoção por LGBTT, é contra a democratização da mídia, é a favor da TV Câmara nas mãos da TV Record é contra a legalização da maconha”. Algumas dessas bandeiras não têm muito apelo popular, diante do clima de direitização do País, mas todas as elas têm militâncias fortes. Se todas forem às ruas e focarem na questão da corrupção, Cunha não se manterá no cargo. Além das manifestações de internautas, Ciro Gomes, irmão mais velho do ex-ministro da educação, também vem ajudando o movimento a ganhar força. O ex-ministro da Integração Nacional do governo Lula compartilhou em seu perfil do Facebook uma página que pede a renúncia de Eduardo Cunha, logo após o afastamento do irmão do cargo. “Falar a verdade neste País, especialmente, nestes tempos, custa muito caro. Mas acho que esse preço tem que ser pago, porque quem faz história não são os pilantras que hoje dominam a cena nacional e sim os homens que não se abatem diante dos constrangimentos”, afirmou ao comentar o episódio envolvendo Cid.

Fedor
Há umas duas décadas, o cantor e compositor Cazuza cunhou a frase “A burguesia fede”. Agora é o Papa Francisco que diz: “A corrupção fede”. Sei que a corrupção está impregnada na vida nacional e na vida humana como um todo, mas é inegável que a grande corrupção, aquela que destrói serviços públicos por ser de grande monta, é a corrupção da burguesia. Portanto, as frases das duas celebridades são complementares, ainda que sejam tão diferentes as duas personalidades.

BBB
Sou dos mais liberais, em se tratando de comportamentos, mas entendo que o Big Brother está passando dos limites, na luta desesperada da Rede Globo por manter seus decadentes índices de audiência: De uns três BBBs para cá, já foram vistos na telinha da Vênus platinada, estupro, masturbação, sexo explícito, triângulo amoroso que de amor não tem nada, pois o sentido é somente o de expor a polêmica da traição.

BBB2
Honestamente, não vejo o BBB, mas vejo os comentários no Twitter e no Facebook. Tudo isto me lembra os versos do embolador de coco, Cachimbinho, da Paraíba que, num coco sobre a televisão brasileira, diz: “Tô com um cabaré em casa/Comprei porque não sabia”

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Há quem questione os investimentos do Governo Dilma na Educação. Mas é sempre bom comparar com a Era FHC, porque os que criticam Dilma são exatamente os que bajulam o tucanato.

sábado, 21 de março de 2015

Mineiro começa a incomodar o esquema do prefeito Carlos Eduardo

O Instagram do deputado Fernando Mineiro foi invadido há uns três ou quatro dias, com agressões do nível mais reles, incluindo-se neste vendaval de sandices, o baixo calão, como aconteceu a Dilma na Avenida Paulista no último dia 15, reedição da abertura da Copa do Mundo no Itaquerão. A direita está provocando saudades dos tempos em que as marchas fascistas eram em defesa da família. Agora, além de nazi-fascista, a direita revela uma linguagem de cabaré, onde é preciso escrever na parede “Obiente familial”. A direita raivosa está involuindo. Ao perder o discurso político apela para a baixaria escrachada. No instagram, chafurdaram em aleivosias, agredindo a vida íntima do deputado, fizeram acusações absolutamente levianas, desceram à lama das injúrias, da calúnia e da difamação. Coisas da vida íntima, da privacidade que o deputado nunca pôs em palanque. E no âmbito político, fizeram achincalhes que demonstram que há um desespero antecipado, por força da consolidação do nome de Mineiro como o candidato já legitimado perante a opinião pública para enfrentar o prefeito que gozou uma longa lua-de-mel diante do desgaste de Micarla de Souza, mas passou os pés pela mão ao apoiar Henrique e Wilma, numa clara traição a Robinson Faria, que o havia apoiado contra o próprio Mineiro em 2012, e a Fátima Bezerra, que sempre foi sua mais fiel defensora nos corredores e gabinetes de Brasília, em seis anos de mandato como prefeito de Natal. Ninguém tem dúvidas quanto à seriedade de Mineiro. Um dos poucos políticos cuja honradez é intocável. Isso prova que algo incomodou de maneira superlativa o esquema do prefeito. Cá com meus botões, imagino que tenha sido alguma pesquisa de consumo interno do carlismo que deve ter trazido o nome de Mineiro em alta. Não bastasse a luz apagada de Carlos Eduardo numa administração que não mais se destaca, como no passado, quando tinha o apoio do PT, eis que Miniero surge como o deputado de maior destaque ao ser prestigiado pelo governador Robinson Faria, que tem deixado clara uma profunda admiração, respeito, prestígio e gratidão por ele, insistindo, inclusive, até fazê-lo líder da bancada na Assembleia Legislativa. Estive em Natal durante a semana e constatei o quanto Miniero tem subido na preferência popular para enfrentar Carlo Eduardo em 2016. É indubitável que o pleito já está polarizado entre os dois. Wilma de Faria, Rogério Marinho e Hermano Morais deverão estar todos no palanque de Carlos Eduardo, não somando nada no primeiro turno e deixando de agregar para o segundo. Mineiro agora tem claramente o apoio da cúpula nacional do PT, coisa que não teve na eleição passada, contará com o apoio do governador do Estado, de vários colegas de bancada, de uma leva importante de vereadores cujas energias não batem com a do prefeito. E terá Fátima Bezerra como senadora, com muita convicção, no seu palanque. Carlos Eduardo formará um palanque de derrotados... E até mesmo o balão de ensaio de uma candidatura à prefeita, da brava vereadora Amanda Gurgel, parece não ter nenhuma lógica, por ser interesse mesquinho da direita de tirá-la da Câmara e dividir as preferências dos eleitores pela esquerda. A baixaria, com certeza, não ajudará a salvar a re-candidatura Carlos Eduardo. Pelo contrário, ela só consegue conferir a Mineiro, um “plus” que o seu perfil de lutador ardente jamais poderia deixá-lo ter, que é a aura de vítima... De modo que, quem tem uma assessoria estúpida, como a de Carlos Eduardo, não precisa de adversários. Mineiro 2016 já é uma realidade palpável.

Protesto
A rede Globo liderou a articulação do Movimento Fora Dilma, em 15 de março, passado. Agora os apoiadores de Dilma irão à porta da Rede Globo, num grande protesto contra o seu poderio. Será no Dia 1º. de abril. A data não foi escolhida por acaso.

Chuva
Ontem caiu uma chuva de 80 mm na Vila Amazonas da Serra do Mel-RN, onde resido. Nossos plantios de melancia já estavam com as folhinhas virando, com tanta sede. Agora, creio que a safra estará garantida, pois vão começar a enramar e o sereno da noite, que deixa muito orvalho, vai garantir o resto. Qualquer chuvinha que cair em cima, é safra garantida. Em algumas partes dos plantios da Vila Amazonas da Serra do Mel, a chuva de ontem chegou a 105 mm.

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quinta-feira, 19 de março de 2015

Botando o guizo no... Rato!

É evidente que quando Cid Gomes decidiu ir à Câmara Federal, já estava com a carta de pedido de demissão devidamente pronta e assinada. Como se diz no popular, a carta de demissão estava escutando a conversa... E a conversa foi animada. Ele disse o que os brasileiros, do governo e da oposição, queriam ouvir. Acho que Cid conseguiu representar ali a maioria dos manifestantes do dia 13 e dos do dia 15. Muitos falam que o Judiciário é hoje o poder mais corrupto do Brasil. Não discordo, mas não podemos deixar de lançar holofotes sobre o Poder Legislativo, Casa que faz as leis como se fazem as salsichas, ou seja, como no dizer do Marechal Bismarck, de um jeito que se o povo soubesse como são feitas... Como disse o Macaco Simão, da Folha de S.Paulo, Cid caiu porque disse verdades na casa dos mentirosos... Não ponho a mão no fogo pela honestidade de nenhum Ferreira Gomes, mas é inegável que Cid foi honestíssimo ao dizer que a Câmara Federal é habitat da desonestidade. Tanto da desonestidade política, ao criticar a base aliada de ser chantagista, como da desonestidade ética, ao dizer que a casa tem de 300 a 400 achacadores. E não me venham alegar que Cid também tem seus rabos de palha... O Brasil hoje vive de aplaudir delatores premiados. Ou seja, a Justiça brasileira atualmente só trabalha a partir das declarações de bandidos. Então, independente de quem seja Cid Gomes, o que ele disse precisa ser investigado. Pra que pedir-lhe a lista? Ora, um terço dos deputados ali presentes são processados no Supremo Tribunal Federal (STF), o que significa dizer que seus processos já tramitam há meses ou há anos, pois lá é o fim da carreira dos processos. Dos outros dois terços, pelo menos a metade, ou seja, o outro terço tem processos em outras instâncias e noutros tribunais. 70% deles receberam doações de campanhas, de dez empresas, a maioria delas investigadas pela Operação “Lava Jato”, cujos diretores se encontram presos por terem dado dinheiro a deputados e senadores, além de ocupantes de outros cargos políticos, tudo em troca de favores criminosos. E em muitos casos, propinas puras e simplesmente conseguidas a força de negociatas ou de achaques. Alguém, em sã consciência, acredita que Cid Gomes mentiu? Alguém, com o mínimo de dignidade na vida, acha que ele errou ao dizer aquilo que todos os brasileiros de boa-fé gostariam de estar ali para dizer? A mídia conivente cala diante da bandalheira. Há, por acaso, alguém que discorde que as emendas parlamentares são uma das maiores fontes de corrupção do País, pois a maioria dos parlamentares quando as distribuem já o fazem “casadinhos” com a empresa fornecedora ou prestadora de serviço, com sua gorda propina garantida. Cid foi à Câmara Federal, portanto, já demissionário, mas não deixou de dar o seu recado. O recado do próprio governo e do PT, ao PMDB, que quer a aprovação das emendas impositivas, o Ministério de Henrique e a blindagem de Renan e Eduardo Cunha. Cid foi perfeito ao chamá-lo de achacador. O único problema é que foi diplomático demais. Poderia ter sido bem mais contundente se tivesse tido espaço. Lula foi mais direto quando falou para o povão entender, chamando-os de picaretas em 1993. Cid merece aplausos, por ter ido à toca e lá, em plena assembleia, colocou o guizo no pescoço do RATO, o gabiru, a ratazana-mor, legítimo representante da maior quadrilha do mundo.

Poesia
Diante do que aconteceu anteontem na Câmara Federal, o ministro da Educação, Cid Gomes, falou algumas verdades que todos os brasileiros de boa vontade têm entaladas na garganta. Reforçou o que tinha dito numa universidade do Pará, sobre a presença de 300 a 400 achacadores na Câmara Federal. Não falou novidade alguma. Sequer criou a frase já estava dita por Lula em 1993. Lembremos a canção de Herbert Viana gravada em 1995: “Luís Inácio (300 Picaretas)/Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou/São trezentos picaretas com anel de doutor (3 vezes)/Eles ficaram ofendidos com a afirmação/Que reflete na verdade o sentimento da nação/É lobby, é conchavo, é propina e jeton;/Variações do mesmo tema sem sair do tom/Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei/Uma cidade que fabrica sua própria lei/Aonde se vive mais ou menos como na Disneylândia/Se essa palhaçada fosse na Cinelândia/Ia juntar muita gente pra pegar na saída/Pra fazer justiça uma vez na vida/Eu me vali deste discurso panfletário/Mas a minha burrice faz aniversário/Ao permitir que num país como o Brasil/Ainda se obrigue a votar por qualquer trocado/Por um par de sapatos, um saco de farinha/A nossa imensa massa de iletrados/Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez/O congresso continua a serviço de vocês/Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão/Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição/Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena/João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena/De exemplo em exemplo aprendemos a lição/Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão/De rádio FM e de televisão/Rádio FM e televisão/Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou/São trezentos picaretas com anel de doutor.”

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Olhe só o nível dos que querem moralizar o Brasil, agredindo com palavras de baixíssimo calão, uma mãe falecida e uma avó que, coincidentemente é também presidenta da República do Brasil. Dos que querem democratizar o Brasil por achar que em treze anos de democracia plena o PT implantou uma ditadura.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Pobre oposição!

Este texto da lavra de Laura Capriglione, do Estadão, uma das maiores jornalistas do Brasil, vale a pena ser lido. Não peço aos que estavam nas ruas no domingo, 15, porque não merecem consideração nem respeito, não pelo protesto em si, que é um direito, mas pela maneira como exerceram esse direito. Em vez de tratá-los com respeito, doravante passo a dividi-los em imbecis e idiotas. Imbecis, os que fizeram isto e idiotas, os que foram pás ruas pensando que estão defendendo o Brasil e a moralidade. E quem quiser ir para o debate, me chame e marque hora e local. Vejamos o que diz, Laura:  O que leva pessoas educadas, profissionalmente bem colocadas, gentis no trato pessoal, a comparecer a um ato público contra a corrupção, como o realizado no último dia 15 de março, na avenida Paulista, em São Paulo, e para lá levar cartazes, faixas e rimas podres com ofensas de cunho sexista e de ódio contra a presidente Dilma Rousseff –pelo fato de ela ser mulher? “Quem se habilitaaaa… A comer a Dilma sem birita?”; “Dilma, arruma logo um namorado e para de f... o Brasil.”; “Dilma, pare de ferrar o Brasil e vai transar.”; “Dilma, biscate véia.”; “Dilma, mal comida.”; “Dilma, sapatão.”; “Dilma vaca.”; “Ei, Dilma!, vai tomar no c...!” O que leva pessoas afáveis, amigas até, a jogar fora toda a sua convicção sobre a importância da solidariedade, da caridade, do amor e, de repente, vestir uma camiseta com a estampa de uma mão com quatro dedos sob o lema: “Basta!” É a Lula que se refere, por razões óbvias, a tal estampa. (Uma das pessoas que trajavam a indecorosa camiseta com a mão de quatro dedos era Ana Eliza Setubal, mulher de Paulo Setubal, da família que controla o banco Itaú). Se fossem — Lula ou Dilma — anões, negros, homossexuais, gagos, cegos, surdos, obesos, sem-braços ou sem-pernas, como seriam as cruéis estampas? Deixo para os representantes de minorias ou dos deficientes físicos, calejados resistentes da lida contra o preconceito, a tarefa de imaginar o circo de horrores que seria retratado  — como se toda a sua humanidade pudesse ser reduzida a um traço físico ou psíquico. Teve grosserias para todos os gostos e estômagos. O meu passou mal. A coisa podia ficar pior e ficou. No carro de som que pedia a “Intervenção Militar Já”, um notório torturador e assassino de oposicionistas políticos da Ditadura, de nome Carlos Alberto Augusto, conhecido pela alcunha de “Carlinhos Metralha”, era disputado como celebridade para selfies. “Metralha” vangloria-se de sua participação no chamado “Massacre da Granja São Bento”, onde foram assassinados vários militantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), em janeiro de 1973. Na ocasião, a jovem Soledad Barrett foi entregue, grávida, para ser executada por seu próprio marido, o traidor José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo. No final do “Dia contra a Corrupção”, o ex-policial festejava: “Posei hoje para retratos com mais de 800 pessoas”. Parte importante de seu discurso era o lamento por não ter conseguido metralhar mais gente em sua carreira homicida. “Faria com o maior prazer”, disse. Em outros tempos, essa gente nem daria as caras, execrada que seria. Mas, na manifestação de domingo, a massa vestida com a camisa do fracasso do 7 a 1, aplaudia, gritando: “A nossa bandeira jamais será vermelha”, seguido pelo indefectível “Ei, Dilma, vai tomar no c...!” É claro que a Rede Globo, fazendo tomadas aéreas, de helicóptero ou do alto dos prédios, não mostrou nada disso. Os locutores da emissora preferiram enaltecer “o caráter pacífico do protesto”, “a grande manifestação em prol da democracia”. A verdade daquela violência simbólica toda, cantada em verso e prosa, impressa em cartazes e camisetas, passou longe das câmeras da emissora do Rio, que preferiu apresentar uma versão adocicada da barbárie, afim de não assustar os incautos. Como chegamos a este ponto? Como é possível que o discurso do ódio se tenha entranhado a tal ponto em parcela da oposição? Costuma-se comparar a atual campanha anti-Dilma àquela pelo impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992. Mas elas têm o sinal trocado em quase tudo. Provavelmente, também no desenlace. Como jornalista, tive a oportunidade de cobrir a campanha pelo impeachment de Collor. À frente dela estiveram o maior símbolo do MDB que combateu a Ditadura, o deputado Ulysses Guimarães; o fundador do PSDB e depois governador de São Paulo, Mário Covas; o presidente  do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, os então presidentes da Associação Brasileira de Imprensa, Barbosa Lima Sobrinho, da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcello Lavenère, e da União Nacional dos Estudantes, Lindbergh Farias, além de milhares de entidades e organizações da sociedade civil, artistas e intelectuais. No ato do dia 15, as grandes figuras da oposição, os artistas, os intelectuais não deram as caras. Até teve um Jair Bolsonaro (PP-RJ) aqui, um Andrea Matarazzo (PSDB-SP), e um Aloysio Nunes Ferreira (idem) acolá, além de subcelebridades do segundo time do entretenimento, como Wanessa “Playback” Camargo, Danilo Gentili e Juca Chaves. Convenhamos, até na época do “Cansei” o camarote vip tinha mais atrações. Onde estavam Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, a oposição no Congresso? Enfurnados em sua covardia, sabe-se lá onde. Sem referências, sem lideranças, o jeito foi a galera fina, elegante e sincera, vestida com as camisetas oficiais da CBF, aquelas do 7 a 1 (R$ 149,90 na loja virtual Netshoes), chafurdar nos dicionários chulos de palavrões. Na ausência da dimensão pública representada pela grande política, sobrou espaço para os extravasamentos dos ódios de bombados valentões, cosplayers de Rambos,  em coturnos e trajes militares, pedindo a volta da Ditadura. Gol contra pior do que no 7 a 1. “Eu não vim aqui para isso. Eu sou contra os militares. Eu perdi amigos na Ditadura”, gritava Maria de Lourdes Di Paula, 57. Professora paulista, Lourdes foi ao ato porque é “contra a corrupção”. Transtornada, ela retirou-se do protesto com mais oito amigas. “A gente é pelo aprimoramento da democracia, não pela destruição dela”, disse. Por volta das 18h, esgotados manifestantes disputavam um lugarzinho no badalado restaurante Spot, na rua Ministro Rocha Azevedo, vizinho da avenida Paulista, onde uma saladinha da casa sai por R$ 52. Na porta, duas senhoras perguntavam-se “e agora?”, ao que um fortão com camisa de camuflagem respondeu de bate pronto: “Impeachment nem pensar porque senão vem o Temer e é pior. A única saída é a intervenção militar”. Elas se assustaram — “Deus me livre de milicos!” — e fugiram para dentro. Foram em busca de um Prosecco para relaxar. Acabou-se o protesto.

terça-feira, 17 de março de 2015

Onde socaram 790 mil manifestantes da Paulista?

É bem verdade que a Matemática mente, pois existem as ponderações, as estatísticas, as médias e as proporcionalidades. Mas preferimos acreditar nela como uma ciência exata. Lembro muito em palestras que “se meus pés estiverem dentro do fogo e minha cabeça no congelador, minha temperatura média estará excelente”. Quando dizemos que a renda per capita na capital do RN é de quase R$ 1.200,00, significa dizer que cada natalense ganha, em média, R$ 100,00 por mês, mas como sabemos, existe uma elite que tem padrão de vida melhor que a de países europeus, enquanto milhares de natalenses estão inscritos no programa Bolsa-Família porque têm renda inferior a um dólar por dia. Em épocas de campanha política, a guerra dos números é diária com o lançamento de pesquisas para todos os gostos e desgostos. A Matemática voltou ao centro da discussão no Brasil nesta semana, com a guerrinha que se formou em torno das estimativas de número de manifestantes nos atos pró-Dilma, no último dia 13 de março e contra Dilma, em 15 de março. Enquanto dirigentes da CUT, UNE e MST, organizadores do ato da sexta feira, calcularam em cem mil manifestantes na Avenida Paulista, o Instituto Data Folha calculou em 41 mil e a Polícia falava de muitos menos. No domingo, foi a vez da inversão. Enquanto a Polícia Militar do governo tucano Geraldo Alckmin e a Rede Globo, a grande mobilizadora, falavam de um milhão de pessoas em saltos gigantescos como o de 240 mil, para 500 mil num intervalo de 15 minutos, até chegar a um milhão, os organizadores falavam nas redes sociais em até dois milhões. O Datafolha, mesmo reconhecendo como sendo o maior ato público depois da luta das Diretas Já, calculou em 210 mil. A Avenida Paulista possui 2.700 metros de comprimento por 55 metros de largura, incluindo-se as calçadas. Quando não trata de estatísticas, ponderações, médias e estimativas, a Matemática fala de números absolutos. Então, vejamos. A Avenida Paulista inteira tem 148.500m². Não tivesse canteiros, entradas de túneis, bancas de revistas, diversos outros equipamentos que ocupam espaços ao longo da avenida, além dos muitos espaços vazios que eram vistos nas imagens de TV, baseando-se na média de quatro pessoas por metro quadrado, estimativa que é feita para eventos em que as pessoas estão altamente adensadas, teríamos ali 594.000 manifestantes. Ou seja, pouco mais da metade do que disse a Rede Globo e a Polícia. Um quarto do que querem os organizadores, por cuja estimativa se chegaria a mais de dez manifestantes por metro quadrado. Ora, ora... dez indivíduos por metro quadrado é o que se recomenda para frangos caipiras, dando-se-lhes ainda um espaço para passeio e pastagem. O Datafolha, instituto de um jornal claramente antipetista avalia em 210 mil no ato anti-Dilma. Admitindo-se que seu cálculo está certo, resta saber onde socaram 790 mil manifestantes. Por essas e outras, tem gente chamando o dia 15 de março, de “1.º de abril fora de época”. Principalmente um repórter que entrevistou dez pessoas e todas dez falaram mentiras. Sem contar com o panfleto convocatório em nome do bispo dom Odilo Scherer, que o obrigou a responder com raiva, mesmo sendo um dos bispos mais reacionários do nosso clero.

Homenagens
Grato ao vereador Tomaz Neto por ter incluído nosso modesto nome na lista dos agraciados com a Medalha do Mérito Cultural, durante solenidade de comemoração do aniversário de emancipação de Mossoró.

Democracia
O jurista Paulo Linhares falou em nome dos agraciados e eu me senti totalmente representado pelo seu discurso forte, coerente e esclarecedor. Além de agradecer, por todos nós, as homenagens, aproveitou a tribuna para lançar o grito de todos os brasileiros sérios, inclusive os de oposição ao Governo Dilma, contra o pedido estúpido de intervenção militar. Sabemos que mesmo entre os que se manifestaram democraticamente e de forma respeitosa contra o governo a imensa maioria não concorda com essa estupidez de pedir a volta da ditadura. Tanto é que a Rede Globo, golpista por essência não divulgava este detalhe quando mobilizava o povo para ir à Avenida Paulista. 31 de março está chegando. E aí veremos quantos, de fato, são os manifestantes que pedem a volta da ditadura.

SwissLeaks
A senadora Fátima Bezerra é um dos três nomes indicados pelo PT para a CPI que vai investigar a evasão de dinheiro para o HSBC na Suíça. Quase 6.600 brasileiros altamente privilegiados que levaram nada menos que 8,5 bilhões de dólares para fora do País, sonegando impostos. Dinheiro este, todo de origem duvidosa, quando não claramente roubado, especialmente da Privataria dos tempos FHC

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A princesa Isabel assinou a lei Áurea depois de ter assinado a Lei do Ventre Livre e a Lei do Sexagenário. Assinou, assim, a sentença de morte do império. Monarquistas históricos, ao perderem seus escravos, viraram “republicanos” de carteirinha e foram às ruas, para derrubar dom Pedro II. Mas não tinham nada contra ele. Era o medo da princesa abolicionista se tornar imperatriz com plenos poderes. O mesmo espírito prevalece hoje em nossas elites. Vejam os cartazes e entendam parte do imenso ódio que a elite arrogante tem contra Lula, Dilma e o PT.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Mais democracia e menos corrupção

A concentração das imagens na Avenida Paulista durante cerca de uma hora em que fiquei em frente à TV me deram a certeza de que não se trata de um movimento pequeno. O governo Dilma e o PT devem levar em conta o que está acontecendo. Inclusive, ouvindo as críticas internas, que não são poucas e que exigem que o governo penda cada vez mais para a esquerda, pois a direita, já se viu que não tem como agradar. Ela quer  golpe, quer ditadura, quer sangue. Os ministros falaram em reforma política e combate à corrupção. Infelizmente, não contarão com os manifestantes de ontem, mas só dos da última sexta-feira, 13, contra a corrupção e pela reforma política que, se for feita de maneira correta, aprovando-se mudanças profundas, com certeza será um dos melhores caminhos para garrotear a sangria da corrupção que grassa e desgraça o País. Não contará porque há uma parcela dos manifestantes, parcela não tão grande, porém bem mais barulhenta e que por isso aparece mais, que não quer saber de democracia nem de ética. Quer ditadura e, como se sabe, em ditadura não há controle para a corrupção nem para ética, porque não existe liberdade de fiscalizar nem de denunciar, muito menos para julgar e condenar corruptos sentados no trono do poder absoluto. Como dizia Lord Acton: “O poder tende a corromper. E o poder absoluto corrompe absolutamente”. Não se viu um cartaz pedindo punição aos corruptos da Lista de Furnas, onde está Aécio Neves, nem a Operação Judas que pegou Zé Agripino, tampouco para os corruptos do Tremsalão, onde se encontram os tucanos que governam São Paulo e roubaram bilhões do metrô ao longo de 16 anos. Nenhuma frase sobre os 6.776 corruptos que esconderam bilhões e mais bilhões no HSBC na Suíça, com destaque para tucanos da época das privatizações de FHC. Inegavelmente, foi um grande movimento. Bem menor do que querem fazer parecer, mas sem sombra de dúvidas, um grande protesto. É bem verdade que é preciso entender o que tem por trás dele, quem o financia, o que moveu a maioria dos que ali estavam. Nada disto, porém, não desqualifica o movimento. O que o desqualifica é a seletividade da corrupção, como se aos tucanos e “demos” fosse dado constitucional e eticamente o direito de dilapidar os cofres públicos, é o pedido estúpido de intervenção militar e o pedido de impeachment que nem Ayres Brito, o ex-ministro do STF, de extrema direita e antipetista empedernido teve a cara de pau de defender, fazendo um pronunciamento profundamente lúcido ontem no Bom Dia Brasil.

Vaias estrondosas
Saíram de suas casas, crentes que iriam ter seu dia de heróis. Jair Bolsonaro, o capitão da extrema direita, nazista raivoso, odioso, odiento, homofóbico, “negrofóbico”, “esquerdofóbico”, esperava ser carregado nos braços do povo, como “salvador da Pátria”. Tomou uma tremenda vaia. Paulinho da Força,  o Joaquim Silvério dos Reis do Movimento Sindical, esperava também ser ovacionado, glorificado, ornado com uma coroa de louros, porque é contra Dilma... Os dois foram estrondosamente vaiados. O que prova que nem todo mundo que ali estava é a favor da estupidez. Temos que reconhecer que também há inteligência fora da esquerda e que, mesmo os que querem tirar Dilma do trono, não querem políticos que são contra Dilma e o PT.

Da “zelite”, sim
Por mais que ontem, comentaristas de TV tenham tentado convencer de que o movimento anti-Dilma e anti-PT não é mais apenas da elite, a realidade mostra exatamente isto. Fiquei atento ontem pela manhã às imagens das manifestações em todas as cidades brasileiras que receberam cobertura da Rede Globo. Não vi negro em nenhum deles, não vi gente com cara de quem mora nas periferias, de quem iria pegar marmita ontem às cinco da manhã para ir labutar no chão da fábrica, ninguém ali tinha cara de “sem terra”, de “sem teto”, de desempregado. Já os panelaços que se deu quando os ministros falavam, foram todos em prédios, onde só mora classe média alta. Gente chique. Ao que parece nenhuma daquelas dondocas que batiam panelas, jamais sentiu quentura de boca de fogão no pé da barriga. Panelas sem amassaduras, coisa de gente que come em restaurante de luxo.

Pacífico, mas nem tanto
Outra falácia é a das marchas pacíficas. Foram presos manifestantes com rojões, houve confronto com a PM em Brasília, houve agressão a um idoso em um das marchas do Brasil e um casal que defendia o governo Dilma em Nova York foi agredido pelos manifestantes. Queimaram coletivos em BH e atearam fogo à sede do PT em Jundiaí, lembrando os nazistas que adoravam queimar, como o fizeram com livros, com judeus e com o Reichstag, sede do parlamento alemão.

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 Não se esqueçam deste cartaz. Ele fala diretamente a algumas dezenas de milhares de “militontos” que foram às ruas no domingo passado, seja na Avenida Paulista, seja em Brasília, seja em Mossoró, exigindo ética e democracia.

sábado, 14 de março de 2015

O golpe está sepultado

Segundo site 247, as manifestações em defesa da democracia, do governo Dilma Rousseff, da Petrobras e a favor dos direitos trabalhistas, puxadas pela CUT, MST e UNE, movimentaram 24 Estados e o Distrito Federal na última sexta-feira, 13. As bandeiras e os adesivos com o nome da presidente eram frequentes e os discursos contra qualquer possibilidade de golpe e de um impeachment dominaram todos os atos. Em São Paulo, onde ocorreu a maior movimentação, mais de 40 mil pessoas foram às ruas, segundo dados do Datafolha. A grande adesão aos atos da última sexta surpreendeu até o governo, que temia conflitos com grupos contrários a Dilma, mas todas as manifestações foram pacíficas. Mesmo que a marcha deste domingo, 15, capitaneada pela oposição seja bem-sucedida, os atos deste 13 de março revelam que o governo da presidente Dilma tem um forte bloco de apoio e que qualquer iniciativa golpista será rechaçada nas ruas. Em outras palavras, é possível dizer que o golpe morreu. Hoje quem irá às ruas é a oposição. Mas vai tímida. Vai consciente de que o seu discurso de que “o povo brasileiro” quer a derrubada de Dilma, é uma mentira deslavada, pois, assim como os manifestantes de ontem não representam todos os brasileiros, os de amanhã também não representarão. A ilegitimidade é tanta que não se fala em entidades não governamentais nem nas siglas partidárias, tampouco em movimentos sociais que estão articulando e financiando o ato de amanhã. O discurso muda a cada hora. Vai do pedido patético de intervenção militar, à defesa da entrega da Petrobrás, com Pré-Sal incluso, para os americanos, tendo pelo meio um discurso de ilegitimidade da eleição que manteve Dilma no Palácio do Planalto, até a defesa de impeachment, mesmo que nenhum passo tenha sido dado neste sentido. O que quer dizer que o pedido é uma farsa para enganar os incautos que estão sendo convidados para servirem de “Marias-vão-com-as-outras”. O PT e o governo contabilizam entre tantos saldos do movimento de ontem, a certeza de que o recado foi dado: Não haverá impeachment, porque a tentativa é ilegítima e, portanto, se torna golpista. E que, se isto for tentado, o Brasil verá suas ruas se encherem de vermelho para defender a vitória que se conquistou nas urnas, na Justiça e nas ruas. Quem falar em “Fora Dilma”, a partir de ontem, sabe que está defendendo o indefensável, ou seja, o golpe. Por sinal, 15 de março tem uma simbologia muito expressiva. É a data em que se comemoram as posses dos gorilas de plantão: Costa e Silva, Geisel e Figueiredo.

Virada paulista
Excelente artigo do excelente Saul Leblon mostra alguns detalhes que não podemos descartar como fatores de análise do quadro que se desenhou a partir do mar vermelho de anteontem. Vejamos: As mobilizações desta sexta-feira mostraram que o PT deve perder o medo das ruas. Mais que perder o medo. Apostar nelas.

Surpresa geral
A manifestação robusta que irrompeu no coração do conservadorismo brasileiro surpreendeu o mundo político, surpreendeu a mídia conservadora, surpreendeu os sindicalistas, surpreendeu um PT, de lideranças graúdas inexplicavelmente ausentes, e certamente surpreendeu também o golpismo, assim como não era esperada tampouco pelo governo.

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Alguns, os mais entusiasmados, falavam em 100 mil pessoas lavadas pelas das águas de março na descida da Consolação, rumo à Praça da República. Que tenham sido 50 mil. Ou, por baixo, os 41 mil do Datafolha. A verdade é que depois do aguaceiro humano e político desta improvável sexta-feira 13, o Brasil não é o mesmo. E o Brasil não é o mesmo porque em São Paulo a rua não é mais da direita. Nem mesmo a Rua Direita.

quinta-feira, 12 de março de 2015

O tsunami Pedro Barusco

Um abalisadíssimo artigo da lavra de Juremir Machado da Silva retrata muito bem a situação atual do Brasil. Pena que o espaço seja para tudo que ele fala a favor e contra o PT, mas sempre em defesa da apuração e da depuração da corrupção que grassa e desgraça a vida nacional. Vejamos:  O depoimento de Pedro Barusco não deixou pedra sobre pedra. O resumo do vendaval é simples: de 1997 para cá a roubalheira na Petrobras foi ao fundo do poço. Sugou-se tudo o que pode como base partidária. Paulo Roberto Costa lançou as primeiras pedras: não existe doação de campanha, mas só empréstimos de empresas com juros altos. Quem empresta, cobra e quer retorno com lucros exorbitantes (...). É a lei do presidencialismo de coalizão: apoio tem preço e exige recursos públicos. Conforme Barusco, tudo começou na época de Fernando Henrique Cardoso. A oposição quer transformar o geral em particular e punir apenas o PT, de quebra derrubando Dilma com um panelaço que começará em Miami e se espalhará pelos Jardins paulistanos e pela Barra da Tijuca, no Rio. A idéia, como bem flagrou o ex-tucano Bresser Pereira, é particularizar a corrupção para extravasar o ódio de classe aos programas sociais do petismo. A corrupção é apenas um pretexto. (...) Estão tentando um golpe de Estado via impeachment em nome da repulsa que sentem pelo melhor do PT: a opção pelos pobres (...) O cidadão honesto quer que todos, de qualquer partido, sejam punidos. O PSDB flerta com o golpismo. Estimula a tentativa de impeachment, mas, quando questionado, não a assume oficialmente. Dá o tapa e esconde a mão. A mídia lacerdinha já aderiu ao golpismo como fez em 1964. Se acreditamos que os delatores falam a verdade quando entregam os roubos do PT, devemos acreditar que também falam a verdade quando entregam os roubos do PP, do PMDB e do PSDB. Por que falariam a verdade num caso e mentiriam nos outros? Depois de passar anos denunciando a obsessão petista por teorias da conspiração e vitimização, tucanos, pepistas e peemedebistas passaram, repentinamente, a fazer o mesmo. Os delatores que ontem só falavam a verdade passaram a ser mentirosos compulsivos. Nesse tsunami não tem marolinha nem gente fazendo onda. É tudo vagalhão.

Começou com ele
Em entrevista ao jornal espanhol El País, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos 34 congressistas investigados pelo Supremo Tribunal Federal por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras, disse que a "porteira da corrupção" na estatal foi aberta pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB); "Desde que alteraram o regulamento de licitações da Petrobras. 

Começou com ele II
Ela deixou de obedecer a lei 8.666, das licitações públicas e passou a ter um regulamento próprio, por carta convite. A partir disso se formaram os cartéis e foi a porteira da corrupção", disse Cunha, referindo-se ao decreto 2.745, assinado por Fernando Henrique em 1998;  "Ninguém está imune a investigação.

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"A imprensa está querendo jogar. Fazer um jogo que nós não vamos entrar nele. Não é um ato pró-Dilma, não é um ato contra a Dilma", afirmou o presidente da CUT-SP, Adir dos Santos Lima, sobre a manifestação de hoje. "O foco dessa manifestação é muito claro. É em defesa do direito dos trabalhadores, em defesa da democracia, em defesa da Petrobras e pela reforma política no Brasil. As entidades de classe e os sindicatos têm também reivindicações que estão paradas no Congresso, por exemplo, os metalúrgicos do ABC, tem uma pauta de renovação de frota que acham importante dar visibilidade para isso, os bancários têm a sua pauta, o MST pela reforma agrária. Todas as entidades que tiverem palavras de ordem que couberem dentro dessa manifestação são todos bem-vindos. Mas os eixos são esses quatro", explicou o representante da CUT.

quarta-feira, 11 de março de 2015

O Brasil que produz: Nordeste supera Sudeste na produção de grãos

Fernando Brito escreveu um excelente artigo sobre a previsão de safra que foi divulgada pelo IBGE. O Nordeste supera o Sudeste na produção de grãos. Brito pergunta: Mas não eram uns indolentes? Seria bom ver as caras dos que, como o estúpido Diogo Mainardi e uma reca de sudestinos tão pernósticos e preconceituosos quanto ignorantes que disseram ser o Nordeste uma região que depende exclusivamente do Bolsa-Família. Vejamos: Na previsão de safra anunciada ontem pelo IBGE, pela primeira vez na história, o Nordeste brasileiro vai ficar à frente da região Sudeste na produção de grãos. A Bahia, que tem na região Oeste (vizinha ao Piauí e ao Maranhão, onde também há forte cultivo) e na cidade de Barreiras a sua “capital da Soja” deixa para trás o Estado de São Paulo. A seca influiu? Sim, mas também influi, e todo ano, nas lavouras nordestinas. Mas o que houve mesmo foi um crescimento sensacional da produção nordestina. Comparando à safra passada, enquanto o IBGE registrava aumento  de 0,4% na região Norte, de 5,1% na região Sudeste e de 7,0% na região Sul, no Nordeste este crescimento alcançou  20,4% ! Foram 18,9 milhões de toneladas, contra 7,3 milhões de toneladas na safra 2001/2002, um crescimento muito maior que a média nacional, na qual já foi imenso, com a dobra da safra. “O Nordeste tem aquela visão otimista, ele não sabe ainda se vai colher, mas ele está plantando”, diz o gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, Mauro Andreazzi, à Agência Estado. E é só o início, porque com programas de irrigação, isso pode ser muito maior. Para os que chamam os nordestinos de indolentes, atrasados, “bovinos” está aí uma boa razão para ruminarem as besteiras que dizem.

Bonzinho pra tucano
O site de Luis Nassif,  garante que o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot ficou de entregar a lista dos políticos ao STF (Supremo Tribunal Federal) às 8 da manhã de quinta-feira. A lista só chegou no final da noite, entregue por um subprocurador. O Mi-nistro Teori Zavascki tinha certeza que, dentre os nomes, estava o do senador Aécio Neves. Espantou-se quando constatou que ficara de fora. A rádio corredor do STF sustenta que a decisão de deixar Aécio de fora foi tomada na noite anterior.

Bonzinho pra tucano II
Teori deixou escapar uma opinião: “Não sei se era para Aécio estar ou não na lista. Mas entrou na lista gente com muito menos coisa que ele”. Na nota oficial, Teori explicou que não caberia ao STF definir quem poderia ou não ser indiciado – esse papel é do PGR – mas apenas analisar os procedimentos.

Todos nas ruas no dia 13
24 capitais já confirmaram o horário e o local onde realizarão o ato do dia 13 de Março, Dia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora, da Petrobras, da Demo-cracia e Reforma Política, Contra o Retrocesso.  Como deixa muito claro o manifesto assinado por representantes dos movimentos sindical e social, o ato de sexta-feira é em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras, em defesa da sociedade brasileira. O presidente da CUT, Vagner Freitas, acrescenta que “não é um ato nem pró nem contra o governo”. Segundo ele, fazer manifestações para conquistar ou manter direitos, por mais e me-lhores empregos, por aumentos reais de salários, por saúde e educação de qualidade  é uma tradição da CUT e de todo movimento sindical brasileiro. “Foi assim que conquistamos a política de valorização do salário mínimo, a redemo-cratização do Brasil, apo-sentadoria para trabalhadores/as rurais, valorização da agricultura familiar e tantos outros benefícios para a classe trabalhadora”, pontua Vagner.

terça-feira, 10 de março de 2015

Recordar é viver: PT nunca defendeu impeachment de FHC

Esta matéria é de 1999. Uma prova concreta de como o PT não embarcou na ideia golpista de impeachment contra o mesmo FHC que agora incentiva por trás dos bastidores o movimento que irá às ruas no dia 15 de março e que faz panelaço taxando a presidenta Dilma de vagabunda. Voltemos um pouco no tempo e vejamos que o PT sabe ser governo porque soube ser oposição. Na hora certa foi às ruas pelo impeachment de Collor, mas não o foi pelo de FHC porque achou que não era cabível, como não é cabível agora contra Dilma: “Depois de mais de 24 horas de negociação e clima de confronto entre as tendências, os moderados do PT barraram a aprovação da proposta apresentada pelos radicais para que o partido adotasse o lema ‘Fora FHC’, que prega o impeachment do presidente Fernando Henrique. Foi a votação mais difícil para o campo majoritário do PT, formado pela corrente Articulação (de Luiz Inácio Lula da Silva e José Dirceu, presidente do partido) e pela Democracia Radical, tendência de José Genoino (SP), líder da legenda na Câmara. Isso porque, apesar de os moderados terem o apoio de 53% dos delegados, vários membros da própria Articulação eram favoráveis à aprovação do slogan. O texto aprovado, defendido em plenário por Dirceu, reconhece a legitimidade das entidades que defendem o lema, mas não o estabelece para o PT. Diz que o partido assume o compromisso de continuar na ofensiva ao governo, impulsionando movimentos populares, denunciando a corrupção, a dilapidação do patrimônio público e a quebra da soberania nacional para ‘derrotar’ FHC. Os moderados venceram a disputa por maioria numa votação em que os delegados levantaram seus crachás. A vitória só ocorreu porque os principais líderes da ala ‘light’, inclusive Lula, fizeram pressão para que os dissidentes da Articulação mudassem de posição. No plenário, os moderados acusaram os radicais de querer no poder Marco Maciel, o vice-presidente: ‘El, el, el, vocês querem Maciel’. Os radicais reagiram: "Ano, ano, ano, nunca vi tanto tucano". ‘Há companheiros que sobrevalorizaram o ‘Fora FHC’ e outros que subvalorizaram. Criou-se um acirramento desnecessário. Não é tirando FHC que combateremos o modelo econômico. Temos que eleger prefeitos e vereadores, levantar o alicerce da casa e concluí-la em 2002, ganhando as eleições’, disse Lula. Dirceu ameaçou até retirar sua candidatura à presidência do PT para convencer sua base. Lula discordou: ‘Eu fui presidente por 13 anos e tive que defender temas em que eu não acreditava’. Para Dirceu, os que defendem o lema querem só travar uma ‘luta interna’. ‘É uma mesquinharia política. Ninguém fez mais oposição a FHC do que eu.’ Líder dos radicais, o deputado Milton Temer (RJ) chamou os desafetos de incoerentes. ‘Já protocolamos pedido de impeachment do FHC e toda a bancada assinou. Por que então não fazer pressão política nas ruas? Isso não é um problema político, mas psicanalítico’."

Oposição coerente
Como se pode ver pela matéria acima, o PT não fez a oposição cega que se diz por aí. Tudo era muito analisado e debatido no partido. Quando uma ação partidária ia às ruas, tinha sustentação em argumentos sólidos.

Juízo
Parece que uma boa dose de juízo está começando a habitar as cabeças mais espiroquetadas de dias atrás. Renan e Eduardo Cunha assentam a poeira do discurso e se lembram de que não têm muita moral para botar o governo no canto da parede. Até porque o PMDB também é governo.  Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) procurou o vice-presidente, Michel Temer, para tentar explicar suas declarações sobre a lista de Rodrigo Janot; presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também diz que, a partir de agora, tentará moderar o discurso: "Não vou deixar passar a ideia de que nós vamos arrebentar o País."

Juízo II
Até FHC veio a público dizer o que não diz nos bastidores. Declarou que não há motivo para impeachment de Dilma Rousseff. E acrescentou que “impeachment é como bomba atômica; é para ameaçar e não para usar”. Ou seja, assumiu a carapuça de que está usando este expediente, mas não quer ser responsabilizado por uma tragédia que um bando de abestados está se preparando para levar às ruas no dia 15 próximo.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Veríssimo: o fenômeno do ‘espírito golpista dos ricos contra os pobres’

De Veríssimo, no Globo:  Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres. O pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no governo Dilma e a burguesia voltou a se unificar. Economistas liberais recomeçaram a pregar abertura comercial absoluta e a dizer que os empresários brasileiros são incompetentes e superprotegidos, quando a verdade é que têm uma desvantagem competitiva enorme. O país precisa de um novo pacto, reunindo empresários, trabalhadores e setores da baixa classe média contra os rentistas, o setor financeiro e os interesses estrangeiros. Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente. Não é preocupação ou medo. É ódio. Decorre do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez compromissos, mas não se entregou. Continuou defendendo os pobres contra os ricos. O governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres. Não deu à classe rica, aos rentistas. Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes voltou com força. Não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia insatisfeita. Dilma chamou o Joaquim Levy por uma questão de sobrevivência. Ela tinha perdido o apoio na sociedade, formada por quem tem o poder. A divisão que ocorreu nos dois últimos anos foi violenta. Quando os liberais e os ricos perderam a eleição não aceitaram isso e, antidemocraticamente continuaram de armas em punho. E de repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo. Nada do que está escrito no parágrafo anterior foi dito por um petista renitente ou por um radical de esquerda. São trechos de uma entrevista dada à “Folha de São Paulo” pelo economista Luiz Carlos Bresser Pereira, que, a não ser que tenha levado uma vida secreta todos estes anos, não é exatamente um carbonário. Para quem não se lembra, Bresser Pereira foi ministro do Sarney e do Fernando Henrique. A entrevista à “Folha” foi dada por ocasião do lançamento do seu novo livro “A construção política do Brasil” e suas opiniões, mesmo partindo de um tucano, não chegam a surpreender: ele foi sempre um desenvolvimentista nacionalista neokeynesiano. Mas confesso que até eu, que, como o Antônio Prata, sou meio intelectual, meio de esquerda, me senti, lendo o que ele disse sobre a luta de classes mal abafada que se trava no Brasil e o ódio ao PT que impele o golpismo, um pouco como se visse meu avô dançando seminu no meio do salão. Um misto de choque: “Olha o velhinho!” e de terna admiração. Às vezes, as melhores definições de onde nós estamos e do que está nos acontecendo vem de onde menos se espera. Outro trecho da entrevista: “Os brasileiros se revelam incapazes de formular uma visão de desenvolvimento crítica do imperialismo, crítica do processo de entrega de boa parte do nosso excedente a estrangeiros. Tudo vai para o consumo. É o paraíso da não nação.”

A que ponto chegamos...
Paulo Maluf declara: “Estou envergonhado e perplexo com meus colegas de partido o PT gaúcho”.

Inversão
Um panelaço aconteceu anteontem durante o pronunciamento da presidenta Dilma. Só em prédios de apartamentos de luxo, coisa de classe média alta. Gente que talvez nunca tenha pegado numa panela para lavar, esfregar, arear. Quando o PT pensou em inversão de prioridades, não imaginou que pudesse também criar inversão de simbologias. Pela primeira vez estamos vendo no Brasil, ricos de panela vazia e pobres de panela cheia. Os pobres fazem paneladas; os ricos fazem panelaços.

BBB político
O mais hilário dessa história é que o panelaço se deu em poucos bairros, de poucas cidades. Bairros ricos, prédios luxuosos. E o mais ridículo. A Rede Globo estava lá, em todos eles, dando a impressão de que o Brasil inteiro estava fazendo um panelaço contra a presidenta. E nos dando a certeza de que tudo foi montado e combinado com antecedência, numa espécie de BBB político/fascistoide.

Só filé...
Os protestos ocorreram em bairros ricos e da classe média abastada das seguintes capitais: São Paulo, em bairros como Aclimação, Pinheiros, Santana, Vila Leopoldina, Brooklin, Vila Mariana, Perdizes, Moema, Itaim Bibi e Morumbi; Brasília, em Águas Claras, no Sudoeste, em Guará, nas Asas Norte e Sul e Eixo Monumental, Rio de Janeiro, no Recreio dos Bandeirantes e em Ipanema, Goiânia, no Jardim Goiás, no Alto da Glória, em Bueno, em Bela Vista, em Pedro Ludovico e Marista, Curitiba, no Batel, Água Verde e Bigorrilho, Vitória, na Praia do Canto e Mata da Praia, Vila Velha - ES, na Praia da Costa e Itapuã e Belo Horizonte, nas regiões Centro-Sul, Noroeste e Oeste.

quarta-feira, 4 de março de 2015

O Rabo de palha de José Agripino

Oblog do Barbosa, de Natal traz uma retrospectiva do episódio do Rabo de Palha, envolvendo o muito honesto e muito ético senador José Agripino que agora vive a apontar com os dedos sujos, a presidenta Dilma Rousseff. Ameaçando até de ir ás ruas pedir o impeachment num gesto de cinismo sem medidas. Em1985, disputavam a prefeitura de Natal o ex-deputado estadual Garibaldi Alves (PMDB) e a ex-secretária de Estado, Wilma de Faria, no então PSD. Wilma tinha o apoio do prefeito biônico José Agripino Maia (PSD) e Garibaldi do então governador Geraldo Melo (PMDB). Num domingo pela manhã, salvo engano, no Centro de Convenções de Ponta Negra, Agripino reúne os prefeitos da Grande Natal para organizar o que seria uma distribuição de feirinhas na calada da noite na véspera do pleito. Os prefeitos do PSD iriam fazer uma espécie de invasão a Natal com seus exércitos para distribuir as tais feirinhas. Ocorre que o Agripino não contava com o inesperado. O governador Geraldo sabedor por fontes bem informadas desta reunião, tratou de surpreender seus adversários. Mandou alguém se infiltrar na reunião e gravar o que estava sendo tramado. No mesmo domingo, à noite, a bomba estourou no Fantástico. Resultado: Garibaldi ganhou a eleição.

Genoíno tem a pena extinta
A partir de agora, o petista não tem mais pendências com a Justiça. Ontem, quarta-feira (4), o STF extinguiu a pena do ex-deputado federal José Genoíno (PT-SP), condenado a quatro anos e oito meses de prisão na Ação Penal 470. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, havia encaminhado à Corte, na última quarta-feira (25), parecer favorável à exclusão da punição de Genoíno. O ministro Luís Roberto Barroso tinha a possibilidade de decidir monocraticamente, mas consultou o plenário.

Genoíno tem a pena extinta II
O voto favorável do ministro Barroso foi acompanhado pelos demais presentes em plenário. Preso em 2013, Genoíno cumpriu pena em regime fechado até que, no início de 2014, obteve autorização para tratar problemas cardíacos em regime domiciliar. Em maio do mesmo ano, precisou voltar à prisão, tendo progredido para regime aberto em agosto.

E agora?
E agora? Como fica a arrogância de Joaquim Barbosa  que manobrou abusivamente para prejudicar José Genoíno e aparecer na mídia tentando se projetar para uma candidatura presidencial, quando não tem cacife nem para ser vereador de uma cidadezinha de 5000 habitantes. Como fica sua chicana? A atitude irresponsável de esconder documentos no processo de julgamento? Como ficam as negativas do direito de ser tratado de doença séria? Como fica a atitude criminosa dos médicos cretinos que o mantiveram em cárcere pondo em risco a sua vida. Como fica o mandato de deputado dado pelo povo paulista e que lhe foi vergonhosamente roubado? Como fica a execração pública que sofreu na imprensa golpista?

Impunidade ditatorial
Com certeza tudo isso fica impune, como ficou a penalização de Humberto Costa, com a perda do Ministério da Saúde e da eleição de governador de Pernambauco. Julgamento depois reconhecido como errado por um egrégio tribunal que o inocentou, como agora acontece com Genoíno. Ficará como ficou, impune e escondida da mídia, a molecagem que fizeram com a ex-ministra Erenice Guerra quando tiveram a necessidade de levar a eleição de 2010 para o segundo turno. A safadeza da mídia e da Justiça brasileiras não está sujeita ao império da lei. No Brasil  impera qualquer tipo de banditismo e molecagem,desde que sejam contra os quatro “Ps”: Pretos, Pobres, Putas e petistas.

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A direita estúpida está dando palanque e discurso a Lula. Ele poderia ser candidato a presidente em 2018, ou não. Mas a direita imbecil o empurra para a candidatura; Ele não gostaria de ir ás ruas agora. Mas o ataque descomunal ao governo Dilma, á PEtrobrAs e ás insitiuções democráticas, em geral, estão lhe obrigando a ir ás ruas. E aí... Sopa no mel. Fica iniciada a campanha Lula lá 2018. O PT agradece.

segunda-feira, 2 de março de 2015

A história completa da operação que pode levar José Agripino à cadeia (5)

Prosseguimos com a publicação da reportagem, de Daniel Dantas Lemos no seu respeitado blog “De Olho no Discurso”.

As delações de Agripino
Abril de 2012. O empresário paulista Alcides Barbosa está preso, em São José do Rio Preto, desde a deflagração da Operação Sinal Fechado em novembro de 2011. Assistido por advogados pagos pelos demais envolvidos, Alcides percebe que a sua defesa, na verdade, não o defende e seu objetivo é mantê-lo encarcerado para garantir o seu silêncio. Ciente disso e sabedor de que tem coisas a dizer que implicariam parte considerável da classe política do RN e alguns nomes de São Paulo, Alcides topa fazer um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público. No seu depoimento, confirma algo dito pelo empreiteiro Gilmar da Montana no dia de sua prisão: o líder do esquema, George Olímpio, deu um milhão de reais de propina para o senador José Agripino Maia, presidente nacional do Democratas. E detalha a história: o encontro se deu no apartamento do senador em Natal. O empresário José Bezerra de Araújo Júnior, o Ximbica, emprestou quatro cheques de R$ 250 mil para a transação. O objetivo era tentar garantir a manutenção do negócio de inspeção veicular para o grupo de George no futuro governo Rosalba. Como o objetivo não foi alcançado e temendo a repercussão do caso, Agripino recebeu George e Alcides em sua casa em Brasília no início de 2010 e devolveu metade dos cheques que ainda não tinham sido descontados. Alcides não sabia se Agripino devolvera os outros quinhentos mil reais. Segundo semestre de 2014. Foi a vez do advogado George Olímpio, apontado como líder do esquema, realizar um acordo de delação premiada com o MP. A partir do seu depoimento, confirmando o que disse Alcides, o procurador geral de justiça ofereceu denúncia contra o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza. Os dois disseram, e posteriormente o MP confirmou, que Ezequiel recebeu R$ 300 mil de George para aprovação da lei que autorizava o Governo do Estado a contratar o serviço de inspeção veicular obrigatória. Os depoimentos de George Olímpio também implicaram o senador democrata José Agripino – o MP confirmou em entrevista que remeteu à Procuradoria Geral da República informações acerca do envolvimento de políticos com foro privilegiado. Cabe à PGR investigar e denunciar senadores da República. Pano rápido. Operação Lava Jato. Dentre os vários delatores que já fizeram acordo para colaboração premiada com o Ministério Público Federal e a Justiça Federal, Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras que confessou receber propinas desde 1997, estimou que o PT teria recebido US$ 200 milhões decorrentes de propinas das empreiteiras. Pano rápido. Diante dos dois fatos citados, é comum vermos duas posturas diferenciadas. Soube de um jornalista potiguar, com programa de grande audiência no rádio, que teria dito sobre as delações contra o PT: “Ninguém vai fazer uma delação premiada e mentir. Aí tem coisa”. Aí, diante das denúncias contra Agripino e Ezequiel, o mesmo personagem afirmou que “são apenas depoimentos. Não há nenhuma prova e os dois têm uma vida limpa”. Qual motivo existe para que, na opinião não apenas desse jornalista, o depoimento de Pedro Barusco sobre o PT ter poder de verdade, enquanto as falas de George e Alcides sobre Agripino serem considerados apenas depoimentos sem prova? Como ele poderia explicar isso – se é que poderia? Há outro depoimento sob delação premiada na Operação Sinal Fechado. Trata-se de Marcus Vinicius Furtado da Cunha, que foi procurador do Detran. Comenta-se que tanto Marcus como George haviam gravado encontros e guardado documentos com os fins de se protegerem. Esse material, se existente, foi repassado ao Ministério Público no âmbito da delação de ambos. Agripino seguirá negando? João Faustino faleceu em janeiro de 2014. Antes de morrer, escrevo um livro: “Eu perdoo”. Ex-deputado federal, Faustino foi fundador do PSDB. Na legislatura de 2003 a 2010, foi suplente do senador Garibaldi Filho (PMDB). Em 2010, foi eleito como suplente do senador José Agripino Maia (DEM). Quando suplente de Garibaldi, atuou como subchefe da Casa Civil do governo de São Paulo. O governador era José Serra (PSDB) e o chefe da Casa Civil era Aloysio Nunes (PSDB). Ambos são senadores por São Paulo hoje. No fim de março de 2012, vazou para a imprensa um depoimento prestado por José Gilmar de Carvalho Lopes, o Gilmar da Montana, ao Ministério Público. O depoimento de Gilmar, dado quando de sua prisão na Operação Sinal Fechado, em novembro de 2011, era bombástico: Gilmar informava que o consórcio Inspar, liderado pelo advogado George Olímpio, pagara R$ 1 milhão como propina para a campanha de José Agripino (DEM) e Rosalba Ciarlini (DEM). O objetivo era garantir a manutenção do negócio de inspeção veicular obrigatória pelo Governo do Estado. Agripino se apressou a desmentir. Até os advogados de Gilmar foram a público para negar. Escrevi sobre o tema para o Vi o Mundo, de Luiz Carlos Azenha. Agripino não teve sossego. Aproximadamente um mês depois, veio a público o conteúdo da delação premiada do paulista Alcides Barbosa. Barbosa reforçava a versão contada inicialmente por Gilmar da Montana e dava detalhes, como o fato de que o empresário José Bezerra Júnior, “Ximbica”, ter emprestado o dinheiro, já que George Olímpio não teria todo o dinheiro no momento do acordo. O acordo de Olímpio teria se dado poucas semanas antes da eleição em um encontro na parte superior da cobertura de José Agripino em Natal. Mais uma vez, Agripino negou. Mais que isso: em outubro, o então procurador geral da República, Roberto Gurgel, decidiu arquivar a investigação contra o senador. A decisão de Gurgel se baseou em declarações registradas em cartório de Gilmar, retificando seu depoimento original, e de George negando tudo. Neste fim de semana, foi a vez de o depoimento em delação premiada do próprio George Olímpio falar sobre o acerto milionário com José Agripino. O senador, como esperado, desmentiu Olímpio, negando tudo. Até que ontem (24), o Ministério Público publica um áudio em que conversam George Olímpio e João Faustino, na casa do último: João continua: “Ele [Carlos Augusto] diz que se lembra, sabe das negociações que Zé Agripino fez, sabe que você se comprometeu”. – George: “Fora a negociação, daquele dinheiro, tem uma parte que foi dada. (...) e mais cento e cinquenta. Eu dei uma parte por último, que ele me pediu, eu dei por último. R$ 150 [mil], um cheque, que ele pegou dinheiro daquele rapaz, que fica lá na tevê, na Tropical”. – João: “Sei, sei, o sobrinho dele, Tarcísio”. – George: “Tarcisinho, que vence em setembro o cheque. Mais R$ 150 [mil], no final da campanha ele disse assim: ‘George, eu preciso de você’”. – João: “Você deu R$ 200 mil, não foi?”. – George: “Eu dei R$ 300 mil, em dinheiro. Marcílio deu R$ 400 [mil], Ximbica deu R$ 300 [mil]”. – João: “Mais 150”. – George: “Na última semana ele me chamou e disse: ‘George, eu preciso de você’. Mais 150”. – João: “Fora os juros”. – George: “Os juros eu já vou pagando. Agora, em Brasília, ele me pediu para pagar o desse mês. Chega eu fiquei destreinado”. A minha dúvida é se o senador ainda conseguirá negar ter sido recebedor dessa propina que, na verdade, superou R$ 1 milhão em R$ 150 mil. São quatro diferentes depoimentos, o último deles vindo de seu suplente na eleição de 2010, João Faustino. Agripino vai desmentir Faustino?