sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A história completa da operação que pode levar José Agripino à cadeia (3)

No depoimento vazado recentemente, Montana diz ter sabido do repasse de R$ 1 milhão para as campanhas de Agripino Maia e Rosalba Ciarlini por parte do esquema da quadrilha no Rio Grande do Norte. Na nova matéria, algumas coisas chamam a atenção em comparação ao texto distribuído pela assessoria de imprensa do senador José Agripino no fim da semana passada. Em primeiro lugar, trata-se de um advogado diferente daquele cuja entrevista foi publicada na Tribuna do Norte. A Tribuna publicou entrevista com José Luiz C. de Lima. Já o JH entrevistou Arsênio Pimentel. Lima não atacou o MP, mas alegou que: 1) Gilmar foi levado do hospital para prestar depoimento, estando, pois, medicado; 2) O depoimento teria sido prestado sem assistência de advogado; 3) Gilmar teria negado em novo depoimento o teor do primeiro. Acontece que Gilmar foi preso em casa na manhã do dia 24 de novembro e levado imediatamente ao MP para prestar depoimento. Depoimento esse acompanhado pela advogada Claudia Cappi. Além disso, quatro dias depois de preso e após ter sido internado, Gilmar foi conduzido para novo depoimento, no qual permaneceu em silêncio – não desmentiu o depoimento anterior. Diante das incoerências dessa defesa inicial, outro advogado – Arsênio Pimentel – foi acionado para dar a entrevista ao JH. E as coisas parecem um tanto mais confusas. Arsênio Pimentel ataca o Ministério Público de várias formas: 1) Diz que Gilmar recebeu promessa de delação premiada para dizer o que disse (Então, o que disse é verdade?); 2) Afirma que, se fosse levado a sério o depoimento de Gilmar, o caso teria saído da Vara Criminal e sido encaminhado para o “STJ ou STF” (Então, não é real o que ele disse? Estou confuso agora. De todo modo, o foro do senador seria o STF, não o STJ). 3) Pimentel afirma que Gilmar apenas assinou o que foi escrito pelo MP, não correspondendo ao que ele disse: “Não há delação premiada. Porque tudo o que Gilmar ‘falou’ o Ministério Público já sabia. Falou o quê? Porque tem um texto escrito e a assinatura de Gilmar embaixo. Aí ele ‘falou’. Não! Gilmar apenas assinou um papel”. Esse confuso relato me fez lembrar um depoimento dado sob tortura. Será que o advogado está insinuando que os promotores que colheram o depoimento torturaram o réu? 4) O advogado desconsidera o depoimento de seu cliente pelo fato de as investigações terem indicado agentes com prerrogativa de foro, como governadora, senador e desembargadores, mas o inquérito permaneceu na 6.ª Vara Criminal. No entanto, o próprio Ministério Público já esclareceu em diversos momentos que repassou todos os indícios que envolvem pessoas com prerrogativa para as devidas instâncias – sem prejuízo da continuidade das investigações. Mais interessante é que, nas novas declarações, surgiu o nome do remédio supostamente tomado por Gilmar (Frontal), não se fala mais em depoimento sem acompanhamento de advogada nem se insinua que Gilmar teria sido levado do hospital para prestar depoimento. Ou seja: mudança de advogado e de alegações. É de se esperar que mude novamente. Para desalento do senador José Agripino (DEM), essa defesa pública de Arsênio é, de novo, frágil. No mínimo, explicita uma mudança de postura do advogado difícil de explicar. Arsênio Pimentel assina a petição solicitando a revogação da prisão temporária de Gilmar da Montana no dia 25 de novembro de 2011 – no dia seguinte à deflagração da Operação Sinal Fechado. Na entrevista concedida ao Jornal de Hoje, Arsênio é bastante ácido contra o Ministério Público e sobre o próprio conteúdo do depoimento prestado por Gilmar. Em 25 de novembro, sua postura era outra: “Antes mesmo de adentrarmos na discussão jurídica que permeia o presente pleito, cumpre-nos trazer ao vosso conhecimento dois momentos distintos, porém, correlatos à ‘Operação Sinal Fechado’, sendo o primeiro, aquele diz respeito ao comparecimento da pessoa do requerente, José Gilmar da Carvalho Lopes, à Promotoria do Patrimônio Público, para prestar suas declarações; sendo, por sua vez, o segundo momento, o do dia de ontem, 24 de novembro de 2011, quando logo após o cumprimento da prisão temporária, o mesmo prestou, novamente, suas declarações, perante os representantes do Ministério Público Estadual, de maneira elucidativa e em colaboração com a investigação. ... O segundo momento que reputamos relevante considerarmos diz respeito às declarações prestadas por José Gilmar da Carvalho Lopes, ainda na manhã de ontem, 24 de novembro de 2011, onde, detalhadamente, a pessoa do Requerente respondeu, com riqueza de detalhes, aos questionamentos formulados pelo ilustre promotor, Eudo Rodrigues Leite, delimitando, assim, todos os aspectos e pormenores que eventualmente sugeririam dúvidas sobre a boa-fé de Gilmar, além de aspectos pertinentes aos demais investigados que, mesmo não tendo relações com os fatos da contratação realizada entre a Montana Habitacional e Construções Ltda. (MONTHAB) e as empresas GO Desenvolvimento de Negócios Ltda. e o Consórcio Inspar, o ora investigado tinha conhecimento e, por esta razão, entendeu ser relevante declará-los à autoridade investigativa”. Ao jornal, Arsênio disse que pouco valeu o depoimento de Gilmar. Mas à juíza do caso, em novembro, o advogado disse que Gilmar prestou “suas declarações, perante os representantes do Ministério Público estadual, de maneira elucidativa e em colaboração com a investigação”. Além disso, na entrevista, Arsênio disse que Gilmar não falou nada, apenas assinou o termo de declaração do MP, confirmando aquilo que os promotores disseram. À juíza, o advogado afirmou que “a pessoa do Requerente respondeu, com riqueza de detalhes, aos questionamentos formulados pelo ilustre promotor, Eudo Rodrigues Leite, delimitando, assim, todos os aspectos e pormenores que eventualmente sugeririam dúvidas sobre a boa-fé de Gilmar, além de aspectos pertinentes aos demais investigados”. O que foi dito, nas palavras de Arsênio, “com riqueza de detalhes”? * O ex-governador Iberê Ferreira de Souza recebeu uma cota de 15% dos lucros do Inspar.  * A ex-governadora Wilma de Faria também recebeu 15%.  * George Olímpio e João Faustino estavam agindo para que a inspeção veicular fosse retomada.  * George Olímpio fez doação de campanha a Wilma e Iberê na campanha de 2010.  * George Olímpio doou R$ 1 milhão, em dinheiro e de forma parcelada, na campanha de 2010 ao primeiro-cavalheiro Carlos Augusto Rosado e ao senador José Agripino Maia. (Esclarecimento: O advogado José Luiz Carlos de Lima, que atuou no primeiro momento na defesa do empresário Gilmar Montana é irmão deste colunista, mas pela seriedade do nosso trabalho não omitimos a informação. Além do que, não há que o desabone como profissional, visto que se limitou a atividades estritamente profissionais, como operador do Direito).

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A história completa da operação que pode levar José Agripino à cadeia (2)

Não é por acaso, então, que na conversa entre George e Gilmar da Montana, outro nome aparece convocando os membros da quadrilha. Diz Gilmar: “...Osvaldo queria falar com a gente... Eu não sei, você que sabe. Se você não quiser ir, não vá”. Além de José Agripino, agora é o desembargador Osvaldo Cruz que deseja conversar? O conteúdo da ligação combina perfeitamente com o que foi dito por Gilmar no depoimento – que José Agripino disse, depois, ter sido dado sob efeito de medicamentos. A primeira defesa do senador. O jornal Tribuna do Norte publicou, então, uma entrevista com o advogado de Gilmar de Montana, José Luiz C. Lima. A Tribuna é de propriedade do ex-deputado federal Henrique Alves (PMDB), aliado local da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e do senador José Agripino (DEM). Abaixo, imagem da versão impressa e um trecho da versão on-line:
O conteúdo da entrevista publicada na Tribuna do Norte é praticamente o mesmo da nota distribuída à imprensa pela assessoria do senador José Agripino (DEM) na quinta-feira. Uma frase me chamou muito a atenção, atribuída ao advogado: “Antes de mais nada, é bom deixar claro que eu não era advogado de Gilmar Lopes quando ele prestou aquele primeiro depoimento. Depoimento, aliás, que foi prestado, pelo que ele me disse, em condições de absoluto estresse emocional e debilidade física. Ele foi retirado do hospital às sete da manhã, sem saber nem para onde ia, sem assistência de advogado credenciado e sob efeito de remédios tranquilizantes”. Destaque-se a informação de que Gilmar teria sido retirado do hospital às sete da manhã, sem assistência de advogado credenciado. Gilmar foi interrogado duas vezes pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público estadual. Na primeira, logo após ser preso, deu o famoso depoimento, com a presença de sua advogada. Ele saiu de sua casa preso e foi direto para o Ministério Público. No dia 28, quatro dias depois da prisão e do primeiro depoimento, todos os presos foram levados para a promotoria para serem interrogados novamente. Dessa vez, Gilmar não quis falar nada. O primeiro depoimento de Gilmar foi acompanhado por um advogado, segundo consta no termo: Cláudia Cappi. Gilmar foi preso em casa. Passou mal no fim do dia 24, dia da prisão, após prestar depoimento. Depois de uma dor epigástrica forte e pico hipertensivo, Gilmar foi internado no Hospital do Coração, em Natal. Após ser preso, ele divulgou nota à imprensa em 26 de novembro, dois dias depois. Nesta nota, Gilmar esclarece, sem sombra de dúvidas: “Tive a minha casa e escritório devassados, fui preso e hospitalizado, me vejo condenado sem julgamento, com o meu nome negativamente exposto perante a sociedade, envolto em um ‘mar de lama’”. Ou seja, Gilmar foi hospitalizado após a prisão e o depoimento em que envolve o senador José Agripino. Atribuir a responsabilidade ao que foi dito é afirmar que os remédios o fizeram fantasiar a história do depoimento? Ou, é fazer crer que ele falou mais que devia por estar sob efeito de remédios? Desacreditar o depoimento de Gilmar é bom para vários réus, inclusive os ex-governadores Wilma de Faria e Iberê Ferreira. E quando Gilmar falou a outros interlocutores, confirmando o teor de seu depoimento ao MP, ele ainda estava sob efeito dos remédios? Quem é o advogado de Gilmar da Montana? O Jornal de Hoje (JH), veículo diário de imprensa em Natal, também publicou uma defesa do senador José Agripino Maia (DEM-RN), para tentar desqualificar o depoimento prestado por Gilmar da Montana ao Ministério Público em 24 de novembro de 2011, logo após ser preso em casa na Operação Sinal Fechado.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A história completa da operação que pode levar José Agripino para a cadeia (1)

Assim escreveu o jornalista Daniel Dantas lemos. E este colunista transcreve e assina embaixo, em cima e no meio...
Confira o relato detalhado da Operação Sinal Fechado e os bastidores do esquema de corrupção no Rio Grande do Norte, que tem comprometido cada vez mais o senador José Agripino Maia (DEM-RN), acusado de receber propina em troca de favores políticos. A Operação Sinal Fechado é resultado de investigação que se iniciou sobre o processo de inspeção veicular obrigatória no Rio Grande do Norte, mas que revelou um esquema mais antigo e sofisticado de corrupção. Com a pressão da mídia e da opinião pública, no início de 2011, o recém-empossado governo Rosalba Ciarlini (então no DEM) suspendeu a vigência do contrato que previa a inspeção veicular obrigatória em 7 de janeiro, por 45 dias. Em 9 de fevereiro de 2011, a governadora anunciou a anulação do contrato com o consórcio responsável, o Inspar, chefiado por George Olímpio, ainda que dissesse também que seria analisada a melhor maneira de realizar a inspeção veicular no estado. Mesmo assim, apenas no fim de maio o contrato foi efetivamente cancelado. Por quê? O que acontecia nos bastidores? Naquele dia, o governo do RN anunciaria o cancelamento do contrato de inspeção com o consórcio Inspar – cancelamento que somente foi efetivado em maio. Mas, antes disso, os envolvidos no esquema fraudulento já tinham recebido a notícia. As informações estão presentes nos documentos públicos da petição do Ministério Público e na denúncia contra os 32 investigados. Desses, 27 viraram réus, incluindo dois ex-governadores, Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira (PSB), morto em setembro de 2014, além de dois ex-diretores do Detran e empresários. O Ministério Público apontou como líder da quadrilha o advogado George Olímpio.

O que aconteceu naquele dia 9 de fevereiro?
Pela manhã, os membros da organização são informados de que o contrato do governo com o consórcio montado para faturar dinheiro com a fraude será cancelado. George Olímpio é convocado para ir a Brasília. Em telefonema a Gilmar da Montana, George diz: “Eu estou chegando no aeroporto. Eu tô indo para Brasília agora… Vou falar com o ministro [José Delgado] e com José Agripino… Eles mandaram me chamar lá, tô pegando o voo agora” (negrito é nosso).

Abaixo, o trecho da transcrição na petição da Operação Sinal Fechado:
Perceba que não foi George que pediu o encontro com o senador José Agripino, atualmente presidente do DEM, e José Delgado: “eles mandaram me chamar lá”. O interesse em conversar com George no dia do anúncio do cancelamento do contrato era de Agripino.
Em conversa subsequente, George conversa com o ex-cunhado, Eduardo Patrício, antigo dono da Delphi Engenharia e um dos réus da Operação Sinal Fechado. E Eduardo dá a senha: a solução possível é “seguir com José [Agripino]”.
Cerca de duas horas depois de George dizer a Gilmar que estava indo a Brasília, João Faustino diz a George que falou com José Agripino “e este iria ligar para a governadora e para Paulo de Tarso”. A reunião entre George e José Agripino, com o advogado José Delgado, seria às 18h no gabinete do senador em Brasília.
O que trouxe, pela primeira vez, os holofotes da Operação Sinal Fechado sobre José Agripino foi o vazamento, em março de 2012, do depoimento justamente do réu Gilmar da Montana, concedido em novembro de 2011. Gilmar informa ter sabido por George que foi repassado R$ 1 milhão para as campanhas de José Agripino e Rosalba Ciarlini por parte da quadrilha.

Continua amanhã

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Sobre promessas e compromissos

Alguns amigos, adversários ou até inimigos que estão cobrando, em nome da população serrana, soluções imediatíssimas, ações em “rito sumaríssimo” do governador Robinson Faria, da senadora Fátima e dos deputados Fernando Mineiro e Souza Neto, para os muitos problemas da Serra do Mel, tenho a esclarecer o caráter do evento que aconteceu domingo passado em minha residência na casa 8 da vila Amazonas, com presença de lideranças e ouvintes do programa A Voz da Serra, de todas as vilas do município. Era o meu 59.º aniversário, mas eu jamais tiraria tantas celebridades do justo descanso domingueiro na capital, onde as autoridades precisam recarregar as baterias para enfrentar o batente na segunda-feira, só pelo meu aniversário. Comemoramos domingo, também, também, e, principalmente, a centésima edição do programa A Voz da Serra, que começamos há pouco mais de dois anos na Rádio Difusora de Mossoró (1.170kHz). Inclusive, arriscando a própria vida, pois ele nasceu para ocupar o vácuo deixado pelo jornal O Serrano, do blogueiro Edinaldo Filgueira, assassinado exatamente porque estava divulgando os fatos condenáveis das autoridades serranas. Fatos que ora divulgamos até com mais evidência, pois a abrangência do programa é maior que a do jornal, que Edinaldo editava com um sacrifício heroico, a ponto de tornar-se mártir da liberdade de expressão. Fomos vítimas de três escaramuças, arremedos de tocaias que não se materializaram porque viram que não estávamos dormindo de toca. O programa continuou e hoje temos muito o que comemorar. A prova é que mais de mil ouvintes foram à nossa casa domingo passado abraçar os apresentadores e os visitantes, a família Difusora, patrocinadores, o governador, a senadora, os deputados e secretários. Pessoas que falam nas redes sociais ou em quaisquer outros meios de comunicação têm razão de querer ver soluções reais e urgentes. É isso que nós, em primeiro lugar, nós, que promovemos o evento, queremos. Li, vi e ouvi pessoas falando em políticos “Copa do Mundo” fazendo promessas em Serra do Mel domingo passado. Mas isto nem de longe, corresponde à realidade dos fatos, pois o governador Robinson não fez promessa nenhuma à Serra do Mel. Nem domingo, nem durante a campanha, quando sequer esteve em Serra do Mel. E esse foi um dos principais motivos de ter tido tantos votos lá, pois o seu adversário tinha prometido coisas demais, como, por exemplo, um poço profundo, no valor de três milhões de reais, que seria perfurado e instalado em apenas quinze dias... E mais de quinze meses depois, necas, como diria o grande “Seu Mané”. O senador Garibaldi tinha respondido ao seu candidato a prefeito em eleição passada que ia ver a possibilidade de instalar uma agência da Previdência Social, uma balela, tendo-se em conta o porte do município e a proximidade de Mossoró e Areia Branca, onde os serranos resolvem sem problemas, seus problemas previdenciários. José Agripino, o homem do “Show do Milhão” e do “Rabo de Palha”, o pior de todos os governadores de toda a história de Serra do mel, perdendo apenas para seu pai Tarcísio Maia o “Carrasco da Serra”, prometeu que não iria deixar morrer nenhum cajueiro em Serra do Mel e depois da suas promessas, morreram mais de um milhão de pés... Quanto ao governador Robinson Faria, senadora Fátima Bezerra e deputados estaduais Fernando Mineiro e Souza, afirmo que estão quebrando o paradigma do político “Copa do Mundo”, que só aparece de quatro em quatro anos. Esses quatro foram eleitos em outubro, tomaram posse em janeiro e fevereiro e ainda em fevereiro estão vindo à Serra do Mel agradecer os votos e reafirmar os compromissos de campanha. A Serra do Mel votou espontaneamente nos quatro, não teve os votos vendidos e agora está tendo moral para cobrar compromissos. De maneira diplomática e politizada. Sem agressões, mas com um estudo profundo dos problemas e o prestígio de quem votou consciente e conscientemente cobra a responsabilidade dos eleitos.

Devagar com o andor...
Cobrar a solução do problema da água, um trauma que se arrasta há quarenta anos em Serra do Mel, às 6:40 da manhã de segunda-feira, antes de começar o expediente na Governadoria e na Caern, é um excesso de boa vontade. E vale salientar que o governador não prometeu resolver o problema na segunda-feira. 

Compromisso não é promessa
Comprometeu-se de chamar o diretor da Caern no dia seguinte e determinar um estudo profundo sobre a problemática da sede em Serra do Mel, onde falta água nas casas e a água é derramada em vários poços, inclusive quatro deles, com capacidade para mais de cem mil litros por hora, além de duas adutoras e outras alternativas.

Perseverança não é pressa
A Serra do Mel tem pressa, mas tem consciência de que não elegeu um mágico nem um milagreiro, mas sim um governador que pegou um Estado com grandes dificuldades, o que a Serra quer de Robinson é determinação compromisso, atenção e foco e não milagres. Sabemos que o governador tem uma caneta e não uma varinha de condão.

FotoLegenda
Manuel Cândido recuperou seus direitos políticos usurpados numa das maiores injustiças já cometidas pela Justiça Eleitoral. Será o candidato do PT a prefeito da Serra do Mel na próxima eleição. Devo transferir meu título para a Serra do Mel para poder votar nele, já que não pude na eleição passada quando ele ganhou e a Justiça injustamente tomou a Prefeitura das mãos limpas dele e do povo serrano. Quem pensar em me jogar contra Manuel Cândido, perde tempo do mesmo jeito dos que tentam afastar Lula da presidenta Dilma Rousseff.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Obrigado a tod@s

O  domingo passado, 22 de fevereiro de 2015, foi um dia muito especial para mim e todas as pessoas e instituições que fazem parte da minha vida. Família, amigos, ADECOVAM – Associação do Desenvolvimento Comunitário, FAVIMEL – Federação das Associações das Vilas da Serra do Mel, das quais sou presidente, COOPERCAJU – Cooperativa dos Beneficiadores Artesanais de Castanha de Caju do RN, sediada em Serra do Mel e APISMEL – Associação dos Apicultores da Serra do Mel, das quais sou associado, Editora IMEPH, na qual trabalho e a Rádio Difusora de Mossoró, na qual mantenho todos os domingos, das 5 às 7h da manhã, há mais de dois anos, o Programa A Voz da Serra, que no domingo passado completou 100 edições no ar. É bem verdade que estava comemorando o meu aniversário, mas o que importou mesmo foi o momento de luta em defesa dos direitos dos colonos, mulheres, jovens e crianças da Serra do Mel, que tiveram as suas reivindicações apresentadas ao governador Robinson Faria, que se fez presente ao humilde alpendre da minha residência, na casa 08 da Vila Amazonas da Serra do Mel, falando para o povo da calçada da minha casa, ao lado da minha mãe, agora com 80 anos de idade, como fez, em 1986, na calçada do meu pai, José Ireno de Lima, na Rua Padre Cerveira, onde nasci, conhecida como Rua do Motor, em Santo Antônio do Salto da Onça. Na época, ele estava começando sua carreira política, como está começando o seu governo, tendo recebido 68% dos votos dos eleitores serranos, sem nunca ter visitado o município antes, numa grande demonstração de confiança dos eleitores nas lideranças que levantaram a bandeira da sua candidatura em Serra do Mel. O momento transcendeu a qualquer comemoração particular. Ali também estava a senadora Fátima Bezerra, que foi agradecer os 74% dos votos válidos da Serra do Mel; o deputado Fernando Mineiro, votado pelos petistas do município, e o deputado Souza, de Areia Branca, votado pelos aliados do PT na Serra do Mel. Mas não se tratou de um ato meramente partidário. Os secretários de Estado, Chagas Fernandes, da Educação, Divaneide, da Juventude, Hudson, da Articulação Institucional, Raimundo Costa, da Reforma Agrária, e o presidente estadual do PT, Eraldo Paiva. Alguns colonos que cerraram fileiras do outro lado na campanha passada estiveram presentes e foram muito bem tratados, porque estávamos reivindicando em prol dos interesses de toda a população: Água, Estrada, Segurança Pública, Ensino Médio, que é de responsabilidade do Estado, Assistência Técnica e Extensão Rural, RN Sustentável e outros editais, Terreno para construção de uma escola técnica profissionalizante, Recuperação da Cultura do Cajueiro, Recuperação da Apicultura e apoio à implantação de parques eólicos da Serra do Mel, cujo investimento já iniciou com um aporte de seiscentos milhões de reais, justamente na Vila Amazonas, onde o governador se fez presente. Agradeço de coração a presença de mais de mil colonos e seus familiares de todas as vilas da Serra do mel, todos em transportes próprios ou de amigos, sem que precisasse sequer ajudar no combustível. Agradeço aos prefeitos e vereadores que lá compareceram, com especialidade o prefeito de Novo Oriente, no limite do Ceará com o Piauí, à primeira-dama e secretária de Educação, um município com IDEB 7.8 e que adota nossos livros em suas escolas. Dos colegas da bancada do programa, com destaque para Raimundo Félix, que me acompanha nestes cem programas, acordando todos os domingos às 3h da manhã e chegando à Rádio Difusora às 5h, nos domingos em que deveríamos estar descansando de cada semana de grandes batalhas. Mas também a Marcos Victor, Manuel Cândido e Francisco André, o Chico do Sindicato, que já fizeram parte da bancada e vez por outra comparecem e dão suas valiosas contribuições. E de forma muito especial a todos os que fazem a Rádio Difusora. Em primeiro, a Paulo Linhares e Emerson Linhares, diretores que nos deram todo apoio. A Pablo Linhares e Pádua Júnior, que fizeram de tudo para viabilizar a transmissão ao vivo. A Ewerton Leite, que fez conosco de lá do nosso alpendre, o seu programa Difusora no Campo, a Chiquinho de Jaime, que também fez de lá, junto conosco, o Programa Ambiental na Cidade e no Sertão, à equipe de Esporte que também cedeu seu horário e a Rui Maurício, cujo horário do programa “Nelson Canta pra Você” não foi utilizado, mas ele estava disponibilizado pela sua imensa boa vontade. A Carlos Nascimento, do programa Voz do Povo, que em nome pessoal e nos nomes de Zé Mendes e do Dr. Elano Cantídio esteve lá representando aquele programa de audiência incalculável. A Jota Nilson, Locutor das Vaquejadas, e Joãozinho Marciliano, que deu uma grande força. E a todos que na retaguarda divulgaram e apoiaram de todas as formas na rádio, com especialidade os seus controlistas e Eijane Oliveira, que deu apoio gravando tudo que precisamos. Aos artistas Genildo Costa, cantor e compositor, José Ribamar e Jorge Macedo, Severino Feitosa e meu irmão José Luiz, violeiros, o aboiador Amâncio Sobrinho e os cordelistas Antônio Francisco, Paulo Tarso e José Augusto, que animaram a festa com versos magistrais. O poeta Paulo de Tarso veio de Tauá, no vizinho Estado do Ceará, com sua Rádio Web Confiança, que transmitiu tudo ao vivo, recebendo feedback de todo o Brasil, e até da Bolívia e dos Estados Unidos. Vereadores, prefeitos, vices e secretários municipais cujo destaque ficou para o presidente da FECAM, Silveira Júnior, e presidente da Câmara, Jório Nogueira, ambos de Mossoró, mas representando edis e alcaides de todo o Estado.


E um agradecimento muito especial a todos os que nos mandaram mensagens de felicitações. E aos que cumprindo a tradição dos aniversários nos levaram presentes quando o que lhe solicitamos ao convidar-lhes era somente as presenças. Às lideranças, como Diana, Euzébio e Juninho Maia, Castro e Chico do Sindimel, que ajudaram na mobilização e os que ajudaram na montagem da festa, em todos os detalhes da cozinha ao trabalho braçal. Acima de tudo à editora IMPEPH, patrocinadora do programa A VOZ DA SERRA, que não mediu esforços para garantir o brilhantismo da festa. A repercussão é a melhor possível e vamos, de agora em diante, acompanhar de perto a pauta apresentada às autoridades, monitorando e buscando as soluções, mesmo sabendo que o governador, a senadora, os deputados e secretários não têm varinha de condão e que não vão resolver tudo num passe de mágica. E ainda que os mandatos são de quatro anos e que em quatro dias, quatro semanas ou quatro meses não dá para se resolver problemas acumulados em 40 anos. Meus 59 anos de idade e de experiência me ensinaram que o possível, mesmo sendo bem menor que o desejado, é melhor, porque se torna realidade e melhora as vidas das pessoas.
Obrigado a tod@s.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Manifesto: O que está em jogo agora

Cinquenta intelectuais entre os mais importantes do Brasil. Lançaram um manifesto defendendo a Petrobras e a democracia. Muito importante que se leia, para que possamos entender como estão tentando desmontar a Petrobras para entregá-la de bandeja ao capital estrangeiro. Vejamos: A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia. Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais. Está à vista de todos, a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados. Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial. Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos. O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.

Assinam o manifesto
Entre os cinquenta intelectuais que assinam este manifesto, encontramos nomes, como: Cândido Mendes, Claudius Ceccon, Emir Sader, Fabio Konder Comparato, Franklin Martins, Ivone Gebara, João Pedro Stédille, Sepúlveda Pertence, Leonardo Boff, Luiz Pinguelli Rosa, Maria da Conceição Tavares, Marilena Chauí, Samuel Pinheiro Guimarães e Sílvio Tendler.

Listão
A lista do HSBC com evasão de recursos para a Suíça, sem passar pela Tributação, é algo equivalente a dez vezes o montante roubado da Petrobras. O período mais fértil corresponde ao tempo da venda das estatais por Fernando Henrique Cardoso. Não se constatou nenhum petista no super listão. A mídia não dá uma linha. Esta é a imprensa brasileira. Contra o PT, sim.

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Governador Robinson Faria hoje em nossa residência na Serra do Mel, Vila Amazonas, Casa 8. Mais que nosso aniversário, será a comemoração do centésimo programa A Voz da Serra e um momento de confraternização entre o governador, a senadora Fátima Bezerra, o deputado Fernando Mineiro, o deputado Souza, o deputado Betinho Segundo com o povo serrano que ajudou a elegê-los. Conhecerão mais de perto os problemas do município e assumirão os compromissos possíveis de realizar.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Por que nenhum jornalista quis ouvir a advogada da Odebrecht?

Vejamos o que nos traz Paulo Nogueira, do site DCM:  Se um dia a posteridade quiser aferir a miséria do jornalismo brasileiro nestes tempos, bastará consultar o desabafo da advogada Dora Cavalcanti, que defende a Odebrecht no caso Petrobras. Num artigo publicado na Folha, ela contou que nem um único jornalista a procurou para conversar sobre o encontro que ela teve com o ministro José Cardozo no dia 5 de fevereiro. Repito: nem um. Zero. Que havia interesse jornalístico na reunião é evidente. É só ver, primeiro, o tom apocalíptico com que a mídia a noticiou. E depois a reação histérica e despropositada de Joaquim Barbosa e do juiz Sérgio Moro. Por que, então, ninguém foi atrás de uma pessoa que participou do encontro? É que a mídia brasileira não quer ouvir ninguém que traga pontos de vista diferentes dos seus em relação ao caso Petrobras. Não há espaço para vozes divergentes. Não existe pluralidade. A grande mídia tirou de sua agenda opiniões discordantes. Ajudar o leitor a entender a complexidade de muitas situações é uma das funções mais sagradas da imprensa. A nossa abdicou disso há muitos anos. Se você mostra uma realidade parcial para o leitor é mais fácil manipulá-lo. Esta a lógica sinistra da mídia brasileira. Dora tem bons pontos. A questão dos vazamentos seletivos é um deles. Em outros países, pondera ela, isso é inaceitável. No Brasil, isso virou uma rotina – sem que se veja nenhum empenho em Moro em tentar pôr fim a elas. Os vazamentos seletivos, e este é outro bom ponto de Dora, atrapalham consideravelmente o direito de defesa dos réus. Em essência, é uma coisa injusta. Como teria se comportado Moro se os vazamentos não alcançassem os suspeitos de sempre? Bem, é uma hipótese inverossímil: a imprensa não publicaria nada. A advogada Dora Cavalcanti trouxe alguma luz ao caso Lava Jato com seu depoimento. Moro e Barbosa, em compensação, produziram sombras. Com sua agressão a Cardozo, Moro deixou claro, talvez involuntariamente, que está longe de personificar o ideal do juiz equidistante e imparcial. É uma má notícia para a sociedade. Não à toa, a imprensa deu a ele o mesmo ar heróico que no Mensalão fora de Barbosa. Os dois – Barbosa antes e Moro hoje – simbolizam o conservadorismo na Justiça nacional. Barbosa, no Mensalão, fez horrores sem virtualmente nenhum obstáculo. É um alerta. Moro não pode ter o mesmo caminho fácil agora que foi concedido no passado a Barbosa.  Seus métodos têm que ser desafiados quando necessário. Foi o que a advogada Dora Cavalcanti fez. A despeito do que a Justiça decida sobre o papel da Odebrecht na história, o gesto de sua advogada merece aplausos. De pé.

Privataria
Entre 1997 e 2001, houve uma corrida de brasileiros ao HSBC suíço para abrir contas. O que houve no país naquela época? A Privataria tucana.

Chuva
Chegando, Devagarzinho. Pode até não ter inverno, mas já estamos tendo chuvas. “Inverno de mangas” fazendo ramas para salvar a manada. Fazendo água para salvar o povo da sede e salvando também as melancias de sequeiro da Serra do Mel. Amém.

FotoLegenda
A senadora Fátima Bezerra estará em nossa residência na vila Amazonas da Serra do Mel, no próximo domingo, durante a comemoração dos cem programas A Voz da Serra no ar. Fará parte da caravana que tem à frente o governador Robinson Faria, juntamente com os deputados Fernando Mineiro e Souza, receberão documentos reivindicatórios das organizações serranas.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Mais um boato cretino

Às vésperas de completar 59 anos de idade, a vasta experiência de vida não me permite embarcar em teorias conspiratórias, tampouco me permite deixar de sentir o cheiro de maracutaia em muitas “acontecências” que parecem inocentes ou casuais, mas que no fundo têm montagens, as mais sórdidas, lhes respaldando. Não faz tempo, tivemos um tumulto em Minas Gerais, quando de um surto de febre amarela. A imprensa, de maneira irresponsável e desonesta passou a divulgar freneticamente que as vacinas estavam vencidas ou tinham pouca capacidade imunizatória. Algumas pessoas correram a tomar uma segunda dose, e, se não me engano alguém chegou a tomar três. Uma mulher morreu diante da reação, pois como se sabe a vacina é o micróbio da própria doença inoculado em quantidade pequena, suficiente apenas para provocar a reação do organismo, a ponto de criar resistência à doença. Passando disto, o que acontece é a infecção que se queria evitar. E assim foi. Tão grande tornou-se a dose nesta repetição, que a mulher morreu. Há menos de dois anos, o Brasil assistiu, estupefato, uma correria às agências da Caixa Econômica Federal, pois se falava aos quatro ventos que o Programa Bolsa Família estava pagando sua última mensalidade e que em seguida iria ser extinto. Um erro de comunicação seguido de uma ação intencional da imprensa, causando pânico, de forma irresponsável e criminosa. Quando o governo Lula aumentou tributou para grandes depósitos em poupança, coisa que só atingiu poupadores muito ricos, a imprensa mais uma vez cumpriu a tarefa desonesta de dizer que havia voltado o confisco ao modo da era Collor. Ano passado, o prefeito paulistano Fernando Haddad fez uma remodelação no IPTU em que os mais ricos, proprietários de imóveis de altíssimo valor venal passaram a pagar um pouco mais, visto que recebem bem mais benefícios públicos nas áreas de luxo da cidade onde se encontram instalados. Já os pobres tiveram o IPTU reduzido, com centenas de milhares deles ficando isentos. O trabalho da mídia foi tão cretino que estes pobres beneficiados com a isenção ficaram contra o projeto. Vi na Câmara Municipal de Mossoró quando o então secretário de Recurso Hídricos, Rômulo Macedo veio apresentar o projeto da Adutora Assú-Mossoró colegas da imprensa local, ouriçadíssimos. Eram rosalbistas e saíram histericamente gritando: “Temos que detonar essa adutora, pois se ELA for feita Garibaldi, não perde mais eleição em Mossoró”. E daí nasceram os boatos, até de que iríamos tomar refresco de defunto do cemitério de São Rafael. Uma campanha sórdida, que mudou da água poluída para o Old Parr, quando Rosalba aderiu ao governo e passou a ser “a senadora de Garibaldi” nos palanques. Logo ele voltou a ser o “governador das águas”. Quem não se lembra de Luiz Colombo Pinto, um homem de muita grandeza de caráter, sendo pintado como “o rei do baralho” numa emissora do sandrismo, porque estava se candidatando a prefeito. E João Batista Xavier, o grande professor de Filosofia e ex-seminarista mostrado a Mossoró como “iconoclasta”, o quebrador de imagens da Catedral e das catacumbas do Cemitério de São Sebastião. E a molecagem de tratar um jovem médico como “comedor de fígados de crianças”, só porque era um profissional de alto nível e, tendo se ligado a uma família política adversária dos Rosados, tinha potencial para ser prefeito ou disputar uma vaga de deputado no futuro próximo. Esta é “a indústria do boato”. Lá e cá. Querem entender melhor, leiam “Murro na Cara”, livro sobre as campanhas políticas dos Estados Unidos. É essa indústria do boato, da bandalheira, da canalhice que está no ar, com mais uma edição, agora espalhando, de novo, um confisco da poupança. E ainda tem quem ache que a mídia não precisa de regulação, coisa absolutamente diferente de censura, pois censura é o que fazem atualmente dirigentes de veículos de comunicação a serviço do golpismo como a diretora do conglomerado Globo de Comunicações que proibiu de vincular o nome de FHC ao Lava Jato mesmo diante da contundente denúncia de Pedro Barusco, dizendo que foi no governo dele que a corrupção tornou-se sistêmica na Petrobras.

Comunicação
Em geral, os governos se comunicam mal com a população que lhes paga a conta. O primeiro governo Dilma foi um desastre na comunicação com os brasileiros; o seu segundo governo se revela pior que o primeiro neste particular. O governo Rosalba foi mais que um desastre, revelou-se uma tragédia. O governo Silveira não tem se comportado de maneira diferente. Comunica-se mal. Um vídeo produzido num celular contra a gestão repercute mais que toda a máquina de mídia que emana da prefeitura. E olha que temos grandes colegas de imprensa por lá. É a política de comunicação que está errada; E quem erra no atacado não tem como acertar no varejo. O governo Robinson, em termos de comunicação ainda não disse a que veio. Mas dentro de pouco tempo, saberemos.

Empreiteiras
Tenho ouvido pessoas criticando a posição da Petrobras ao fazer o bloqueio cautelar de empreiteiras envolvidas com a roubalheira que inferniza a imagem da empresa. Dizem que tem que deixar as obras com elas mesmas, pois são as únicas que estão preparadas para a realização de obras de tão grande envergadura. Depois de mais de trinta anos com um cartel de licitações de cartas marcadas, uma verdadeira quadrilha de proporções astronômicas, ainda há quem queria dar-lhes uma chance. O ridículo é que quem fala assim são as mesmas pessoas que até semana passada diziam a cada minuto que Graça Foster, contra quem não se apurou nada concreto, não tinha mais moral para presidir a empresa. Concordei com a queda de Graça Foster e não entendo como alguém, pode achar que essas empresas depois de roubar e viabilizar a roubalheira de bilhões, ainda devam ter direito a uma chance. É muita contradição.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Líder do PT suspeita que delegado prevaricou na investigação do Lava Jato

F inalmente, o PT reagiu. Primeiro, as reuniões das grandes entidades dos movimentos sociais, deliberando sobre a ida às ruas defender o governo e a legalidade; depois, a entrevista coletiva do presidente Rui Falcão falando sobre a ida do partido à Justiça contra as declarações de bandidos como Barusco e não bandidos que se aproveitam dos espaços na mídia para falarem de 200 milhões de reais doados ilegalmente ao PT por corruptores que têm grandes negócios com a Petrobras. Por fim, Sibá Machado, líder do PT na Câmara dos Deputados, questionando nos devidos fóruns as atitudes do delegado que apura o caso Lava Jato que não perguntou a Barusco sobre a corrupção antes do governo Lula, mesmo que ele tenha deixado claro que começou naquele tempo e ainda por cima, o silêncio sobre o assunto mesmo depois do bandido depoente dizer que tinha, sim, recebido propinas desde os tempos do governo FHC. Sibá questiona: “Não é só uma questão de dizer se foi no governo A ou B, mas temos que preservar a imparcialidade do inquérito e da continuidade do processo dessa natureza”. “Não perguntaram ao Barusco sobre o período FHC”. Na última quarta-feira, Sibá Machado (PT-AC) entregou à vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e à Polícia Federal uma representação em que a bancada do partido pede aprofundamento das investigações da Lava Jato  no período do Governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O documento requer instauração de apuração para apurar desvios entre 1997 e 2003 “já que de 2003 em diante já existe investigação em curso”. A peça  toma por base declarações do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco feitas durante delação premiada. “Para fazer uma investigação à luz do dia, que de fato ponha as cartas na mesa, não se pode omitir absolutamente nada. Qualquer omissão numa hora dessa gera muitas desconfianças”, disse Machado, ao deixar o STF.

Chantagem
Parece que as chantagens de Eduardo Cunha não têm surtido muito efeito prático. A primeira, que foi “Ministério para Henrique, já”, não saiu do canto.

O FIES e os jornalistas INFIÉIS
O FIES, programa que financia 1,9 milhão de bolsas para filhos de trabalhadores estudar em universidades privadas, está tendo destaque na mídia não pelo que tem de bom, mas pelo fato de estar com seu site travado. Não vi nenhum noticiário repercutir o que foi dito pelo ministro da Educação, Cid Gomes, de que isso está acontecendo porque o MEC não está aceitando os aumentos abusivos nas mensalidades destas universidades privadas onde estudam estes quase dois milhões de jovens pobres.

Privada
Se não têm a dignidade de informar isto, imagine se a mídia safada é capaz de informar que nos oito anos de FHC nenhuma universidade pública federal foi criada, mas que proliferaram nada menos que 861 universidades e faculdades privadas.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Fica Dilma

Em todo o Brasil, petistas e aliados ligados aos segmentos populares começam a se mobilizar para fazer o contraponto ao movimento golpista “Fora Dilma” que prega agora o impeachment da presidenta. Ontem, em Mossoró, aconteceu uma reunião reunindo pessoas de vários segmentos sociais que não concordam com a campanha sórdida que está sendo feita pela mídia venal e golpista com apoio dos velhos udenistas que querem repetir com Dilma, o mesmo golpe que levou Getúlio Vargas ao suicídio, Jânio quarós à renúncia, João Goulart à queda pela força dos canhões e ate Fernando Collor, um deles, que não dividiu o roubo direitinho e caiu por força de um impeachment três. Ontem, três pautas dominaram o noticiário das rádios nacionais. Não posso dizer o que saiu na TV porque não tive tempo de ver. Mas o que mais se falou foi sobre o saldo de quatro bilhões de dólares entre o dinheiro que saiu do Brasil e o dinheiro que entrou, obrigando os comentaristas econômicos, a pior raça de víboras, que rasteja pelos farisaicos salões das redações do PIG, a reconhecerem que, “apesar de tudo” os estrangeiros continuam vendo no Brasil, um grande país para se investir. O outro ponto de pauta foi a valorização do salário mínimo que atingiu com o atual reajuste a condição de melhor poder de compra desde 1965. Duas notícias boas que deixaram as figurinhas carimbadas da mídia política, cheios de línguas e de dedos. Mas teve uma notícia ruim para que eles pudessem chamar de sua. Foi o vazamento de gás numa plataforma de petróleo que matou operários petroleiros e feriu vários outros... Enfim o acidente que eles esperavam ansiosamente para terem o que dizer quando os brasileiros falarem sobre o desastre da plataforma P-36, dos tempos trágicos de FHC. Tudo com cheiro de algo que permite pensar em teorias conspiratórias. Pois, vê-se claramente que um acidente destas proporções vem a calhar neste momento em que se quer destruir a reputação da Petrobras e do governo, para entregá-la às aves de rapina. Finalmente, os petistas, os sindicalistas e os estudantes, os sem terra e os sem teto estão se tocando, de que a articulação de um golpe está em marcha. E que é preciso freá-lo.

Acidente?
O presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP) foi claro. Trata-se de um setor terceirizado, uma atividade que não poderia ser terceirizada, mas que desde os tempos de FHC vem sendo terceirizada, a própria plataforma onde aconteceu o desastre não é da Petrobras, mas é sobre ela que recai a bronca, porque continua com o excesso no aleijão da terceirização a mão de obra de serviços que só poderiam ser feitos com a garantia pela própria empresa.

Cismando
Particularmente, desconfio muito do que aconteceu, como nunca consegui confiar nas versões trazidas a público sobre a morte de Jango, o acidente de Juscelino, a morte de Tancredo e, por último, o acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos.

Comemorando
O programa A Voz da Serra, que faço todos os domingos na Rádio Difusora (1.170kHz), vai no dia 22 completar cem programas no ar. Muitos amigos irão tomar o café da manhã conosco na nossa modesta residência na Serra do Mel, de onde faremos o programa ao vivo.

FotoLegenda
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) e a bancada do RN têm audiência com ministro do Desenvolvimento Agrário sobre o subsídio do milho. Em sequência à articulação que a senadora Fátima Bezerra tem feito desde o início do mês, no que diz respeito à retomada da política de distribuição do milho, foi realizada ontem, audiência com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias. Segundo a senadora, o ministro se sensibilizou com a demanda e disse que se reunirá com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, para que sejam feitos os encaminhamentos necessários para a renovação da política de subsídio do milho. Presentes também na audiência o senador Garibaldi Filho e os deputados federais Beto Rosado e Felipe Maia.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Dilma e os movimentos sociais

Enquanto grupos articulados única e exclusivamente pelo ódio e a pauta do retrocesso convocam atos públicos para o próximo dia 15, com o intento de pedir o impeachment da presidenta Dilma, outro movimento acontece em defesa do seu mandato e da legalidade. Hoje, em São Paulo, na sede da ONG Barão de Itararé, que articula as mídias sociais, a União Nacional dos Estudantes (UNE) participará do debate “Governo Dilma e os Movimentos Sociais”. A entidade será representada pela presidenta Vic Barros, que estará ao lado de outros convidados de peso, Gilmar Mauro (MST) e Guilherme Boulos (MTST). A discussão abordará as perspectivas da luta social em meio a um conturbado ambiente político no qual o conservadorismo, hegemônico no Congresso Nacional, tem ‘nadado de braçadas’ e ameaçado as conquistas populares dos últimos 12 anos, apesar da vitória eleitoral de Dilma. O evento é aberto ao público e terá transmissão on-line pela Mídia Ninja, com reprodução na página do Barão de Itararé. É o imenso exército dos brasileiros comprometidos com os avanços dos últimos doze anos, começando a se mexer. É bem verdade que o governo Dilma, às voltas com problemas de grande envergadura tem se descuidado de manter uma boa relação com os movimentos sociais, mas a provocação permanente da direita desde quando, no ano passado, sentiu o gostinho da possibilidade de disputar com alguma chance de vitória as eleições presidenciais, está mexendo com os brios de petistas, cutistas, sem terras e sem tetos, estudantes e tantos outros milhares de organizações populares que não aceitam o retrocesso de uma volta dos tucanos ao poder. Dia 15 será um bom teste. Vamos ver qual o tamanho das “multidões” que conseguirão por nas ruas. E aí será a hora da resposta, que com certeza virá “nova, alegre e cheia de paixão”.

Difícil, assim
A própria Folha de S.Paulo, parte importante do PIG que luta pelo impeachment da presidenta Dilma e pela busca inusitada da derrubada de um ex-presidente da República, mandou fazer uma pesquisa e o resultado foi dos mais decepcionantes para os babaquaras que querem defenestrar o PT do poder para promover uma volta ao longínquo passado militar ou ao recente passado tucano, dois regimes que não deixaram nem uma gotinha de saudade nos brasileiros que amam o Brasil e a democracia.

Difícil, assim II
O resultado foi: Lula é o melhor presidente da República do Brasil para 56% dos brasileiros pesquisados. Enquanto FHC é considerado o pior presidente da História do Brasil. Assim fica difícil botar o povo nas ruas para derrubar Dilma.

Mais difícil ainda
Pior para os golpistas é que, como o mandato de Dilma é novinho em folha e está longe de completar seus primeiros dois anos, caso viesse a acontecer qualquer tragédia política com ela, seriam convocadas novas eleições presidenciais. E aí... Advinha quem seria o candidato do PT: ele, Luis Inácio Lula da Silva. Portanto, quem tem juízo sabe que para derrubar Dilma, só com um golpe militar. De modo que cabe a pergunta. Quem, no plano interno e no plano internacional está disposto a arcar com o ônus de um golpe militar nestes tempos BRICs e G-8?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Exceção virou regra: prende-se para depois apurar

Até parece que estamos reeditando os tempos do velho faroeste, quando xerifes, em nome da lei do mais rápido, atiravam primeiro para depois perguntar quem eram os bandidos. E, claro, se eram mesmo bandidos. É assim que o ministro do STF vê o juiz Sérgio Moro, que, em nome do direito aos holofotes, tem colocado a lei no bolso, a seu bel-prazer. Este artigo de Marcos Vasconcelos, publicado por Paulo Henrique Amorim, no site Conversa Afiada, é por nós reproduzido, para que se tenha uma opinião que concordamos, mas que nos deixa mais confortáveis vindo de outras fontes, com especialidade, tendo o aval de um jurista. Vejamos:  A Justiça brasileira passa por um momento crítico, em que a prisão passou a ser regra e a liberdade, exceção entre os acusados. Quem aponta o problema é o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio, que afirma acompanhar com incredulidade as notícias sobre a famigerada operação “lava jato”, que vê como um reflexo do Judiciário. “O juiz acaba atropelando o processo, não sei se para ficar com a consciência em paz, e faz a anomalia em nome da segurança.” Dizendo-se impressionado com a condução coercitiva de acusados que não resistiram a ir prestar depoimento, como no caso do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, Marco Aurélio alfineta, com seu humor peculiar: “A criatividade humana é incrível! Com 25 anos de Supremo, eu nunca tinha visto nada parecido. E as normas continuam as mesmas”. Habeas Corpus de acusados têm chegado ao Supremo, mas, sob a relatoria do ministro Teori Zavascki, a maioria tem sido rejeitada com base na súmula 691. Editada pela corte em 2003, a súmula veda o reconhecimento pelo Supremo de HC contra decisão do relator do caso em corte superior que indeferiu liminar em Habeas Corpus, exceto em caso de flagrante ilegalidade. Para Marco Aurélio, a súmula é um erro e precisa ser corrigida, pois coloca o ato do relator do caso acima do ato do colegiado, isso porque não permite ao STF rever a decisão do primeiro, mas permite que a corte reveja a decisão da turma que julgar o caso. Ou seja, quando houver decisão colegiada sobre os pedidos dos acusados na “lava jato” ao STJ, o Supremo poderá revê-las. Além de subverter a hierarquia da Justiça, a súmula 691, ainda na visão de Marco Aurélio, é perigosa ao criar situações de exceção, como no caso do ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque. Ele conseguiu um HC de Teori Zavascki enquanto outros investigados tiveram seus pedidos negados logo de cara, com base na súmula. “Dessa forma, o que vinga é o misoneísmo, a observância do estabelecido sem observância do contrário. Uma obediência cega à norma, que nos faz lembrar o padre Antonio Vieira, que disse que a pior cegueira é a que cega deixando os olhos abertos”, pontua Marco Aurélio.

Blindagem total
O direcionamento no noticiário da Rede Globo, a fim de prejudicar o governo da presidente Dilma e apoiando, assim, a campanha pelo impeachment, está mais do que comprovado. Neste fim de semana, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou o seguinte e-mail a todos os chefes de núcleo da emissora: "Assunto: Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato. Atenção para a orientação: Sergio e Mazza: revisem os VTs com atenção! Não vamos deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique".

Blogosfera furando
O e-mail foi divulgado pelo jornalista Luís Nassif neste domingo, em seu blog. O recado foi enviado após a veiculação de uma reportagem que procurou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para repercutir as declarações do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, de que recebia propinas na estatal desde 1997, antes do governo Lula. A acusação praticamente nem foi ao ar. O que teve desta que mesmo foi a reposta de FHC. Isso é jornalismo?

FotoLegenda
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) articulou para esta semana (dias 10 e 11) audiências com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, ocasião onde apresentará reivindicações (frutos de audiência com o presidente da Conab na semana passada) para que seja renovada a política de subsídio do milho, do Governo Federal. Segundo a senadora, se faz necessário a edição de novo ato administrativo que garanta o amparo para a agricultura familiar e demais produtores enquadrados na portaria anterior (710/14). A portaria que subsidiou o preço do milho alcançou 160 mil produtores do Rio Grande do Norte, ano passado. “Nossa luta é para que tenhamos esta política importantíssima, sobretudo para estados em situação de estiagem, como o RN – restaurada”, frisou Fátima. No intuito de fortalecer o movimento, o mandato da senadora fez contato com a bancada do RN para participar da audiência, bem como parlamentares dos demais estados do Nordeste.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Bendini, louva seja...

Omercado não gostou da escolha de Bendini para a Presidência da Petrobras. Então, não restam dúvidas de que Dilma Rousseff acertou em cheio. Basta olhar um pequeno demonstrativo feito por Sardenberg no Jornal da Globo, da sexta. As ações da Petrobras estavam a oito reais e pouco na segunda-feira desta semana, quando foi anunciada a saída de Graça Foster. A cada nome cogitado a especulação rolava com o preço das ações caindo ou subindo conforme ao sabor dos ventos da especulação. Passou de onze na quarta-feira, quando chegaram a dizer que poderia ser Henrique. O fato é que nas alturas a que chegou o preço da ação, segundo o insuspeito Sardenberg, quem tinha um milhão de reais em ações, em apenas três dias já havia ganhado cerca de 340 mil reais. Com a confirmação de Bendini, as ações caíram para 9 reais e pouco. Ou seja, com a “grande queda” tão comentada pelos analistas de fancaria, a ação de 8 e pouco na segunda, depois de altas e baixas chegou a sexta-feira a mais de 9 reais, ficando o lucro da semana em “pouco mais de cem mil reais”. Ou seja, enquanto vendem a impressão de que o acionista perdeu 240 mil, da segunda para a sexta, vê-se que, de fato, ele ganhou mais de cem mil reais em quatro dias. Perderam, sim, os especuladores que, com um testa-de-ferro do tal mercado teriam suas ações turbinadas para doze a quinze reais, ganhando, quase outro milhão sem dar um prego numa barra de sabão. Mas... O que leva o mercado a não gostar de Bendini? Seria a incompetência? Não. Em cinco anos ele mais que dobrou o valor do Banco do Brasil de seiscentos e poucos bilhões para mais de um trilhão e quatrocentos bilhões. Homem ideal, portanto, para fazer a Petrobras voltar a dar grandes lucros e ter seu valor agigantado. Seria a corrupção? Não consta nada contra ele, que começou no BB, aos 14 anos e chegou à presidência de um dos maiores bancos do mundo, sem parentes importantes e vindo do interior, onde começou como estagiário da agência da cidadezinha onde nasceu, inclusive se efetivando no banco, através de concurso público. Seria pela sua vinculação política? Não, porque ele não é filiado ao PT nem a nenhum partido da base aliada. O “pecado mortal” que lhe é imputado é ser da confiança da presidenta Dilma. Como se diz em bom mossoroês: “aivai... E num era pra ser, não?”. Mas o que faz os rentistas espumarem de ódio contra “o homi” é que foi ele quem cumpriu, à risca, a missão que lhe foi dada por Lula de diminuir o spread bancário, ou seja, a diferença entre o juro que o banco cobra e o juro que o banco recebe. Lembram como eram os cartões de crédito no tempo de FHC? Você aplicava dinheiro num banco e tinha 2% de renda no final do mês, mas quando gastava no cartão de crédito, o juro no final do mesmo mês, era de 30%. Foi esse spread de 28% por cento que Bendini rebaixou a patamares que ainda são altos, mas deu uma folga ao usuário do crédito, o pobre mortal, e deu um monstruoso “prejuízo” ao todo-poderoso banqueiro privado. Pisou nos calos dos banqueiros, até porque depois ele recebeu a missão de baixar os juros bancários, mesmo. E como não podia baixar juros nos bancos privados baixou na CEF, no BB e nos outros bancos estatais e assim obrigou os bancos privados a baixarem também. Continuemos nas Notas Curtas.

O “pior” é... O Social
E o que é mais grave neste demônio chamado Bendini. É que ele conseguiu fazer tudo isso mantendo, preservando e ampliando a visão social. Sem cortar o apoio a projetos sociais, como a própria Graça Foster fez na Petrobras, acossada pelo escândalo da eleição anterior, quando a BR cortou quase tudo de financiamento a projetos sociais, ambientais e culturais. Portanto que calem as matracas os trombeteiros da mídia e do mercado. Os gritos que eles estão dando contra “Bendini”, nomeado por Dilma, só é comparável ao silêncio diante dos “bandidos” que foram nomeados por FHC para transformá-la em Petrobrax e vendê-la na pedra... do mercado. 

Ignorância
Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES e ex-ministro de FHC, em análise na Rádio Bandeirantes, disse, sem meios termos: “A queda das ações da Petrobras na Bolsa de Valores é mera ignorância, pois o perfil de Bendini, mesmo não sendo um homem do mercado, é altamente favorável, já que se trata de um administrador de uma empresa quase do porte da Petrobras, e que entende de finanças, problema central da BR no momento. Ele vai sentar em cima do caixa da empresa e vai olhar para um poço de petróleo, não com a paixão de um engenheiro de petróleo, mas como um financista que vai analisar qual o rendimento que este pode dar”.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Dá para combater corrupção com os corruptos?

OK. No PT tem corruptos. Esta é uma verdade que não se pode esconder. E não creio que ninguém queria esconder, muito menos os petistas que não são corruptos. O que os petistas sérios não querem é que a corrupção que vai passando na linha do horizonte, na Caixa Prego e na Baixa da Égua caia no colo do partido. Não quer que se dê ao PT o carimbo de partido que não faz outra coisa a não ser roubar e que a corrupção começou com o PT. Quem faz essa campanha sabe que está praticando uma molecagem histórica e o faz com muita consciência de que não está nem um pouco a fim de combater a corrupção. É a ética seletiva, pois a corrupção, o escândalo, o preso, o condenado, o denunciado só serve para ser manchete, para aparecer no Jornal Nacional, para depor sob constrangimento policial se for do PT. Mesmo que não seja réu em processo algum, como é o caso de João Vaccari, tesoureiro do PT. Não se vê ninguém na mídia preocupado com os bilhões que os tucanos surrupiaram do metrô de São Paulo; Ninguém se preocupa que o Rio Tietê tenha engolido 3,6 bilhões para ser despoluído a e poluição continue bem maior que quando o projeto começou há vinte anos; Não vejo uma linha de preocupação na mídia nem um minuto de pronunciamento da oposição no pequeno expediente da Câmara ou do Senado, sobre a impossibilidade de saber quem era o dono do avião que explodiu com Eduardo Campos; muito menos sobre quem era o dono da cocaína que estava no helicóptero do senador Perrela que agora deverá estar sentando-se à mesa diretora do Senado, também ninguém fala no aeroporto de 14 milhões de reais, feito pelo governo de Aécio, na fazenda do tio de Aécio... Ninguém diz, por exemplo, que Sérgio Machado, filiado ao PMDB desde 2002, presidente da Transpetro, que se demitiu por ser citado na Lava Jato, foi líder do PSDB de 1995 a 2001 e na época conseguiu barrar a CPI da Corrupção contra o governo FHC. Mas ao cair na rede, mesmo sendo do PMDB e tendo sido do PSDB, é peixe podre do PT. Barusco, ex-gerente da Petrobras diz à PF que começou a receber propina em 1997, ainda no governo FHC (PSDB). Mas mídia esconde este pequeno detalhe, pois tudo que há de ruim, tem que parecer que começou com o PT. Em meio a este vendaval de denúncias, ninguém se preocupa de lembrar, como seria digno de um jornalismo sério e competente, que 150 bilhões de reais saíram do Brasil no escândalo do Banestado e que o doleiro da falcatrua tucana é o mesmíssimo Youssef e que o juiz se chamava Moro, ou seja, os mesmos. Mas é como se nada tivesse acontecido antes. Não precisa dizer que a esposa do juiz Moro, da "Lava Jato", é assessora do vice de Beto Richa, do PSDB do Paraná. Quer dizer... Combater a corrupção a gente quer. Mas é com essa gente que vamos conseguir?

Tucanismo
O deputado federal Rogério Marinho, do PSDB potiguar que já mandou e desmandou na Secretaria de Educação do Estado numa gestão que não deixou saudades, anda agora a dar palpites sobre a possibilidade de se acabarem as greves na educação porque o secretário é do PT. Ora, bolas. Besteira besta do deputado. Claro que quando o secretário é do PT a possibilidade de greves diminui porque existe diálogo e a vontade sincera de resolver as demandas dos servidores, com raras exceções, como no caso de Jaques Wagner, na Bahia, quando uma greve de trabalhadores se arrastou por meses. Isso sim, não é coisa de gestor petista. Acabar as greves é a praxe quando os petistas estão no poder, porque existe diálogo, confiança, respeito e não porque os sindicatos se rendam.

Tucanagem
Quando o PT está no comando de um órgão, com raras exceções, existe um diálogo franco com as entidades sindicais e uma busca real de soluções para atender aos anseios dos trabalhadores. Exatamente por isto as greves diminuem ou se acabam. Postura diferente dos tucanos, como Geraldo Alckmin, que só entende a linguagem dos cassetetes e das bombas de gás lacrimogênio.

De lucro e entreguismo
Mesmo estando no olho furacão de uma crise que parece uma “guerra do fim do mundo”, o lucro da Petrobras foi de três bilhões em um trimestre. Exatamente o mesmo valor pelo qual os tucanos venderam a Vale do Rio Doce na bacia das almas. Que moral tem esses cretinos para falar de “Petrobras quebrada”, “esbagaçada”, “acabada”. Antes falar, eles precisam dizer onde socaram os 80 bilhões de dólares que “apuraram” quando venderam “no queima” 120 empresas estatais.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Não digo que está tudo bem. Mas... é preciso admitir que nem tudo está mal

Tenho ouvido colegas de imprensa dizendo que está tudo muito ruim, que o Brasil já ultrapassou a beira do abismo e que se precipitou aos bagaços, no fundo do poço. E sempre que abordam este assunto, fazem questão de dizer que “Para os petistas está tudo as mil maravilhas”.  Não é verdade uma coisa nem outra... Nem a outra. Não é verdade que “para os petistas está tudo bem”. Não vejo nenhuma liderança do PT negando que exista uma crise. Aliás, o PT sabe disso muito bem, porque administra esta crise desde 2009 quando explodiu no Brasil com força de tsunami a crise que estava estraçalhando a Europa e os Estados Unidos desde 2008. Um tsunami que Lula matou no peito e chamou de marolinha, com a mídia nativa espumando de ódio e torcendo sem reservas e sem meios termos que a tragédia que se abatera sobre as economias centrais do capitalismo se abatesse sobre o Brasil com força de mil bombas atômicas. O que importaria aos bajuladores dos Estados Unidos, que o Brasil quebrasse, se o País dos seus sonhos, a sua eterna “Disneylândia” estava com a economia no rés do chão? Quebrar o Brasil na mão de Lula seria a glória para essa gentalha de luxo que cultiva em meio ao whisky o caviar, o seu genético complexo de vira-latas. Afinal de contas para estes idiotas, o Brasil “é apenas um detalhe”. O que importa mesmo é o que emana da Casa Branca e do pentágono. Os petistas usam a autocrítica como metodologia política. É um processo permanente. Isso é praxe histórica na esquerda. Portanto, o partido sabe muito bem que tem crise, mas há de se convir que não seria lógico que um partido que está governando saia por aí irresponsavelmente detonando o governo. Seria, no mínimo, autoflagelação, autoimolação ou, em caso de briga interna, uma tremenda autofagia. Este papel de criticar aos quatro ventos é da oposição. E a oposição infelizmente o cumpre com incompetência e muita irresponsabilidade. A ela pouco importa matar o boi, se isto lhe permitir atingir o carrapato. A crise existe, mas não é tão profunda nem tão abrangente. Para ser sincero, não representa nem uma terça parte do que foram as crises enfrentadas pelo Brasil no tempo em que os tucanos governaram. Exatamente os tucanos que ora criticam, como se com eles o Brasil não vivesse rastejando aos pés do FMI e o FMI não vivesse aqui pisando no pescoço dos governos subservientes da época. De modo que não é verdade que a situação seja tão caótica quando querem fazer crer. Assim como não é verdade que não existe crise. Inclusive crise política. A eleição de Eduardo Cunha foi uma derrota poderosa para o governo, apesar de ser ele de um partido aliado. É isto que prova que a crise existe, porque um candidato do partido aliado tem a vitória comemorada pela oposição. Resta saber quem enganará mais o senhor Eduardo Cunha... Com certeza, o PT, mais uma vez enfrentará de frente, esta crise. E mais uma vez vencerá. A mídia, que serve de muleta à oposição golpista e porra-louca, não conseguirá o seu intento de aplicar um golpe via impeachment, porque quem tem base social e credibilidade é o governo, apesar de todo o desgaste que ora sofre. A mídia, no seu braço político, não é tão vista nem tão ouvida nem tão lida como pensa que é. Tampouco é tão acreditada entre os poucos que a leem, veem e a ouvem.

Sem graça
Desculpe o trocadilho, mas a Petrobras está sem graça diante de um bombardeio sem tréguas. E sem Graça ficou, com a saída da presidenta Graça Foster. E ela saiu porque estava rifada pelos que querem detonar quem quer que seja para atingir Dilma e, se possível atingir Lula, o ex-presidente que arrisca ser também o futuro. 

Artificial
Com a saída de Graça Foster as ações da empresa se valorizam em 18% num dia. Não parece demais? Não parece artificial? Cheira a excesso de especulação. Só os abestados não conseguem o que tem por trás deste ninho de canção. Resta saber qual é a reação do mercado diante do novo nome a ser anunciado. Será um bom termômetro. Um termômetro para saber o que querem os críticos e também para baixar  temperatura, tirando fogo do fundo da frigideira...

Na moita
Lula está na moita, mas não escondido. Está entrincheirado, ajudando a administrar a crise. E começa a dar as cartas e começa a desmanchar o jogo da oposição. Ele sabe que a briga é com ele. O primeiro trimestre de 2015 é o primeiro grande ensaio para o terceiro trimestre de 2018, ano da eleição presidencial.

FotoLegenda
Ilustração que corre na internet diz muito sobre o que está sendo dito.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A vitória de Eduardo Cunha. Ao PT resta o grito: Esquerda, volver!

Odiscurso de Eduardo Cunha, de que não vai exercer postura oposicionista na presidência, não me convence. Não vejo nele pessoa merecedora de nenhuma gota de confiança. Formará fileiras junto ao que há de pior na política para tentar dificultar a vida do Governo Dilma e do PT. Mas... Venhamos e convenhamos, o PT nunca teve vida fácil na oposição, muito menos no governo. E esta “cunha” que a Câmara acaba de enfiar entre o Congresso e o Planalto também tem uma importância muito grande para que a presidente Dilma se ligue quanto ao pântano onde pisa e deixe de fazer de conta que ser governo é a mesma coisa que ter poder. Como petista desde os primórdios do partido, sinto que o PT está chegando a uma encruzilhada que lhe obriga a tomar o rumo das origens. E não é com um grito de “Meia Volta, volver” que conseguirá o feito. O grito que não quer calar, é: “Esquerda, volver”. Entendo que valeu a pena pagar o preço da conciliação, abrir mão de muitas bandeiras que são caras à proposta de luta com que o PT nasceu. Foi importante fazer tudo isso para chegar ao Governo Federal e ali permanecer com o mínimo de governabilidade, podendo governar e ainda que precariamente, poder implementar algumas conquistas que fizeram com que o trabalhador brasileiro pudesse ascender socialmente e chegar a uma condição que não lhe obriga mais a racionar ao som macabro do ronco das tripas famintas. Os protestos de junho de 2013 mostraram que o modelo que o PT implantou com muito sucesso por uma década, havia esgotado. Há limites e os limites estão acima do poder limitado de um presidente da República. E para que este ou esta presidente possa avançar nas mudanças e aprofundar a democratização das riquezas e da cidadania precisa romper com alguns limites que o mantém preso ao círculo cego que imobiliza os perus de noite. O verniz ideológico que faz o peru não sair do lugar porque lhe fizeram um risco no chão ao derredor. Está posto: ou o PT rompe com algumas tenazes do capitalismo selvagem que impera no Brasil ou o PT será apeado do poder, democraticamente ou não, pois isso não importa aos inimigos do PT, useiros e vezeiros nas artes do golpismo, a ponto de contarem nos dedos presidentes arrancados do palácio por suicídio, deposição pela via militar, renúncia forjada, porém forçada, e até um impeachment de um dos seus que furou o “Código de Honra” da máfia. Não tem cabimento, por exemplo, que o PT se mantenha encabrestado pela mídia golpista. Evo Morales, num país pobre como a Bolívia, teve a coragem de criar um jornal e em apenas três anos, fez dele o mais lido do País.  Continuemos na Notas Curtas:

Ser ou não ser
Por que, depois de doze anos no poder, o PT continua refém da rede Globo, da Veja, da Folha de S.Paulo e do Estadão e exposto a comentários ácidos dos mais reles jornalistas de província e cuspidores de microfones de um kilowatt acima? Por que manter a mão tão leve com corruptos que enxovalham a vida da Petrobras e saqueiam o SUS em detrimento das vidas do povão que definha nas suas filas cruéis. Por que não partir para cima da indústria da segurança pública, que se alimenta da criminalidade e da falsa segurança que o cidadão desesperadamente pede? Essa cadeia de absurdos que, de dentro e de fora das cadeias, de dentro e de fora do parlamento e do Poder Judiciário alimenta uma violência típica de guerra civil. Ser ou não ser, eis a questão. Infeliz do poder que não pode...

Não basta espantar a mosca
Para enfrentar as manobras de uma cabeça maquiavélica e privilegiada para a prática do crime político e que finalmente chega às beiradas do prato de papa do poder, assumindo a presidência do Poder Legislativo e se tornando o segundo vice-presidente da República, só tem um jeito: Pegar a estrada à esquerda. Eduardo Cunha é a mosca que caiu na sopa do PT. Não basta espantar com mão leve. É como a saúva, que diziam que ou o Brasil acabava com ela ou ela acabava com o Brasil.

Ruptura
A encruzilhada já não permite escolher, somo se fosse possível dar um passo para a esquerda e outro ou outros para a direita. A nomeação de Kátia Abreu para deter o avanço da direita no congresso deu com os quartos-de-milha na areia movediça. Toda a bancada ruralista fechou com Eduardo Cunha. É acreditar naquilo sempre pregou. O PT precisa reler seus próprios documentos e se lembrar que deles abriu mão temporariamente e não em definitivo. Ou o PT passa para a história pelo “P” e o “T” que aparecem juntos na palavra ruPTura ou será carimbado pelo “P” e o “T” de corruPTo como se não tivesse outra coisa no poder, que não roubar o dízimo do dízimo do que roubou e roubam os que lhe apontam os dedos sujos. Portanto: ou o PT põe o povo nas ruas ou a direita põe na rua o nosso governo...