sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Viva Zé Valdir

No dia 7 de fevereiro deste ano de 2014 o Teatro Municipal Dix-huit Rosado foi palco de um grande espetáculo. Foi um show de solidariedade, em prol de José Valdir de Oliveira, que passava na ocasião por um delicado tratamento médico de alto custo. O evento contou com atrações como o Grupo Vina, a banda Radiola Clube e vários artistas convidados. O show intitulado “Viva Zé Valdir” foi idealizado por seus amigos. Entre os idealizadores estavam Aécio Cândido, Anadja Braz, João Liberalino, Otília Neta, Elza Brito, Fátima Araújo, Carlos Lima, Rogério Dias, Emanuel Braz e Herbert Mota. José Valdir era natural do município de Assu, José Valdir é engenheiro agrônomo, poeta, instrumentista, cantor e compositor. Nos anos 1980, estudou e concluiu o curso de Agronomia na antiga ESAM - Escola Superior de Agricultura de Mossoró, hoje Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA). Na primeira metade dos anos 80, José Valdir participou do grupo Sementes da Trupe, que, além dele, tinha como componentes Herbert Mota, Honorata (Nôra), Júlia Aires, Wilson Sabiá (percussionista) e Wilson Miguel. Segundo Herbert Mota, o grupo interpretava composições próprias, mas trazia para o cenário artistas excelentes, ainda que iniciantes e de pouca expressão em nível nacional, como é o caso de Tetê Espíndola, Almir Satter, Xangai, Vital Farias, entre outros. “Participamos do ‘Festival do Forte’ em Natal, em 1984, e fizemos apresentações em algumas universidades como em Campina Grande, João Pessoa e Natal. Temos várias composições daquela época que jamais foram gravadas. Não posso deixar de citar, para registro, as festas na famosa casa 14 da Vila Acadêmica da ESAM, onde rolava muita música de qualidade, bem assim os inesquecíveis Shows de 1º de Maio que eram realizados em Mossoró onde José Valdir sempre participou. Desfez-se o grupo e cada um seguiu seu caminho, sem, no entanto, perder o contato. Valdir fez por merecer o curso e o diploma de engenheiro-agrônomo e estabeleceu-se na atividade agrícola, permanecendo no Vale do Açu, executando a musicalidade, “nas horas vagas”.. Nos últimos dias de 2013, José Valdir foi acometido por problemas de saúde que demandaram um dispendioso e intensivo tratamento, que já está em curso para o combate a um tumor detectado na sua cabeça. O tratamento foi realizado em Natal, mas os últimos meses ele passou em casa, em Assu, sob os cuidados e dedicação total de sua companheira Maira Leilane, secretária de Ação Social de Assu e presidenta do Conselho Estadual de Assistência Social.

FotoLegenda
José Valdí, engenheiro-agrônomo, músico e amigo/irmão, despediu-se ontem no final da tarde dos amigos e familiares. Há um ano lutando contra um C.A no cérebro, Valdir deu provas incontestes de resistência. Mas, chegou ao limite, deixando imensa tristeza e uma lacuna impreenchível nos corações dos muitos amigos e parentes. Seu sepultamento será hoje às 16 horas. O velório está acontecendo no Centro de Velório Sempre, do Grupo Vila, em Assu. Sua partida cala um violão amado por todos nós, por isto e por tudo que ele representa e sua memória representará para todos nós que privamos da sua benéfica convivência, dedico o poema Canto Fúnebre sem Música, de Edna St. Vincent Millay, tradução de Lauro Machado Coelho:
Não me resigno a encerrar quem amei no chão duro.
Sempre foi, sempre será assim, desde que o mundo é mundo:
Lá vão eles nas trevas, os sábios, os bem-amados. Coroados
De lírios e louros eles se vão; mas não consigo me resignar.

Amantes, pensadores, vão para debaixo da terra,
Em união com o pó opaco e indiscriminado.
Um fragmento do que vocês sentiram ou souberam,
Uma fórmula, uma frase sempre fica – mas o melhor se perde.

As respostas prontas, o olhar honesto, o riso, o amor
Vão-se embora. Vão nutrir as rosas. Elegantes e sinuosas
Serão suas flores. Perfumadas elas serão, eu sei. Mas não aprovo.
A luz de teu olhar valia mais do que todas as rosas do mundo.

À escuridão do túmulo eles descem, descem,
Docemente eles descem, os belos, os ternos, os amáveis;
Lentamente eles descem, os astutos, os sábios, os bravos.
Eu sei. Mas não aprovo. E não consigo me resignar.

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