quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Agripino: a bola da vez para 2018

Sem sombra de dúvidas, a eleição que passou impactou, como um furacão, a carreira política dos políticos tradicionais do Rio Grande do Norte. Os medalhões colecionaram derrotas e mais derrotas. Entre os Alves, a derrota acachapante de Henrique Eduardo Alves foi um arraso, pois além de lhe tirar quase todos os superpoderes de que se achava portador, deixou-o sem mandato até mesmo de deputado federal, depois de 44 anos na Câmara. De uma só tacada, deixou de ser governador, deputado federal, presidente da Câmara e segundo vice-presidente da República. Janeiro o encontrará em busca de emprego. Um ministério que seria muito provável tem sido uma possibilidade dificultada por ninguém mais que o próprio Henrique, que resolveu dificultar a vida da presidenta Dilma e, ainda por cima, lhe dar lições de como se portar diante da vitória, esquecendo-se ele que falava como derrotado. Garibaldi perdeu a empáfia de invencível que a sua primeira derrota para Vilma não tinha lhe tirado. Elegeu o filho, mas saiu derrotado como padrinho de Henrique e Vilma e mesmo o seu milhão de votos não tendo sido superado por Fátima, perdeu o brilho, visto que os quase 900 mil votos dela foram obtidos numa eleição de um só voto para o senado e o milhão dele foi dado quando o eleitor tinha direito a dois votos. Agnelo não deu vitória aos seus candidatos majoritários em Parnamirim e Carlos Eduardo Alves, além de não dar maioria aos majoritários, não elegeu o seu deputado federal, Sávio Hackradt. Os Rosados viram passar em suas vidas públicas, um furacão impiedoso que lhes tirou os mandatos de Sandra, Larissa e Leonardo da Vinci e não deu a chance que Fafá queria para se afirmar como líder de um grupo. Rosalba não conseguiu sequer ser candidata. Até Vivaldo Costa, lá em Caicó, não conseguiu se eleger. José Agripino elegeu o filho, mas esfacelou o DEM, ao se atrelar ao projeto de Henrique de forma subalterna e com péssima repercussão. Vilma de Faria saiu de uma condição de favorita ao Governo do Estado para uma segunda derrota ao Senado. O Rio Grande do Norte vai testar por dois anos uma realidade de vida política sem seus caciques principais em atividade oficial. A depender do desempenho de Robinson Faria como governador, o povo potiguar pode tomar gosto com essa ideia de viver sem aqueles que se diziam salvadores do nosso pobre/rico Estado para talvez fazer passar com força outro furacão pelas micro-oligarquias municipais nas eleições de prefeito e vereador. 2018 está bem ali. Na segunda esquina da vida política. Depois de 2016 teremos um quadro mais reacionário ou mais avançado. De qualquer maneira, não se vê, em Mossoró possibilidade de bons fluidos em prol de José Agripino. Seja com a permanência do prefeito Silveira Júnior no palácio da Resistência, seja com a tão propalada volta de Rosalba Ciarlini. O quadro a se desenhar, será devastador para José Agripino, hoje “persona non grata” em sua terra natal. E por falar em Natal, não se vê perspectiva de recuperação de Agripino na capital, seja com a permanência de Carlos Eduardo, seja com uma vitória de Fernando Mineiro. Exceto se se desenhar uma configuração absolutamente diferente de tudo que se pode vislumbrar no horizonte, José Agripino parece ser a bola da vez para dançar em 2018.

Lá, como cá
Descoberto um roubo de 30 bilhões de dólares nas contas das guerras do Iraque e do Afeganistão. E todo dia escuto alguém chamar o Brasil de país vagabundo, porque existe corrupção. Quem fala assim, defende os Estados Unidos como exemplo de seriedade, mas por lá se rouba na guerra e na paz...

Lá, como cá II
O ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates está na cadeia, por ter cometido atos de corrupção. Portugal é Europa, que também é tida como exemplo para alguns brasileiros que não se cansam de desqualificar a nossa pátria. Itália, Espanha, Grécia e, fora da Europa, o exemplar Japão também têm seus pecados no campo da bandalheira com o dinheiro público. Nada disso justifica que brasileiros estejam praticando corrupção, mas deve ficar claro que não se trata de um mal exclusivamente brasileiro.

Transparência
Gilmar Mendes manda escanear e disponibilizar na internet todos os recibos da campanha de Dilma Rousseff. Até que acho a ideia boa, pois quanto mais transparência, melhor. Resta saber se vai ser exigido o mesmo procedimento com os recibos de doação e de despesas da campanha de Aécio e de Marina da Silva, inclusive deixando-se claro de onde veio e de a quem pertencia o avião do acidente com a campanha foi iniciada.

Palanque eletrônico
Engana-se quem pensa que o programa eleitoral gratuito encerrou há poucos dias da eleição. Aécio Neves, conhecido como um dos senadores mais faltosos, está freqüen-tando o Senado a cada quinze dias. Chega por lá em clima de produção de show. Recebido com pompas, faz um discurso contundente, as imagens ficam arquivadas para a TV Globo passar quinze dias fazendo a campanha do terceiro turno. Trata-se de um programa eleitoral gratuito atípico, porque sem espaço para o contraditório. O governo só leva bordoada na liberdade de expressão do PIG – Partido da Imprensa Golpista.

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