quarta-feira, 30 de abril de 2014

Perigo de anulação

Tenho ficado silente, além da conta, neste pleito suplementar de Mossoró, por razões mais que óbvias. Mas, como jornalista não posso me furtar a emitir uma opinião que não vejo nenhum colega fazer. É que a tranqüilidade que emerge em meio à serenidade aparente das águas paradas deste pleito suplementar, pelo fato de ninguém haver pedido a suspensão da eleição, não é, como muitos pensam, motivo de tranqüilidade quanto à validade do pleito. Alerto que ele pode acontecer e ainda assim não ter validade, como aconteceu com o pleito de 2012 na vizinha Serra do Mel, 34.ª Zona Eleitoral de Mossoró. Aprendi naquele doloroso embate que há três formas de anular votos. 1. Por decisão do eleitor; 2. Por erro no ato de votar; e 3. Por decisão da Justiça. Portanto, a cassação da candidatura de Cláudia Regina, em caráter definitivo, e a cassação da candidatura de Larissa Rosado, ainda que sob questionamentos, torna o pleito suplementar de Mossoró juridicamente inseguro. Se os eleitores de Cláudia resolverem anular seu voto por livre e espontânea vontade, como deixa transparecer nas redes sociais, e a cassação de Larissa se efetivar, corre-se um sério risco da invalidação do pleito, pois neste caso seus votos serão contabilizados matematicamente, mas não serão validados, como aconteceu com os votos de Manuel Cândido, do PT, na eleição de 2012, na Serra do Mel. Votos que foram anulados pelo juiz eleitoral, visto que a candidatura não estava oficiliazada e o candidato concorreu sub judice e perdeu depois nas instâncias superiores. Serão nulos de pleno de direito. Como a adversária de Manuel Cândido, dona Lúcia Bezerra, do PMDB, não obteve 50% dos votos válidos, mais um, a eleição foi anulada, pois para a Justiça Eleitoral os votos de Manuel, mesmo tendo sido mais de quatro mil, constavam como um redondo zero. Portanto, sem Cláudia e como perigo da cassação de Larissa se efetivar, se os eleitores de Cláudia votarem nulo, será necessário que os quatro candidatos restantes somem 50% dos votos válidos mais um. Do contrário, a eleição será anulada e Mossoró terá que se submeter a uma terceira eleição dentro do dois anos.

Monotonia
2006, 2008, 2010, 2012 e 2014: já é a quinta eleição em que a principal pauta da imprensa é o Mensalão. E o PT ganhou todas. E aumentou o número de filiados. E aumentou a sua preferência no eleitorado quando a pesquisa é sobre siglas. Os oposicionistas não entendem que precisam apresentar alguma proposta confiável. Mas não pode ser aquelas que eles deixaram de fazer quando estavam no poder.

Molecagem
Pegou mal para a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), por declarar que Dirceu recebe tratamento diferenciado em uma cela com televisão e micro-ondas, condição distinta, segundo ela, da de outros presos. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que participou da visita da comissão enviada pela Câmara Federal para averiguar a situação, disse que ela nem chegou a entrar na cela, porque sua cadeira de rodas não permitia o acesso. Pelo jeito, a deficiência da tucana não está nas pernas, mas no caráter.

Reservas
"Brasil tem tudo p/ enfrentar a crise econômica porque tem reservas de US$ 376 bilhões. Essa é a poupança de vocês, povo brasileiro." (Dilma)

terça-feira, 29 de abril de 2014

Lula, Joaquim e Chacrinha

O excelente Paulo Moreira Leite publicou um artigo no seu blog que todo brasileiro deveria ler, para entender, não apenas o que Lula disse e fez, mas, acima de tudo para entender minimamente o que é democracia e o que é direito de expressão, essa coisa que a direita brasileira, especialmente sua imprensa golpista. Vejamos: Joaquim Barbosa reclama de críticas de Lula, mas já definiu STF como “maioria de circunstância” que decide com “argumentos pífios”. A irritação do STF com as declarações de Lula sobre a AP 470 é compreensível. Ninguém gosta de ser criticado, muito menos por um político – o mais popular do país — que falou palavras claras e duras sobre o julgamento. Palavras que devem ser compreendidas como uma opinião política, direito fundamental assegurado pela Constituição. Imaginar que uma decisão do STF não pode ser criticada e deve ser sacralizada contraria o comportamento do próprio tribunal, a começar pelo presidente do STF. Não custa lembrar. No fim de fevereiro, quando o STF absolveu os réus pelo crime de formação de quadrilha, Joaquim Barbosa julgou-se no direito de fazer um pronunciamento, em pleno tribunal, onde empregou termos muito mais graves – alguns podem até ser considerados ofensivos – para se referir a decisão do plenário. Ele definiu os juízes que tomaram a decisão como “maioria de circunstância”. Falta de respeito? Joaquim classificou os próprios embargos que permitiram a revisão — aprovados com apoio do decano Celso de Mello — como um “recurso à margem da lei.” Disse que os ministros empregaram “argumentos pífios”. Acusou os colegas de serem tomados por uma “sanha reformadora”. Sabe o que é sanha? “Rancor, desejo de vingança”, diz o Houaiss. Joaquim não dava uma entrevista nem respondia a pergunta de jornalistas. Definiu sua fala como um “alerta a nação.” Usou termos rudes para se referir a um trabalho tão legítimo como o dele. A menos que queria instituir um regime político no qual a judicialização inclui o direito de censura a uns e a liberdade a outros, a única reação coerente é aceitar que juízes, políticos, jornalistas, trabalhadores e 200 milhões de brasileiros possam dar sua opinião. O resto é puxa-saquismo e submissão, incompatíveis com a democracia. Vejamos o que segue, nas notas curtas:

Demagogia
É por isso que Eduardo Campos e Aécio Neves cometeram um erro feio quando saíram em público para criticar Lula, mesmo de forma velada. Nem vamos falar que é uma postura interesseira, de quem quer ajuda de Joaquim para ganhar Ibope junto a determinados eleitores e fazer pinta de amigo da ordem. Não vamos ser deselegantes.

Livrando tucano
Nem vamos dizer que é uma forma de gentileza por parte de quem teve aliados — como o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga — que receberam dinheiro de Marcos Valério e ficaram de fora da AP 470. Pimenta, como se sabe, embolsou 300 000 reais — e isso a Polícia Federal apontou logo no começo da investigação. O que aconteceu? Nada lhe aconteceu durante anos. Mais tarde, entrou no mensalão mineiro, tardiamente, de fininho… candidato certo a prescrição por idade. E claro, com direito a duplo grau de jurisdição, se for necessário. Não é disso que estou falando. Vamos à substância.

É para cumprir a lei?
Para quem afirma que as decisões do Supremo não podem ser discutidas, devem ser 100% cumpridas, eu pergunto: se pensam mesmo assim, quando é que eles vão pedir ao Supremo que cumpra a decisão que garantiu a José Dirceu o direito ao regime semiaberto? Tá demorando, vamos combinar. A coragem para criticar Lula não é mesma para cobrar, Joaquim?

Então, cumpra-se
Olha só: Dirceu nunca recebeu uma sentença que, transitada em julgado, o impedisse de sair do presídio para trabalhar. Nunca. Ou seja: nunca recebeu regime fechado como pena. No entanto, está lá, trancafiado na Papuda, desde 15 de novembro de 2013. Já deu para perceber quem está “discutindo” a decisão do Supremo. Quem está “questionando”, não apenas com palavras, mas atos. Imagine quem está descumprindo, Eduardo Campos. Lula? Eu? Ou o próprio presidente, inconformado com a derrota do rancor da maioria de circunstancia que aplicou um recurso a margem da lei

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Não há nada mais perigoso no Brasil que ser um jovem negro

No momento em que o mundo se solidariza com um jogador de futebol, para quem foi jogada uma banana, com o intuito de chamá-lo de “macaco” num gesto racista deprimente em plena Europa, uma pesquisa mostra que no Brasil, o racismo é bem mais grave. Aqui, ele prende, tortura e mata. A revista Tripp diz que não existe nada mais perigoso no Brasil que ser um jovem negro. E mostra por quê:  Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde mostram que mais da metade dos 52.198 mortos por homicídio em 2011 no país eram jovens, dos quais 71,44% eram negros (pretos e pardos) e 93,03%, do sexo masculino. Aqui a violência tem lado. Basta atentar para o fato de que enquanto a taxa de homicídio de jovens brancos caiu 26% entre 2002 e 2011, a morte de jovens negros por arma de fogo aumentou 24% no mesmo período. E o que é pior: existe uma tendência crescente dessa mortalidade seletiva, é o que alerta o Mapa da violência 2013: homicídios e juventude no Brasil. O motivo é claríssimo: A violência contra jovens negros encontra abrigo no racismo arraigado na sociedade e nas instituições brasileiras e se agrava na relação com a polícia. A pesquisa Filtragem Racial: a Cor da Seleção do Suspeito aponta: a cor da pele é o principal motivo de suspeição policial. Cerca de 65% dos policiais entrevistados admitiram que pretos e pardos são priorizados nas abordagens. O que chama a atenção é que não é apenas grave o fato da maioria dos que morrem serem negros, mas acima de tudo, o fato de que a maioria dos policiais que matam negros são brancos. A Universidade Federal de São Carlos demonstra em outra pesquisa que as principais vítimas da letalidade policial no estado de São Paulo são negros (61%), jovens (57% tinham até 24 anos) e homens (97%). Por outro lado, os policiais militares envolvidos em ocorrências com mortes são na, maioria, brancos (79%), têm entre 25 e 39 anos (73%) e são homens (97%). A taxa de flagrantes com negros é mais que o dobro daquela verificada com brancos. Até nas abordagens, a discriminação fica constatada. Entre um policial branco ou um negro, adivinhe quem é que vai ser abordado? E de maneira grosseira, podendo terminar em casos como o de Amarildo, que  não se deu por acaso.

Incrível
É impressionante como a TV brasileira faz um jornalismo de baixo nível. É triste ver um cara como Datena tendo tanto espaço num noticiário. Ontem, o cara, ao criticar o problema do transporte público em São Paulo, perguntou com toda a arrogância permitida a um analfabeto empoderado: “Cadê o legado da Copa?”. O idiota não sabe que legado é algo que vem depois, o significado real da palavra é a herança que um morto deixa para alguém por testamento. O legado da Copa, mesmo numa figura de linguagem, só poderá ser o que vai ficar depois do evento e não antes.

Incrível II
Em poucos minutos, o mesmo Datena, em reportagem sobre um menino que não estava conseguindo um exame no SUS, ele soltou o relincho: “Cadê o dinheiro da CPMF?”. Meu Deus. O cara esqueceu que a CPMF foi extinta ainda no governo Lula, que acabou há quase quatro anos.

Incrível III
Como se não bastasse, o cara ainda afirmou que os governos estão escondendo o “pernilongo” da dengue. Pernilongo da dengue é de lascar os tamanquitos portugueses, como dizia Canindé Queiroz. E ainda tem quem me pergunte por que não gosto de assistir a esses noticiários imbecilizantes.

FotoLegenda
Fernando Mineiro se prepara para disputar novamente a Prefeitura de Natal em 2016. É candidato à reeleição, pois como deputado estadual ficará em Natal, vendo as cascas de banana em que Carlos Eduardo continuará pisando pela sua maneira excessivamente autossuficiente de administrar e de viajar.

sábado, 26 de abril de 2014

30 anos da Campanha ‘DIRETAS JÁ’

Lembro o dia em que subi ao palanque armado na Praça do Relógio do Alecrim em Natal para recitar o poema “Fé na Urna e Pau na crise”, sobre as eleições diretas para Presidente da República do Brasil. Ali em cima do palanque tive o privilégio de estar com Chico Buarque de Holanda e suas irmãs, Miúcha e Cristina Holanda, o futuro presidente Tancredo Neves, o deputado Ulisses Guimarães e outras celebridades. Lembro do dia em que assisti na Praça da Sé, em São Paulo, ao último comício das Diretas, depois de derrotada a Emenda Dante de Oliveira e se tentava mais uma emenda no Senado. As diretas não vieram naquele ano de 1984, mas o Brasil nunca mais foi o mesmo. A ditadura ruiu. Tancredo Neves foi eleito, não assumiu porque morreu na véspera da posse, se foi morte morrida ou morte matada ainda tem uma dúvida que fica debitada na conta da teoria das conspirações. Quatro anos depois enfrentamos a Luta para botar Lula na Presidência da República, mas a Globo com toda a mídia junto, o capital nacional e estrangeiro, os militares e tudo que se possa imaginar, inventaram e puseram no palanque o “anti-Lula”, que se chamava Fernando Collor de Melo, que foi eleito e pouco tempo depois inspirava uma nova campanha de rua com proporções históricas, que foi a “Fora Collor”, campanha que acabou no impeachment do presidente eleito. Dois anos antes tínhamos feito a Campanha pela Constituinte e dez anos antes a campanha pela Anistia Ampla Geral e Irrestrita. Foram campanhas que mudaram o Brasil, que fizeram história. Mas ninguém estava ali de bobeira, tipo “Maria-vai-com-as-outras”. Havia consciência política do que se queria, do que se buscava, pelo que se lutava.  Diferentemente dos movimentos que vimos no ano passado. Apenas alguns poucos sabiam o que queriam, mas não diziam. Era um movimento frouxo, sem direção, sem bandeiras claras, sem objetivos definidos, sem lado. E deu no que deu... Se escafedeu sem deixar marcas nas paredes da memória nacional. Que bom que tivesse continuado e tivesse definido aonde queria chegar.

Tráfico
Frase sábia de um líder da Favela da Maré, Rio de Janeiro, onde montaram há pouco tempo, uma UPP – Unidade de Polícia Pacificadora: “Não tem tráfico sem polícia...”

Outra frase
Genial a frase do grande jornalista Mauro Santayana: “Aqui no Brasil existe uma extrema direita radical, mal informada e burra, que acha que, para ir contra o governo, precisa torcer contra o País”. Não só torcer, na verdade a oposição e a mídia golpista, que são as duas faces da mesma moeda, não apenas torce, elas trabalham contra o País.

ENEM
Não foi pouca a luta da direita midiática e demotucana para desmoralizar o ENEM, especialmente enquanto Fernando Haddad era ministro da Educação e pré-candidato a prefeito de São Paulo. O ENEM resistiu e se consolidou. Agora vem a resposta do outro lado do mar. As notas do ENEM irão ser aceitas como critério de seleção pela vetusta Universidade de Coimbra, Portugal.
A Universidade de Coimbra é a instituição portuguesa de ensino superior mais antiga. No ano passado, foi incluída na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO  - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Cerca de 23 mil estudantes estão matriculados na instituição. Desses, mais de 2 mil são brasileiros. Segundo site da instituição de ensino, a universidade foi fundada, "com certeza", entre 1288 e 1290. Segundo o Ministério da Educação (MEC), o uso do exame pela universidade portuguesa "é mais uma prova da consolidação do Enem como critério republicano de acesso ao ensino superior".

Imprensalona
É impressionante a sacanagem. No Estadão, a indústria cai com índice 56,4%, nos EUA a indústria cresce com 52,4. Eis a grande imprensa brasileira

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Mossoró, a terra do “já teve”

Claro que se pode dizer que Mossoró também tem coisas que não tinha antes. Mas isso não é privilégio de Mossoró. Cidades de todos os tamanhos e de todos os Estados e de todos os países estão recebendo coisas novas a cada dia, mês e ano. Cabe, porém a cada cidade preservar o que tem. Seu patrimônio histórico, cultural, econômico e simbólico. Mossoró, cidade que tanto alardeia amar sua história, na prática não dá muitas provas disso. No Facebook do meu filho Telêmaco Sandino, encontrei algumas lembranças de coisas a que Mossoró dava muita importância e perdeu sem levar em conta. Vejamos alguns casos: Mossoró tinha cinemas. O PAX se transformou numa loja, o Caiçara virou um prédio de vidro que tem a sua importância, mas não cumpre um papel cultural como o velho Caiçara, que abrigava também a Rádio Difusora e cumpria. Tinha o Cine Cid, que virou o Teatro Lauro Monte Filho, por uma luta nossa, dos artistas quando Mossoró descobriu que não tinha teatro há noventa anos... Particularmente, sofri como presidente da Fundação José Augusto para recuperá-lo, mas virei sanduíche entre a burocracia e a “burrocracia” mesmo quando em algum momento havia dinheiro para fazer a reforma. A atual secretária de Cultura do Estado dizia que não o fiz por não ter prestígio com a governadora Wilma de Faria, mas hoje ela é cunhada da governadora, ambas são mossoroenses e deixaram o caos se aprofundar a ponto de deixar aquele prédio histórico ser metamorfoseado de pombeiro em puteiro, com direito a antro de viciados em droga e álcool com perigosos resultados para as adjacências. Hoje é ponto de prostituição e consumo de álcool e drogas. Mossoró tinha a Casa do Gelo, de onde Lampião ficou atirando na Estação do Trem, hoje dita “Das Artes”. Virou uma loja de produtos paraguaios. Mossoró tinha a casa do jornalista Dorian Jorge Freire, com um acervo fantástico. Só a biblioteca continha dez mil volumes da melhor literatura brasileira e universal. Hoje, ela não existe mais. Se não me engano, aqui na distância paulistana, foi transformada em estacionamento. Mossoró tinha o Aceu... Ali, assisti Gonzaguinha cantando, vi a primeira noitada de viola da minha vida e fiz o I Congresso Potiguar de Repentistas Nordestinos, com os maiores repentistas do Brasil e Patativa do Assaré, vi mais de uma edição do Movimento de Extensão Cultural e Artística (MECA) e do Festival da Canção Popular (FECAP) e da Semana de Filosofia, além de outros eventos da melhor qualidade. Não foi só Aceu que acabou. Os eventos de altíssimo nível se escafederam com ele. O Aceu substituía com dignidade o Clube Ipiranga. Hoje, está abandonado, pois se perdeu nesta cidade o hábito de substituir o bom pelo melhor. Aqui as coisas morrem. E pronto. Mossoró tinha a ACDP. Das grandes festas de Ivonete Paula, onde fiz também um show de Bráulio Tavares, o Raio da Silibrina. “Ainda Continua Depois da Ponte”, mas... Já era à margem da ACDP e do Sujeito Mossoró tinha um rio... Ali n’O Sujeito se fazia até concursos de saltos ornamentais nas águas cristalinas do rio Mossoró. Não se falava em preservação do meio ambiente, mas também não se deixava o rio morrer. Ele foi multiplicado por três para ter morte tripla. O rio Mossoró virou um enorme esgoto a céu aberto. E não tem nem projeto para despoluição. Continuemos nas Notas Curtas.

Resistência
Ao lado do Palácio Rodolfo Fernandes, hoje é a Prefeitura, um Palácio dito da Resistência, por ter sido a trincheira principal contra o bando de Lampião, mas a cidade hoje não resiste à força dos “pequenos e grandes ladrões que vivem no meio dos homens de bem” dominando a vida mossoroense matando, uns e morrendo, outros como se a vida não valesse um fósforo riscado.

Faroeste caboclo
Mossoró tinha o Café do Povo, ponto de encontro de todos que vinha aqui... Há tempos fechado e em ruínas... Mossoró era terra de gente valente... Hoje é terra de ninguém, onde manda quem pode e obedece quem é abestado. De capital do Oeste, transformou-se em “Capital do Faroeste”.

Artistas
Mossoró teve Elizeu Ventania... Hoje, a família dele passa por necessidades e o frontispício da casa onde morou exibe frase de protesto, por não ter sido cumprida a promessa de reforma. Mossoró tem Valdemar dos Pássaros, que brilhou em programas televisivos nacionais, como Sílvio Santos, Fantástico, Faustão e outros, mas... teve as asas cortadas sem que ninguém se importasse quando o seu canto mavioso e múltiplo calasse. Vive perambulando pelas ruas, à procura de mãos caridosas. Mossoró tem grupos de teatro, que sobrevivem de incentivos privados e são mais valorizados fora do que aqui. Mossoró tem uma lei municipal de incentivo à cultura que não incentivou nada até agora por absoluta inoperância, pois imperam ainda as festas com bandas que chamam as mulheres de “raparigas” e metem a chibata preta na cultura verdadeira.

Economia
Não tem espaço que dê para falarmos de empresas comerciais e industriais que sumiram do mapa levando consigo os empregos, tampouco da moda de que fomos vítimas na última década do fecha-fecha de hospitais, sem falar dos CSUs, Cohab e inúmeras outras repartições que viraram pó.

Quimera
Quem sabe, essa eleição suplementar, linda, organizadíssima, oportuníssima, tão cheia de propostas maravilhosas, de um debate profícuo, produtivo e enriquecedor, venha trazer coisas novas que nossa vã filosofia não tem alcance para imaginar, que venham compensar as boas coisas velhas perdidas nas dobras do tempo.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Mexeu com a Petrobras, mexeu comigo

Reunido em Brasília (DF) anteontem, o Conselho Deliberativo da FUP – Federação Única dos Petroleiros reafirmou a importância de os petroleiros continuarem na linha de frente em defesa da Petrobras, bem como do projeto de lei dos trabalhadores e movimentos sociais para que o petróleo seja um bem 100% controlado pelo Estado e com destinação social. As direções sindicais destacaram que a FUP deve ter firmeza nessa disputa, motivada por interesses eleitoreiros, mas também econômicos, principalmente daqueles que estão de olho no pré-sal, já que a Petrobras é a operadora única. O Conselho Deliberativo discutiu uma agenda ampla, nacional e regional, com atos e manifestações pelo país afora, envolvendo os trabalhadores do Sistema Petrobras, as centrais sindicais, os movimentos sociais e a população. A agenda de luta realizou atos públicos em 23 de abril em Brasília, com o lançamento do Comitê Popular em Defesa da Petrobras. Em 28 de abril, vai ter ato em Salvador, em 15 de maio haverá ato no Rio de Janeiro, em frente ao Edifício Sede da Petrobras e em 21 de maio haverá ato em São Paulo. Petroleiros de vários Estados do País participaram na tarde de ontem de mais uma manifestação contra a campanha de desmoralização da Petrobras que tem sido promovida diuturnamente pelos veículos de comunicação e pelos partidos de oposição ao governo. O ato foi realizado no Anexo III da Câmara dos Deputados Federais, onde estudantes e movimentos sociais somaram-se à FUP e aos seus sindicatos em defesa da soberania e por uma Petrobras pública e estatal, comprometida com os interesses nacionais.

Collor absolvido
Não quero julgar Fernando Collor, pois além de não ser juiz, acho que seu julgamento agora é papel da história. É o único ex-presidente que saiu por força de um amplo movimento popular e um impeachment, mesmo depois de haver renunciado.

Collor absolvido II
Ficou mais que provado que no seu governo, através do seu operador financeiro Paulo César Farias, “PC Farias”, foi montado o maior esquema de corrupção de toda a história brasileira, um dos maiores do mundo. O tal mensalão, que é tão apresentado na mídia como “Maior escândalo de corrupção do Brasil” não chega nem a dez por cento do valor comprovadamente roubado na campanha e no governo Collor. Mas o que se viu agora? O mesmo STF que condenou José Dirceu, Genoino e demais “mensaleiros”, mesmo que uma ministra cretinamente tenha declarado que não tinha provas, mas a “Literatura” lhe respaldava na condenação, absolvem Fernando Collor de Melo... por “falta de provas”. E o Domínio do Fato? É uma lei personalizada? Só vale contra o PT?

Collor absolvido III
Quando digo que não posso levar a sério a Justiça brasileira, ainda tem quem conteste. E sei que posso ser perseguido por isso. Mas o que fazer? Calar covardemente?

"A ideologia da direita é o medo" (Simone de Beauvoir)

FotoLegenda

Para os debiloides que acreditam quando a imprensa golpista diz que as obras do Canal de São Francisco estão paralisados: O trecho das obras do Projeto de Integração do rio São Francisco entre os municípios de Mauriti (CE) e São José das Piranhas (PB) agora também está operando 24 horas por dia. São 1.254 trabalhadores atuando na construção de canais, aquedutos e barragens do maior empreendimento hídrico do País que levará água a 12 milhões de pessoas.

terça-feira, 22 de abril de 2014

Crise na campanha de Aécio Neves

Antonio Lassance do site Carta Maior mostra em belo artigo que a campanha de Aécio Neves atingiu um momento de pico de crise com o escândalo que desmoraliza a candidatura do tucano Pimenta da Veiga, no governo de Minas gerais, estado onde Aécio não só precisa estar muito bem para servir de vitrine para o Brasil, mas também onde ele precisa tirar milhões de votos de maioria que Dilma com certeza terá em outros estados. Pimenta da Veiga foi um dos pais das privatizações dos anos 1990 e um dos filhos diletos do governo FHC. É tucano por excelência, até uma capa de moralismo fruto desta imensa proteção que a mídia e a banda podre do Judiciário, lhe ajudavam a constituir-se como um bom produto de mídia, capaz de enganar os bestas.  Mas sua aura de santinho competentíssimo foi por água abaixo a partir do momento em que a Polícia Federal destrinchou a teia de relações montadas pelas empresas de Marcos Valério no “Mensalão tucano”, onde ele foi pego com a boca na botija, beneficiado com a bagatela de 300 mil contos de reis. A Federal ainda indiciou Pimenta por ligações consideradas mais que suspeitas com o esquema. Lassance lembra que, num gesto típico da arrogância e do sentimento de impunidade de demos e tucanos, Aécio e Pimenta cometeram o erro de levantar suspeitas sobre a ação da PF. Para tentar rebater o inquérito e confrontar a PF, o indiciado alegou que seus negócios com Marcos Valério eram lícitos. Como “prova”, afirmou que tudo havia sido declarado à Receita Federal.
A informação mostrou suas pernas curtas quando veio o desmentido, da própria PF, de que Pimenta só revelou seus negócios com as empresas que abasteciam o mensalão tucano depois de o esquema ter sido estourado pela CPI dos Correios. Após o escândalo, em 2005, Pimenta fez uma declaração retificadora, na qual apareceram, finalmente, R$ 300 mil. Grande ideia, só que, para a PF, o esquecimento e a retificação, feita só depois da CPI, são prova da tentativa de esconder o dinheiro. O risco é que o pré-candidato do PSDB de Minas, agora provável ex-pré-candidato, se transforme em réu em plena campanha. Mesmo se afastado da disputa, Pimenta da Veiga permanece como rescaldo. Uma bomba mineira que não tem como não explodir nacionalmente no colo de Aécio.

Ovo da serpente
Desde a última candidatura presidencial de José Serra, quando eclodiram por várias partes do País, as mais abjetas expressões nazi-fascistas que dissemos neste canto de página do perigo do que aquele candidato estava fazendo, no desespero de ganhar a qualquer custo, inclusive ao custo da consolidação da democracia, uma eleição que o povo não queria lhe dar. TFP, Opus Dei, organizações neonazistas mesmo, Bolsonaro com seu discurso estúpido e inválido, a pauta do aborto, o combate racista às cotas para ingresso nas universidades, a agressão sem limites ao Bolsa-Família e a discussão cretina sobre o casamento gay, quase tudo isto, com “justificativas de fundo religioso, como forma de desqualificar a candidata Dilma Rousseff que sempre se portou com muita dignidade.

Agora é Hitler
Agora é o próprio Hitler que aparece na praça... Em Itajaí-SC o povo amanheceu assustado anteontem, ao se deparar com cartazes homenageando o aniversário de Adolf Hitler, ocorrido naquele domingo sombrio (20/4). As peças trazem aassinatura de White Front, algo como “Frente Branca” e foram coladas em postes no Centro da Cidade. Nos cartazes, a imagem do líder nazista com a mensagem: “Heróis não morrem. Parabéns Führer”. A existência de um suposto grupo ou de simpatizantes do nazifascismo é algo novo e assustador para uma comunidade historicamente pacífica e plural. Mas é verdadeiro. E devemos isto ao estímulo às vozes das trevas dado pelas últimas campanhas do PSDB, um partido que se diz da Social Democracia. O mais está sendo feito na internet. A exacerbação do ódio de classes, do racismo, da homofobia, da discriminação em todos os sentidos, é o único argumento de campanha a respaldar bobagens e safadezas como a tentativa de instalar uma CPI contra a Petrobrás, porque ele conseguiu comprar uma empresa nos Estados Unidos em vez de ser vendida como queria a tucanalha.

sábado, 19 de abril de 2014

O povo, a cereja do bolo

Graças a Deus, me foi dada a oportunidade de ficar fora desta campanha política absolutamente maluca que Mossoró está vivendo sem saber o que pode e o que não pode. É a antidemocracia em curso, com exacerbação das práticas e da lei. Uma campanha de 20 dias com uma Semana Santa pelo meio e, como se não bastasse este feriadão, onde a cidade se muda para Tibau e alhures, a folga na campanha foi antecedida pela falha injustificável de ter chegado a data de início da campanha sem que fossem liberadas as contas bancárias e, em alguns casos, os CNPJs, que são pré-condições para se por nas ruas bandeiras, carros de som, cartazes, panfletos e tudo que significa divulgação, essência do regime democrático. Postas na rua, de forma mais que capengas, algumas campanhas foram truncadas pela volta do festival de impugnações. Larissa pode, mas não pode. Cláudia não pode, mas pode. Larissa vai seguir em marcha batida por conta e risco, até que o TSE se digne a olhar de cima do Olimpo onde se posta, se Mossoró existe no mapa do Brasil e se merece alguma atenção dos seus deuses e deusas de fancaria, melhor dizendo, dos seus faraós embalsamados que resolveram tirar do povo o direito de escolha, transformando essa brincadeira de mau gosto, o “cassa e descassa”, numa verdadeira indústria que, pior que as salsichas, como no dizer de Bismarck, ninguém sabe como são feitas nem do que são compostas, pois se o povo o soubesse... Não bastasse o jeito salsicheiro de fazer leis, pior ficou o jeito de aplicá-las num tempo em que o Judiciário se arvora o direito à deificação. Além de Larissa, a prefeita cassada Cláudia Regina vive também a insegurança jurídica. Mais uma vez atingida pela caneta do magistrado, está proibida até de entrar nas redes sociais. Há exatamente um ano, participei ativamente de uma eleição suplementar na Serra do Mel, a apenas 30km de Mossoró, na mesma comarca e fazendo parte da 34.ª Zona Eleitoral... de Mossoró. O prefeito eleito e cassado, Manuel Cândido, não pôde ser candidato, mas teve o direito à palavra. Era ele quem encerrava todos os comícios a candidata Dona Francisca, sua esposa. A eleição foi vergonhosamente roubada, fraudada, vilipendiada, esculhambada, com os órgãos da lei e da força beneficiando descaradamente o prefeito Fabinho, que ora se encontra cassado, mas continua administrando e se locupletando dos bens públicos. A mesma Justiça tão rigorosa com Manuel Cândido, não vê, não ouve, não fala... Assim segue a eleição suplementar de Mossoró. Uma grande piada. Depois da Semana Santa, chegará a vez dos sete programinhas eleitorais gratuitos de rádio e TV. Quem poderá falar, quem poderá ser visto(a)? Três candidatos, reconhecidamente pobres de dinheiro, mesmo que cheios de boas propostas, não poderão levar ao ar programas de qualidade técnica e terão um tempo “à Enéias”, para não dizerem nada que permita terem suas boas propostas conhecidas. As duas candidatas estruturalmente mais fortes não poderão ir ao ar. Então, que se decida de uma canetada olímpica, o nome de quem poderá governar 50 milhões mensais. E depois, aguarde-se um novo festival de cassações... Sou dos que lutaram pelo direito do povo escolher. Prefiro continuar pensando assim. Não me anima um sistema em que o povo só está servindo de enfeite, a cereja do bolo. Ou seja, em bom português, estão fazendo o povo mossoroense de idiota.

Globo
A que ponto chegou a Rede Globo... Fala-se que anda procurando anunciantes da imprensa alternativa, tipo a revista Fórum, para pressionar. Este filme já foi visto em Mossoró, com sérios danos à liberdade de expressão. Alguém lembra d uma excelente revista que prosperou na cidade à margem do poder e foi sufocada? Ela se chamava Papangu. Quando aos seus garroteadores, estão vivos e fazendo campanha sem nenhum impedimento para os arrepios à lei, que estão cometendo a três por quatro.

Nova política
Marina continua batendo em Vilma de Faria por estar coligada com Henrique Eduardo. Esquece, porém que sua candidatura a vice de Eduardo Campos tem apoio de: Jorge Bornhausen e família, Heráclito Fortes, Severino Cavalcanti, Ronaldo Caiado. Mas... Começar a limpeza por Henrique é um bom começo. Vamos ver até onde vai. O que tem de honesto no seu discurso.

Petrobras
Continua a guerra insana contra a Petrobras. No tempo de FHC, ou seja, no tempo dos que agora dizem que ela se acabando, a Petrobras valia 25 bilhões. Hoje, seu valor de mercado é de 349 bilhões, mas ela vai investir 271 bilhões nos próximos três anos. Engraçado, o PT “rouba tudo” e o dinheiro aparece, o PSDB “não rouba nada”, mas o dinheiro desaparece. Este é o escândalo da quinzena. Será que chega ao 1.º de maio? Não sei. Mas tenho certeza de que outro escândalo já está na pauta da Globo, da Folha  e da Veja, para tentar dar suporte e alento à causa perdida da oposição odiada pelo povo.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

O politicídio contra o PT

Saul Leblon, como sempre um grande argumentador, traz uma análise muito importante para o conhecimento, principalmente de petistas reticentes sobre a estratégia de desqualificação do PT com o fim de destruir o partido e desta forma conseguir trazer de volta ao topo do poder político do País a ideologia neoliberal com sua agenda entreguista e privatista. No meu entendimento, tudo isso está ligado ao interesse mesmo das elites brasileiras na sua velha cultura patrimonialista. A direita brasileira não sabe viver à própria custa. Ela precisa das tetas do Estado para mamar, para enriquecer, para sonegar, para proteger seus apaniguados, suas empresas e seus lucros, enfim, para viver na moleza, comendo e luxando a custa do suor da maioria dos brasileiros. Saul alerta para um fato muito interessante: A passividade da intelectualidade de esquerda diante de um ataque tão virulento e tão sistemático contra o PT, especialmente contra os seus acertos e exacerbando os erros, ou até mesmo forjando-os a partir da criação permanente de um factóide atrás do outro, disseminando um ódio à corrupção que seria justíssimo se estivesse voltado para combater os mal feitos do PT e os escândalos oriundos do PSDB, do DEM e seus aliados, sistematicamente omitidos e bem escondidos pela mídia. O chilique eterno da mídia golpista e dos partidos incompetentes que precisam desta mesma mídia para fazer política, porém, não conseguem minar o PT a ponto de criar uma expectativa de vitória da oposição. O sonho de Jorge Bornhausen de “acabar com a raça petista por trinta anos” é um ideal nazistoide que agora se abriga num partido que foi da Bse aliada do governo Lula e ainda do governo Dilma. Tem como candidato um neto de Miguel Arraes. E alguns intelectuais embarcam nessa canoa. Marina com todo o seu histórico junto ao PT reforça um projeto que de esquerda nada tem, simplesmente para dar vazão às suas ambições pessoais e à sua frustração com Dilma que chegou a exigir eficiência no seu ministério do meio ambiente nos tempos Lula.

Petrobrás
A produção de petróleo nos campos operados pela Petrobras, na chamada província pré-sal, nas Bacias de Santos e Campos, atingiu, na última terça-feira, o patamar de 428 mil barris de petróleo por dia, novo recorde de produção diária. A direitona baba de inveja porque não pode entregar essa riqueza aos americanos e ingleses. Mas é por isto mesmo que o povo não quer mais essa tucanalha.

Favorita
Pesquisa Vox Populi/CartaCapital realizada entre os dias 6 e 8 de abril revela um cenário estável para a presidenta Dilma, a cerca de três meses do início da campanha eleitoral. A presidenta oscilou um ponto negativo em relação ao último levantamento, em fevereiro, e aparece como a candidata favorita de 40% dos eleitores. Juntos, os adversários somam 26% das intenções de voto. O cenário para a sucessão, portanto, praticamente não se alterou nos dois últimos meses, apesar do mau humor com a economia e da crise na Petrobras, alvo de embates por uma CPI no Congresso.

Tucano cai
Em segundo lugar na pesquisa, o tucano Aécio Neves também oscilou um ponto para baixo. Em fevereiro, era lembrado por 17% dos eleitores. Hoje aparece com 16%. Eduardo Campos (PSB), que durante a semana anunciou a ex-senadora Marina Silva como a pré-candidata a vice em sua chapa, soma 8% (tinha 6% há dois meses). O Pastor Everaldo Pereira, pré-candidato do PSC, tem 2%. Os dados mais significativos são os que mostram Aécio em queda, mesmo que dentro da margem de erro. Eduardo Campos, na semana que anuncia Marina como vice, só consegue agregar dois pontos, um crescimento que ainda o mantém no mesmo patamar, porque está dentro da margem de erro.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Verde X Verde

A notícia já está meio desatualizada, pois o blog do Clodoeudes Fernandes, de Pau dos Ferros, está com ela no ar desde a última sexta-feira. E olha que tem mais de quinhentos blogs em atuação só no RN. Segundo levantamento criterioso feito pelo gabinete do deputado Fernando Mineiro, apenas três municípios potiguares não têm blogueiros atuantes. Falo do quiproquó que a ex-senadora Marina Silva criou ao desautorizar Vilma de Faria a fazer aliança com Henrique, por se tratar de um dos mais representativos exemplares de dinossauros do que ela e Eduardo Campos chamam de “velha política”. Conta Clodoeudes que através da sua conta no Twitter, a ex-senadora Marina Silva divulgou nota afirmando ser contrária à aliança do PSB potiguar com o PMDB, na chapa encabeçada pelo Deputado Federal, Henrique Eduardo Alves. E que Marina considerou a "manutenção da velha política" a aliança do PSB, partido ao qual é filiada, com o PMDB e que irá realizar todos os esforços políticos para que ela não se viabilize. A nota da Rede Sustentabilidade não alisa o filho de Aluísio: (...) Consideramos também que o grupo liderado pelo senhor Henrique Eduardo Alves, que está em seu 11º mandato consecutivo como deputado federal, representa a continuidade dos problemas que assolam o estado do Rio Grande do Norte, secularmente governado por essa oligarquia que, mais uma vez, se lança à retomada do poder, ignorando propositalmente sua responsabilidade na construção do atual cenário de inércia na administração pública potiguar, representado pela precariedade da saúde, da educação, da segurança e das condições de emprego ao trabalhador rural e urbano, além do agravamento da qualidade do meio ambiente nas cidades e no campo. Nesse sentido, a Rede Sustentabilidade RN, em conjunto com a Direção Nacional, declara publicamente que não concorda com essa presumida aliança e que irá realizar todos os esforços políticos para que ela não se viabilize. O Rio Grande do Norte necessita de outro caminho que recupere a autoestima do nosso povo e coloque o estado no caminho da Nova Política e de um novo modelo de desenvolvimento. E olha que Marina não viu as passeatas de Aluísio nos anos 60 quando as árvores eram destruídas por onde passavam “os verdes” de outrora... Eis a nota e eis o cenário. Vamos às Notas Curtas da nossa coluna.

Desagradando Eduardo Campos
Dona Vilma, ex-governadora, vice-prefeita de Natal, campeã de intenções de votos nas pesquisas de opinião desagrada o presidente do seu partido, que é também presidenciável e precisa de palanque no RN para fazer campanha. Com Henrique, um ou mais presidenciáveis deverão ser excluído(s) do palanque. Creio que terá vez a chapa Dilma/ Temer, pois sendo Temer presidente do PMDB seria cara de pau demais do senhor Henrique, deixá-lo fora do palanque em favor de Aécio e/ou Campos. De modo que Campos pode bancar a campanha de Vilma e não ter palanque.

Desagradando Marina
Como se pode ver acima, Marina não quer nem ouvir falar em campanha de Vilma de braços dados com Henrique. É a negação de todo o discurso que a faz ter 20% nas preferências

Dificuldade financeira
Quem vai bancar uma campanha de Vilma para o senado? Eduardo Campos já teria dado a entender que não vai investir num palanque que não lhe contempla. Seria Henrique, o “pagão”? Mas como, se não existe notícia de Henrique bancando nem mesmo as suas próprias campanhas?

Bola de chumbo
Para Vilma, que sendo candidata ao Governo do Estado estaria de “melé” solto, fica meio irracional sair para o senado enfrentando uma pedreira na concorrência com Fátima Bezerra. E ainda teria a lhe puxar para baixo, além dos seus próprios problemas, o peso de Henrique, uma bola de chumbo que poderá fazer sua campanha crescer como rabo de cavalo, ou seja, pra baixo... Pelo menos no Ibopé-de-ouvido, como dizem no Twitter, Henrique “tem mais rejeição que exame de próstata”.

Será que será?
De modo que... Para pacificar interesses, servir de terapia contra temores e dificuldades mútuas, creio que duas agentes políticas decidirão qual o cenário real da disputa: Chamam-se Fátima e Vilma, duas rivais históricas, acostumadas a disputar o “cinto”... Com o deslocamento de uma das duas, todas as placas tectônicas desta eleição se ajustam. Com Fátima saindo da pretensão senatorial, Vilma fica onde está, mas se Fátima ficar onde está a tendência natural da experiente Vilma de Faria, é se deslocar  para o Governo, onde não precisa de Henrique nem de ninguém, exceto o povão que, apesar de todos duvidarem, é quem decide na urna... Durante a Copa, a verdadeira disputa vai ser de campeonato, um jogo pesadíssimo, “Embate padrão FIFA”, onde ninguém é de ninguém e cada um(a) vai cuidar do seu próprio umbigo, pois “ em tempos de Murici...”

sexta-feira, 11 de abril de 2014

As obras são para a copa, mas vão ficar para o povo

Em Porto Alegre (RS), Dilma rebateu ontem, em tom de irritação, críticas da oposição que não fazem sentido. Ou, em suas próprias palavras, que "não fecham". "Muitas vezes você é criticado por ter o cachorro e outras vezes por não ter o mesmo cachorro. É uma crítica interessante que acontece no Brasil", disse Dilma. A presidente destacou medidas tomadas para que o País enfrentasse a crise internacional sem que os efeitos caíssem sobre o mercado de trabalho. "Jamais enfrentamos a crise à custa do trabalhador, ou do empreendedor. Nós reduzimos impostos, principalmente sobre a folha de pagamentos, porque era uma forma de melhorar a produtividade. Nós fizemos políticas de sustentação do investimento de expansão da infraestrutura, sim", disse Dilma. A presidente justificou que "um projeto não é financiado a qualquer taxa, tem que ter juros mais baixos e prazos mais longos, se não o prefeito não consegue pagar", citando o prefeito José Fortunati (PDT). Dilma lembrou ainda a situação de baixa vulnerabilidade da economia brasileira, com reservas de US$ 378 bilhões e dívida líquida sobre o PIB de 33,8%. "Portanto, Brasil também tem robustez fiscal", reforçou. A presidente reclamou, em seguida, que "não é possível fazer críticas por falta de investimento e, ao mesmo tempo, criticar os investimentos", numa referência a ataques que tem recebido de adversários. "Não é possível, não fecha, a equação no Brasil tem que fechar", acrescentou. Citando obras no Rio Grande do Sul e a modernização de aeroportos, Dilma Rousseff afirmou que "as obras atendem rigorosamente à Copa, mas não são para a Copa, são para o povo desse País, desse Estado". Segundo ela, "quando a gente vai dar uma festa, a gente dá uma melhorada na casa, mas os principais beneficiados são os moradores".

Retrovisor
É impressionante, mas o governo Rosalba, aos três anos e quatro meses de gestão, ainda está olhando para o retrovisor. Nélter Queiroz acaba de sair em defesa de Iberê Ferreira de Souza diante de um ataque virulento a ele quanto à Barragem de Oiticica. Até quando?

Campanha
Campanha política em Mossoró começa hoje. E ninguém sabe absolutamente nada sobre o que está em disputa. Sobre quem será candidato(a) de direito e de fato, sobre propostas para o município. A eleição suplementar de Mossoró virou um jogo de cabra cega. Seja o que Deus quiser!

Eleições su-suplementares
No vizinho município de Serra do Mel, houve uma eleição em 2012, que foi anulada pela Justiça Eleitoral. Uma eleição suplementar aconteceu em abril de 2013, há exatamente um ano. O prefeito eleito, que era presidente da Câmara, já está cassado, faltando somente a decisão do afastamento do cargo para que o novo presidente da Câmara assuma e nova eleição suplementar seja realizada. Serra do Mel tem 11.500 habitantes e esta lengalenga tem perturbado muito a vida do município. Imagine esse moído numa cidade de trezentos mil habitantes...

FotoLegenda
 FHC prometeu a si mesmo e ao capital estrangeiro que iria destruir a Era Vargas. E deu um abalo nos direitos trabalhistas conquistados naquela época. Mudou também o papel do Estado na indução do desenvolvimento econômico e na condição de guardião dos direitos dos mais fracos. Mas não conseguiu tudo. Esta ilustração é, desculpem-me a redundância, muito ilustrativa. Mas um simples olhar sobre a figura, lhe fará entender o porquê de tanta volúpia no desejo de instalar uma CPI, pela enésima vez para detonar a Petrobras e depois vendê-la.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ministério Público pede a suspensão da Bolsa-ditadura do ex-governador que crítica o Bolsa-Família

A jornalista Ângela Lacerda, do Estadão Conteúdo, anuncia que Ministério Público está pedindo a suspensão da pensão que José Agripino recebe por ser ex-governador. Vejamos:
O Ministério Público do Rio Grande do Norte impetrou no último dia 24 uma ação civil pública para obrigar o governo estadual a sustar o pagamento de pensão vitalícia aos ex-governadores Lavoisier Maia Sobrinho e José Agripino Maia (DEM). Eles recebem pensão vitalícia no valor de R$ 11 mil cada um, com base na constituição estadual de 1974, já revogada e editada no período da ditadura militar. Agripino Maia é senador, presidente nacional do DEM e foi governador do Rio Grande do Norte em dois mandatos - 1983/1986 e 1991/1994. Ele recebe a pensão desde 15 de maio de 1986. Lavoisier Maia, que recebe o benefício desde 16 de junho de 1986, foi governador no período de 1979/1983 e deixou a política. Em março de 2011 a Promotoria de Justiça e Defesa do Patrimônio Público de Natal instaurou inquérito civil - de número 012/11 - a fim de averiguar a legalidade e compatibilidade de aposentadorias e pensões especiais recebidas por ex-governadores e dependentes com a Constituição de 1988. De acordo com o MPRN, durante a fase do inquérito civil foram pedidas informações ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado, à Secretaria Estadual de Administração e Recursos Humanos, à Casa Civil e ao Tribunal de Contas, sem que se tivesse localizado um só processo administrativo ou documento concedendo as pensões. Na ação, assinada pelos promotores Emanuel Dhayan de Almeida, Paulo Batista Lopes Neto, Keiviany Silva de Sena e Hellen de Macedo Maciel, eles alegam não haver fundamentação para o pagamento da pensão, o que aponta para benefício automático e vitalício, o que seria ilegal. "É subversivo à noção de República a perpetuação de um gasto público a uma determinada pessoa, simplesmente pelo fato de ter exercido uma determinada função pública. Como já pontuado, a noção de República é refratária à instituição de privilégios vitalícios", afirmam os promotores, ao destacar que na atual constituição "não mais subsiste qualquer fundamento jurídico para a natureza desse aversivo privilégio".

Bolsa-ditadura
A pensão vitalícia que José Agripino vem embolsando desde 1986, já custou ao bolso do contribuinte potiguar uma boa grana. 11.000,00 X 12 meses X 31 anos = R$ 4.092.000,00 (quatro milhões e noventa e dois mil reais). Somando-se a isto os quase 30 milhões que se comenta em Mossoró que a Fazenda São João devia a Banco do Brasil e ao Banco do Nordeste, vai um benefício bem elevado. Mas ainda se fala em altas somas devidas e nunca pagas à Cosern no tempo em que ela era estatal. 

Familiares agricultores
Além da isenção de ICMS do melão que, particularmente este colunista acha justa, mas que foi estranha por ter sido aprovada quando o pai de José Agripino era um dos grandes produtores deste fruto e pelo fato de não se ter estendido tal benefício fiscal a produtos como feijão, farinha de mandioca e outros da cesta básica e que são produzidos pela imensa maioria dos agricultores familiares do Estado. Por que não conceder benefícios a agricultores familiares, mas fazê-lo de forma direcionada a familiares agricultores?

Ranking
No ranking da corrupção brasileira, em 1o. lugar está o DEM, Em 2º lugar, o PMDB, em 3º lugar., o PSDB. No RN os três campeões estão todos juntos.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Que medidas impopulares propõem Aécio e Campos?

E m entrevista ao site 247 na última terça-feira 8, em Brasília (DF), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) dirigiu algumas perguntas duras, mas atinentes à campanha eleitoral, aos presidenciáveis Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB. A principal rebatedora do governo ficou intrigada ao ler na mídia que, em ambientes privados, entre empresários, ambos têm assumido a capacidade de tomar medidas consideradas impopulares caso um deles vença as eleições presidenciais de outubro. - Eu gostaria muito de saber quais são as medidas impopulares que eles estão propondo. Tenho certeza que o povo, especialmente, também está muito curioso em saber. - Será que eles querem aumentar o preço dos combustíveis? Ou subir as tarifas de energia? Há economistas da oposição defendendo esfriar o crescimento econômico para evitar a inflação. É isso o que eles pretendem fazer: criar desemprego no Brasil? Questiona ela, sem ironia, mirando Aécio e Campos. A preocupação da senadora, ex-ministra da Casa Civil e principal porta-voz do governo no Senado, faz sentido. Defensora da administração Dilma Rousseff e dos dois governos de Lula, Gleisi teme a repetição histórica de situações do passado, nas quais candidatos se elegeram sem deixar claro, principalmente, o que pretendiam fazer em seus primeiros dias de administração. - Os presidenciáveis da oposição têm de mostrar a que vieram. Mas mostrar com transparência e honestidade. Não dá para ter um discurso diante de empresários e ali prometer medidas impopulares, e depois sair a público como defensor do povo. Para isso, basta que expliquem quais medidas impopulares, afinal, são essas que eles se propõem a tomar? Gleisi Hoffmann sabe que seu desafio é difícil de ser aceito. Ao 247, ela fez referência ao índice de 12% de apoios obtido pelo ex-presidente Fernando Henrique na mais recente pesquisa Datafolha: - Os números estão aí para mostrar a quantas anda o último presidente que governou para o mercado. O Brasil não quer mais esse tipo de fórmula que beneficia as elites e prejudica o povo. O retrato está aí, aponta ela, citando Fernando Henrique veladamente.

Pró-jumento
Um grupo de defesa da vida dos jumentos ameaçados de virarem carne de charque está se reunindo e crescendo. No último sábado houve uma importante reunião no auditório do escritório da advogada Vânia Diógenes.

Pró-jumento II
A pauta do encontro contemplou os seguintes pontos: 1. Alinhamento dos discursos com a apresentação dos documentos (duas paginas no máximo explanando cada ponto de vista - cultural, sanitário, zootécnico... sobre o abate dos Jumentos); 2. Planejamento da reunião da OAB e ida a Brasília; 3. Agendar a gravação do vídeo promocional - pró-jumento; 4. Um dos pontos levantados para esse novo encontro: Convidar a imprensa para uma coletiva de apresentação. O telefone de contato para quem quiser se engajar nessa luta é: (84) 8816-1131.

FotoLegenda
Proposição do deputado estadual Fernando Mineiro, do PT, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte devolve simbolicamente hoje, às 10h da manhã, os mandatos de deputados estaduais de Floriano Cavalcanti, Luiz Maranhão e o mossoroense Cesário Clementino. Cesário, sindicalista cuja luta foi símbolo de defesa dos trabalhadores em Mossoró, ficou completamente esquecido depois da cassação e mais ainda depois da sua morte. Seu sobrenome, diferentemente da sua história de luta e da sua dignidade, não ajuda a receber homenagens nesta capitania hereditária de Mossoró. Foi necessário um deputado com base eleitoral em Natal lembrar-se dele, porque os daqui são direitistas demais para lembrar de um político com a biografia de Cesário Clementino.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Isto é José Agripino, o coveiro do DEM

Osenador José Agripino parece que, com a negativa de apoio à única governadora da sigla e o apoio via Twitter para a prefeita da sua cidade de origem, deseja jogar a última pá de cal no seu partido, o DEM que, de decadente, “evoluiu” para a condição de partido em decomposição. Quando Agripino assumiu a presidência do DEM cantamos a bola neste canto de página. Não é Agripino que se tornou importante tornando-se presidente nacional da sigla; é o DEM que degringolou de vez. A derrocada demista vai além do troca-troca de letrinhas: Arena-PDS-PFL-/DEM em pouco mais de vinte anos. Reflete-se mesmo na contabilidade da desnutrição da bancada: em 1998, mesmo com a reeleição do aliado Fernando Henrique que tinha o “demo” Marco Maciel de vice, a bancada na Câmara Federal caiu de 105 para 84 deputados; em 2006, na reeleição de Lula, no então PFL só restavam 65 deputados. Em 2010, quando Dilma sagrou-se presidenta, ao DEM só restaram 43 deputados federais e com a criação de novos partidos, como o PSD, PROS e SDD deve ter minguado mais ainda, mesmo com José Agripino de chicote na mão ameaçando com processo até o amigo de infância e primo Betinho por não querer ficar mais sob o teto cadente da sigla semimorta. Agora, José Agripino já rifou a única governadora do seu partido, a amiga Rosalba só porque não teve seus interesses pessoais contemplados no governo que ele abonou depois do desastre de Micarla que tinha suas digitais e que não atendeu, também, interesses de ninguém. Agora, Agripino se resume a envias um “apoio” pelo Twitter para Cláudia Regina, uma militante dedicada da sua causa, a ponto de sofrer restrições dentro do rosalbismo onde se criou como liderança, quando apoiou Felipe Maia em detrimento de Betinho Rosado para deputado federal. Guardião do chicote com que processa os filiados para tomar mandatos dos que, a seu juízo, traem a sigla, Agripino agora está pronto para deixar sua governadora falando só, indo mostrar sua dentadura de porcelana e sua piteira de ouro no palanque de Henrique, candidato do PMDB. Mas... Isto é José Agripino!

Democrata?
Em todos os minutos de todos os dias de todos os meses de todos os anos, há algum órgão de imprensa, algum parlamentar de oposição detonando acusações duríssimas, violentas, a maioria delas irresponsáveis, inconsequentes, mas que redundam em duros processos de queimação dos governantes petistas, dos filiados, militante e da própria sigla em si. Agora, em uma palestra de Aécio Neves, que vive dizendo que o governo petista é ditatorial e quer manietar a liberdade de expressão, um estudante fez uma pergunta sobre um helicóptero de um aliado de Aécio que caiu com 500 quilos de pasta de coca. O jovem foi expulso da sala. Isso vem mostrar como a liberdade de expressão é tratada pelos aliados de Aécio.

Lula
Cada vez que Lula fala dez minutos desmancha dez meses de armações da mídia cretina.

Complicado
Onde a oposição ao governo Dilma, mexe, a estocada, se for um pouquinho mais profunda, sempre acaba descascando as feridas deixadas por eles próprios, na alma brasileira.

Papo encerrado
O que eu precisava explicar minimamente sobre os episódios que envolveram meu nome no processo sucessório mossoroense desta eleição suplementar, já expressei. Espero que as pessoas que têm posição oposta à minha também deem o caso por encerrado, porque munição ainda tenho muita, mas não estou a fim de gastar mais energia com isso. Não tenho vela para derreter iluminando defunto ruim. Porém se quiserem fazer a réplica, é um direito que lhes cabe. Não se esqueçam, porém, de que saberei exercitar-me direito à tréplica. Melhor deixar quieto.

sábado, 5 de abril de 2014

Antes que digam que o cordeiro traiu o lobo

A nteontem vi uma postagem do amigo Zé Maria Viana, dizendo que a retirada do meu nome da vice teria sido uma decisão do PT. Infelizmente Zé Maria, que é muito polêmico, mas o considero um homem sério, está mal informado e repassando, sem querer uma inverdade. Ao mesmo tempo, me chegava um companheiro dizendo que certa figura do PT estava num salão de cabeleireira, lugar onde, tal e qual as barbearias, se joga conversa fora sem compromisso com a verdade, dizendo que esta mudança tinha sido uma imposição do prefeito.
No duro, no duro, nem uma coisa nem outra.
A “grande jogada” foi uma “ideia genial” de um marqueteiro que, depois de conduzir a proposta de “continuísmo com Cláudia Regina”, está comandando a “grande mudança com Silveira”. E de marqueteiro virou dono da campanha. E o prefeito, que faz muita questão que tem poder de decisão submeteu-se à sua genialidade com o aval de mais umas três pessoas que o prefeito “escuta”. Pois bem.
O grave da história é que um setor do PT passou a fazer o jogo do prefeito, fazendo qualquer negócio em troco de qualquer coisa. Era exatamente o campo que foi derrotado na proposta de aliança, pois não queria “de jeito nenhum se juntar com Silveira que já tinha traído o PT”.
O mesmo pessoal que em 2012 se juntou com Larissa porque precisava levar Luíz Carlos de volta à Câmara e agora aceita uma proposta para tirá-lo de lá. Grupo que odeia Gilberto Diógenes, mas articulou junto com o prefeito uma engenharia dos diabos para fazer Gilberto passar uns dias usufruindo do mandato.
Em resumo. Não adianta querer inventar. Foi um golpe e pronto. Quem quiser que fique fazendo parte deste engodo. E da forma como foi feito, digo sem medo de errar que O resultado será triste para ambos: Silveira não terá nem metade dos votos que o PT iria lhe dar; Luís Carlos não terá mais nem a metade do respeito de que sempre desfrutou. Não estou mais para diplomacia. A prática é o critério da verdade, portanto, a verdade tem que ser o critério da nossa prática. Nada de passar a mão em cabecinha oportunistas.
Melhor me deixar quieto, pois não tenho procurado a imprensa e tenho até fugido de convites para entrevistas, mas não deixarei sem respostas nenhuma mentira ou provocação.
Nas notas curtas, destaco alguns comentários que enviaram ao meu facebook. Os mais educados, pois algumas opiniões sobre a chapa Silveira/Luís Carlos são impublicáveis e eu gosto de respeitar o leitor.

Teca Notari (Do Diretório Nacional do PT)
Amigo Crispiniano preciso saber mais detalhes sobre essa patifaria que fizeram com você. Quem do PT esteve nesse golpe, que forças internas estiveram envolvidas.

Hugo Manso. Vereador/Natal
Crispiniano, não nos conhecemos agora, nem ontem. Receba meu maior abraço de solidariedade, respeito e reconhecimento. (...) Seja cada vez mais você, nos ensinando e nos motivando. Parabéns pelo texto e pela postura.

Chagas Fernandes (diretor no Ministério da Educação)
Estou solidário, companheiro!

Afrânio Melo (esquerdista histórico)
Poeta Crispiniano. Não concordo com seu afastamento nas decisões do partido,Você é importante no processo, aliás, és, um dos únicos dessa terra com lucidez futurista. (...) Espero que o partido, num breve futuro não venha transformar no PCB  de Hermano Paiva, Roberto Furtado e Gileno Guanabara.

Professora Eliene Basilio
As pessoas verdadeiras como você não cabem em todos os lugares. Elas têm sempre um lugar especial. O maior homem do mundo sofreu traição por ser 100 por cento verdadeiro.
Um abraço.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Carta aberta a militantes e simpatizantes do PT de Mossoró - parte I

Este momento em que me dirijo ao PT mossoroense é, antes de qualquer coisa, um momento de gratidão. Somos gratos a todos os petistas mossoroenses e de instâncias partidárias superiores, no âmbito regional e nacional, pelo apoio que deram ao nosso nome: Joaquim Crispiniano Neto, para ser candidato a prefeito de Mossoró nas eleições suplementares antes marcadas para 2 de fevereiro de 2014. Foi um gratificante reconhecimento pelos nossos 34 anos de filiação, militância e vida inteiramente dedicadas à construção do PT por um Brasil, um RN e uma Mossoró melhor. Somos profundamente gratos a todos os petistas que, diante de uma avaliação responsável e serena, em 29 de dezembro de 2013 decidiram por sugestão nossa, retirar a candidatura própria e somar forças com o prefeito interino Francisco José Júnior, do PSD, por entender que não devia deixá-lo cair no isolamento que os grupos oligárquicos estavam armando para emparedá-lo. Acima de tudo, nos inspirou a esta decisão, a responsabilidade de não permitir que a interinidade se configurasse em instabilidade administrativa e política que estava sendo alardeada contra o prefeito interino e, por conseguinte, contra o município de Mossoró, com o fim de fazer voltar ao poder as forças que chegaram à prefeitura por meios totalmente repudiados pela Justiça Eleitoral, num dos maiores vendavais de cassações já vistos em todo o País, atingindo as duas candidaturas oligárquicas. Acima de tudo, lideramos esta opção de nos somarmos ao prefeito interino por pertencer ele aos quadros de um partido da base aliada de apoio ao Governo Dilma Rousseff, do PT, mesmo sabendo-se que seu histórico nas relações com o PT representava um grave risco, por não ser uma parceria confiável. Somos particularmente gratos aos companheiros e companheiras do PT estadual que, inspirados na posição sensata e corretíssima de Mossoró, aceleraram as conversações e o processo de aproximação do PT com o PSD no plano estadual, configurando-se a possibilidade concreta de composição da chapa Fátima Bezerra (PT) para o Senado e Robinson Faria (PSD) para governador, rompendo com a imobilização que reinava diante do jogo sórdido que vinha sendo encabeçado pelo deputado Henrique Eduardo Alves que articulava as forças reacionárias e antidilma e manipulava com o fito de isolar o PT/RN. Somos gratos a todos os companheiros e companheiras que acompanharam a nossa posição, votando no diretório municipal, em prol da parceria político-administrativa com o prefeito Francisco José Júnior, em que ele convidava o PT a indicar o secretário de Saúde e o subsecretário de Agricultura, além de indicar o candidato a vice-prefeito na sua chapa. Foi uma decisão apertada, mas ganhamos por dois votos de maioria e, mesmo assim, conseguimos unificar o partido nas semanas seguintes, convencendo as correntes perdedoras de que poderíamos construir ali uma alternativa à mesmice autoritária e patrimonialista que domina a política mossoroense há muitas décadas. Somos muito gratos pela compreensão de todos por não forçarem a ocupação das secretarias prometidas para não estimular o discurso da “instabilidade administrativa” que vinha sendo esgrimido contra o prefeito pelos advogados de defesa da prefeita cassada e afastada. Somos particularmente gratos a todos os filiados e filiadas do PT de Mossoró, pertencentes às oito correntes (tendências) internas, enfileiradas em dois campos de forças que, através de negociações sérias, transparentes e éticas chegaram a um consenso em torno do nosso nome para compor a chapa na condição de vice do prefeito/candidato Francisco José Júnior, do PSD. Não podemos deixar de expressar uma gratidão especial pelos que somaram-se a nós compondo uma força capaz de vencer qualquer prévia, viabilizando assim evitar mais uma disputa interna depois de um período de desgastes por que o partido vem passando no âmbito local. Somos gratos à comissão de negociação política que nos levou ao apartamento do prefeito Francisco José Júnior há três semanas para anunciar que o nome de consenso no PT para ser seu vice, era: Joaquim Crispiniano Neto. Anúncio este que foi verbalizado pelo vereador Luiz Carlos Mendonça Martins, que havia retirado sua pré-candidatura para apoiar o nosso nome, juntamente com todas as correntes do campo que emprestava apoio à sua postulação. Somos gratos aos amigos e admiradores que nos abordaram durante mais de um mês dizendo que não gostariam de votar no prefeito interino, mas devido à nossa presença na chapa, iriam dar, literalmente, um voto de confiança. Somos gratos ao vários dirigentes partidários que após conversarem com o prefeito interino vinham confirmar conosco a disposição de formar chapa com ele e, diante da nossa resposta afirmativa diziam ser este um dos motivos que os animava a marchar juntos por uma renovação na política mossoroense. Somos especialmente gratos aos servidores municipais, desde motoristas e auxiliares de serviços gerais, até os membros do secretariado que nos trataram com a maior distinção durante os dias que frequentamos o Palácio da Resistência e as secretarias. De modo que estranhamos o excesso de discrição do prefeito em não divulgar a composição Silveira-prefeito/Crispiniano-vice, mesmo que na condição de pré-candidatos, o que evidentemente não fere a legislação eleitoral. Não bastasse ele próprio calar, ainda nos pediu que não divulgasse esta decisão para evitar problemas com a Justiça Eleitoral.  Pacto de silêncio que cumprimos à risca porque, em nome da confiança, não entendermos que se tratava de uma artimanha para deixar opaco o nosso nome e facilitar o golpe que eminências pardas que têm o controle da campanha preparavam contra nós. Fora da mídia por mais de vinte dias, o prefeito apresentou ao partido uma pesquisa que não tinha sido posta na mesa como critério de escolha de candidato a vice. Como se não bastasse, se arvorou o direito de escolher o vice que o PT indicaria, postura, claramente considerada pelo PT, em qualquer recanto do Brasil, como intromissão indébita. Diante do exposto, comunicamos que já pedimos afastamento da assessoria do prefeito, na qual estávamos para conhecer melhor a máquina administrativa e onde demos uma modesta, mas significativa contribuição. Outrossim, retiramos o nosso nome de qualquer processo de escolha do vice que irá formar chapa com o prefeito Francisco José Júnior, por entender ser ilegítima qualquer escolha que venha se dar por pressão externa e após o partido ter decidido por um nome. Entendemos que qualquer participação nesta chapa coloca o PT de Mossoró em posição subalterna, tanto quanto aconteceu em 2012 com graves prejuízos ao partido, aprofundando os traumas daquele processo esdrúxulo. Errar, como o partido errou em 2012, foi desumano; permanecer no erro e na subserviência, é historicamente comprometedor para um partido que nasceu para mudar a cultura política do Brasil e, por isto mesmo, não tem o direito de submeter-se aos cacoetes e deformações do jeito de agir dos que transformam a política numa atividade menor. Solicitamos de público ao prefeito que considere o nosso pedido de exoneração e publique na próxima edição do Jornal Oficial do Município a nossa exclusão da sua assessoria para que não paire nenhuma dúvida de que jamais aceitaríamos a condição de funcionário fantasma. E que a data dessa exoneração seja a de 1.º de abril de 2014, para que não façamos jus a proventos referentes a nenhum dia não trabalhado. Outrossim, solicitamos ao PT/Mossoró que não envolva nosso nome em nenhuma negociação quanto a cargos de secretário ou outro cargo qualquer nesta gestão ou numa futura gestão Silveira Júnior, caso ele obtenha sucesso no processo eleitoral de 4 de maio. Somos particularmente gratos ao próprio prefeito Francisco José Júnior, por nos ter dado a oportunidade de ficar fora deste processo e desta parceria. Mesmo não estando dispostos a participar deste processo eleitoral, reafirmamos nossa convicção petista e a certeza de que continuaremos lutando nas trincheiras do PT por uma Mossoró, um RN e um Brasil cada vez melhores. Na certeza de que o nosso afastamento contribui sensivelmente para que a campanha possa transcorrer conforme planejada e também para a nossa felicidade pessoal, profissional e familiar, subscrevo-me com o coração em júbilo e a consciência em paz.

PT, SAUDAÇÕES
Crispiniano Neto

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Só o preconceito explica tanto ódio; só o ódio explica tanto preconceito

O que pode explicar que a mídia queria derrubar um governo democraticamente eleito e que democraticamente se comporta, não perseguindo com corte de verbas nenhum dos monopólios que dominam a tal mídia golpista? O que explica que essa mesma mídia censure e até processe a mídia alternativa, quando o governo não censura nenhuma palavra dita, escrita ou televisionada através desses grandes conglomerados de imprensa? O que explica que a classe média tenha tantas oportunidades com mais de cinquenta empregos oferecidos em concursos para que seus filhos que tiveram boas escolas pagas e excelentes universidades públicas possam chegar às condições de servidores federais, juízes, promotores etc. e, mesmo assim, vivam esbravejando dia e noite contra esse governo que lhes reabriu as portas da esperança? O que explica que uma elite que teve a economia equilibrada, viu se abrirem milhões de obras e outros serviços, além de uma imensidade de compras governamentais, aumentando seus livros e diminuindo seus custos, como é o caso do preço da energia, mas insiste diariamente de olhos rútilos e baba no canto da boca, em que este governo deve cair, em nome de Deus, a Pátria e a família? O que explica que um pobre de uma favela paulistana, que teve o seu IPTU reduzido ou tornado isento, num projeto de imposto progressivo e imposto social, esteja contra, raivosamente contra o “IPTU do Haddad”? O que explica que a Justiça de um país, através da sua corte suprema, prejulgue, satanizando os “mensaleiros” de um partido que é mais querido do País e dispense e inocente os “mensaleiros” do partido que é odiado pelo povo e sistematicamente derrotado nas urnas? Só uma coisa explica: o preconceito. Como dizia Albert Einstein, um dos mais brilhantes cérebros da humanidade em todos os tempos: “É mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo”. Mas, não basta saber que o nó está no preconceito. É preciso entender que o preconceito tem sua fonte no ódio. O ódio de classes. O ranço autoritário e arrogante de uma elite estúpida que acha que o mundo foi feito para poucos, pouquíssimos...

Aécio entreguista
Conforme se pode constatar no blog 247, ao discutir com empresários sua agenda para a economia, o tucano Aécio Neves antecipou que pretende rever o modelo de partilha no setor de petróleo, retomando as concessões. Segundo ele, o Brasil está atrasado na competição por recursos para o setor. "Nos últimos anos, foram investidos US$ 300 bilhões e o Brasil não está mais sozinho", disse ele. "Foram feitas novas descobertas no Golfo do México e na costa africana." No Governo Federal, a proposta de Aécio é vista como a entrega do pré-sal a investidores internacionais; debate incendeia nacionalistas.

Ipsis litteris
Transcrevo, letra a letra, nota do blog de Anna Ruth sobre a relação José Agripino-Rosalba-Cláudia Regina. Veja que situação:  O senador José Agripino Maia, presidente estadual do DEM, já enviou um recado para a ex-prefeita de Mossoró Claudia Regina, que tentará disputar o pleito da eleição suplementar mossoroense. O líder do DEM pediu para Claudia não “se colar” à governadora Rosalba. José Agripino teme sobre como o eleitor incorporará a imagem dele e Rosalba Ciarlini dividindo o mesmo palanque em Mossoró e em campos opostos, já que o DEM não quer dar a legenda para a governadora ser candidata a reeleição.

A cultura da covardia
Uma mensagem no Twitter diz: “Baleado porque andou na rua à noite. Estuprada porque usou saia curta. Agredido porque é gay. Se não fossem as vítimas, viveríamos sem violência”. É mesmo o que parece. Hoje, quase não vemos autoridades dizendo que vão prender assaltantes. Dizem, com muita ênfase, que não devemos reagir a assaltos nem sair de casa. Agora, uma pesquisa mostra que essa forma distorcida de compreender e explicar as coisas leva a uma situação estúpida, em que 67% dos brasileiros acham que, na maioria dos estupros, a culpa é da mulher estuprada. Isso é mais um estupro na consciência nacional.